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A mostrar mensagens de fevereiro, 2006

Nuclear não! Pasta de papel, sim!

Grandes decisões, grande capacidade de decisão... O Governo continua a iludir e a dividir os portugueses. Iludir com medidas a vulso, como esta do investimento na fábrica nova da Portucel, empresa privada onde o Estado já não detém uma 'golden share' bem à moda de países de economia centralizada, estatizada, mas em que através de corporativismos quer continuar a 'ter uma palavra'... projecto de anteriores governos e de uma administração demitida por socialistas... Um fábrica de papel de deimenões nunca vistas em Portugal, não é logicamente poluente e perigosa...nem terá de ser desmantelada, pois no nosso país nunca se desmantelam fábricas, deixando-as definhar, morrer, obsoletas e improdutivas. Perigosa é uma central nuclear, mas todos os países europeus as mantêm, e ainda investem em mais. Eu diria que perigoso é um ministro da economia que se vende a amigos e interesses, portugeses e espanhóis, e um Primeiro-ministro que o patrocina... E repito, a energia nuclear perm

Energias

Portugal é, na Europa, o país com maior dependência energética do exterior. Portugal tem também baixa eficiência energética. Quer isto dizer que a diversos níveis consumimos demasiado e mal. Consumimos demasiado quando a incúria nos leva a não controlarmos melhor o consumo em energia eléctrica, quando há excessos nesse consumo, começando por organismos públicos onde há consumos durante toda uma noite em iluminação, quando há deficientes isolamentos de edifícios de escritórios ou de habitação que, para além disso nem deviam utilizar esta forma de energia para processar aquecimento. Para além de tais consumos descontrolados de energia, Portugal tem presentemente reduzidas formas de energia às quais pode recorrer (praticamente apenas energias fósseis como as que provêm do petróleo e de gás natural). Outros países recorrem cada vez mais a energias ditas renováveis, tais como a eólica, a solar e o biogás. Mas em quase todos os países europeus há também um recurso energético de enorme

Passou um ano

Um ano de governo socialista e ...muito pouco ou nada mudou, pelo menos para melhor. Não sou eu, apenas, que faço esta análise e também sei que nem tudo tem que ver com o Governo, nem tudo depende, sequer, da política. Os nossos (maus a muito maus) empresários continuam a ser os mesmos. Alguns, que se julgam muito bons e importantes, limitam-se a fazer importações, sendo representantes de empresas de outros países. Esta mania das representações ("conseguir uma boa representação") é uma das bases mais asfixiantes do nosso tecido empresarial. Mas eles, só eles, não vêm. Mas os empresários de Espanha há muito que entenderam isso. Outros empresários nem as representações que conseguiram as conseguem manter. Mas continuam a ser bons, muito bons. Basta ver como se vestem, como se deslocam, que restaurantes e hotéis frequentam, etc. As importações são uma absoluta necessidade para a nossa economia, pouco original, pouco criativa, pouco produtiva. As empresas multinacionais que cá qu

Um longo, longo voo

Em Espanha, país muito especial, nunca acontece nada de mal. Pelo menos do mesmo mal que aos outros frequentemente sucede. Na agricultura sempre houve fenómenos interessantes, diria calamidades, que nunca surgiram em Espanha, mas que aos outros países da Europa- coitados, não são tão bons como ' eles '- foram trazendo problemas. Problemas sanitários, sociais, técnicos e económicos. O não-surgimento de problemas em Espanha fez-se e faz-se na exacta medida em que os interesses económicos diziam não (lhes) ser nada conveniente, por causa de exportações em curso, (...) que surgissem... Quem sabe um pouco de agricultura deve ter ouvido fala de uma doença dos citrinos (Espanha é o primeiro produtor e exportador mundial, de citrinos em fresco - de sumo é o Brasil) que era arrasadora... a Tristeza dos citrinos (provocada por um vírus). Como era prejudicial à exportação, por poder contaminar outras plantações...nunca apareceu em Espanha (mesmo tendo sido o país que mais a teve). Mais

Colecção Berardo

Confesso não ser um apreciador incondicional de tudo o que é arte contemporânea. Talvez por não saber interpretar tudo o que dela vou vendo em exposições, ou talvez porque, como todas as formas de arte, de que necessitam de se conhecer os contextos, de ter sobre elas alguma formação mínima, ou ainda, de alguma forma termos sido criados ou vivermos num ambiente propício ao seu melhor entendimento. Eu mesmo sou, nas horas livres, de necessidade ou de maior tranquilidade, uma espécie de pintor amador, que se aventura em novas experiências, mas tal não me habilita mais do que a outros, a melhor compreensão ou, na fase seguinte, admiração e prazer ou deslumbramento. Não sendo avesso à “arte contemporânea” e, por outro lado, considerando a arte a forma suprema do conhecimento (nas suas vertentes e expressões mais diversas, sejam artes gráficas, cénicas ou outras), tenho de confessar que algumas obras de arte actual ou contemporânea me chocam pela explícita (mas nem sempre evidente) reduzi

Um dia apenas, sem nada criar

Hoje foi um dia estranho. De viagem para o Norte do país, pouco ou nada de notícias ouvi durante o trajecto. Estranho... Não sei que aconteceu, mas não senti falta delas.Vim com os meus pensamentos, a música no carro, pensando que a única coisa que faz sentido na vida de uma pessoas é a criação. Tudo o que não for criação, tem o valor limitado que pode ter e que é o que o valor que os que criaram, os livros que lemos, os filmes que vemos, a música que ouvimos, as obras de engenharia que admiramos, as descobertas científicas (sempre atendendo à sua limitação, própria da ciência, tão efémera quanto uma nova descoberta que se lhe oponha ou ponha em causa, lhe permite) os projectos económicos... dos outros. E o valor... é dos outros, ou seja o mérito sobre esse valor que queiramos atribuir, ou que lhe seja reconhecido universalmente. Mas para cada um de nós o valor acrescentado da nossa pessoa no mundo em que nos inserimos, só é real, quando criamos. E criamos, quase todos nós, qualquer co

Os saloios da Europa

Como sempre, desde há algumas centenas de anos que vimos vendo a fazer e (re) confirmar esta nossa vocação nacional de saloios da Europa (com respeito pelos autênticos saloios). Agora, Freitas do Amaral vem novamente dar mais um reforço nesse nosso papel de súbditos da intelectualidade e da cultura. Em vez de condenar veementemente as manifestações violentas que dia após dia se sucedem em grande número de países árabes, vem insurgir-se contra os caricaturistas que publicaram o que já se sabe sobre o profeta do Islamismo. Mas porque será ofensivo publicar tais caricaturas? Ofensivo é atentar contra as pessoas e não contra religiões e profetas (todas e todas criações humanas e não ao contrário). E isso fazem-no os árabes quando, diariamente, se manifestam como o têm feito. E isso fazem-no os árabes, e não só o poder político e religioso em muitos desses países - felizmente não em todos - quando mutilam pessoas, como mulheres e presumíveis meliantes, apedrejando umas até à morte e a outro