Política sem qualquer visão...ou de interesses pessoais

Pires de Lima afirmou o óbvio. Que o maior capital de Portugal é humano. Não disse mais nada? Que pretende propor, com base nisso?

António Costa e o seu PS de antanho. Onde pensa Costa levar o PS? Ao poder, claro. Mas para quê? Lembra-me Ricardo Salgado e a sua sede de poder, quando propunha à família o que quer que fosse até...ao desastre final. Há pessoas que sabem o que fazem, e fazem-no com a pior das intenções para outros e a melhor para si mesmas. Há pessoas com boas intenções e por aí se ficam. Não sabem como fazer.

Que querem, que pensam fazer os nossos políticos de milhares de pessoas com mais de cinquenta anos, de alto valor profissional e humano, com experiência comprovada e com saúde para mais trinta anos de vida? Que espera Portugal de tanto desbaratar de capital humano? 

Uma sugestão, de algum relançamento económico: em lugar de se atribuírem subsídios de desemprego, a quem não tem objectivo (e digo que os devem manter nesta situação de calamidade social, nunca assumida pelo Governo como tal, nem pela UE, nem pela Oposição democrática, mas refiro-me à atribuição de subsídio a quem já não o tem, mas para fim de criação de emprego próprio, ou de empresa, com sustentabilidade pessoal), no âmbito de tanto curso de empreendedorismo que por aí agora se faz, para fim duvidoso, sem grande possibilidade de sucesso, pela insustentabilidade pessoal e pelas dificuldades acrescidas do mercado interno, porque não atribuir algum subsídio, equivalente ao de desemprego, nesta situação de excepção social, para projectos de valor, empreendedores, com retorno social e cultural?

Há programas que irão fenecer pela falta de sustentabilidade pessoal, ou pela ainda existente capacidade económica de algumas pessoas que, porém, esbarrarão em dificuldades inultrapassáveis de mercado. Há pessoas de alto valor profissional, que não têm qualquer experiência comercial, sem assim conseguirem vislumbrar e entender as dificuldade em obter clientes, e em, mais tarde, conseguirem cobrar o que lhes for devido. Com um suporte mais abrangente, envolvendo pessoas com comprovada experiência comercial, e com envolvimento também de gerações distintas, jovens e seniores, as hipóteses de sucesso serão acrescidas. Parte-se de um princípio, estatístico, de que as start-ups falharão quase todas. Mas cumpre a um governo de um país socialmente dilacerado e a uma União Europeia responsável primeira por esta situação (contrariamente ao que a maioria das pessoas dizem, eu sou da opinião que a primeira responsável pela nossa crise é mesmo a UE e não Portugal), criar condições de maior sucesso, através de programas especificamente criados, sem bengalas eternas, mas com uma base sustentável nos primeiros meses de um projecto de risco. Assim aproveitando profissionais de altissimo valor, neste momento sem nada de futuro pela frente. 

Costa não tem qualquer ideia, ou tem as mesmas de sempre do PS do mesozóico, ou paleontolítico. Nada irá mudar para melhor com Costa, mas para pior, podemos ter como certo. O compadrio dos dinossauros da política estará de regresso. Como é possível que um Partido que devia ser responsável, tenha escolhido o regresso ao interesse pessoal e de grupos privilegiados, apenas com a preocupação de tomada de poder, que pode nem acontecer? 

E que iremos perguntar entretanto a Pires de Lima sobre a recuperação de tanta gente com imensa qualidade, em quem o Estado investiu e que agora menospreza? Pensam estes políticos poder recuperar Portugal sem o contributo essencial de pessoas com cinquenta anos, bem em idade activa, essencialmente a melhor selecção de pessoas que um país poderia ter? Com quem? Com jovens inexperientes que levarão anos a conseguir os mesmos resultados?   

O que vejo nesta política é a continuação da mesma situação. Interesses pessoais acima dos do Estado português. Mais nada, absolutamente.

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