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Marina, de Carlos Ruiz Zafón

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Carlos Ruiz Zafón, Marina : “Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu”…”O tempo não nos torna sábios, apenas mais cobardes”.  O protagonista desta história termina o seu relato com esta visão do antigo colégio interno, com a noção de que se voltasse a visita-lo se perderia a sua juventude ( a memória dela). A memória da própria história. Uma história única, comovente, de fim triste. Mas rica de emoções. Como nunca chegou a concretizar o sonho que a história desenvolve, de que a sua melhor ou única amiga, se tornasse, um dia, a sua namorada e companheira, com quem tantas aventuras e emoções havia vivido….recordava então, apenas, o que nunca aconteceu. Mas numa outra dimensão, as palavras de Marisa, a sua heroína que teve um fim sereno, mas triste e prematuro, o que nunca aconteceu refere-se à incerteza e ao irrealismo, ou realidade inverosímil da aventura conjunta e da história que lhes for a contada e que acabariam por partilhar e viver. Lê-se de u...

Ler e pensar

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Apesar de nos últimos anos o panorama da leitura em Portugal se ter vindo, gradual e lentamente a alterar, ainda somos um dos países onde se lê menos. Sejam um jornal uma revista ou apenas um livro por ano. Muitas pessoas passam dia e dias, durante meses ou anos, sem ler absolutamente nada. Ou apenas lêem uma etiqueta de um produto comercial, ou um rótulo, uma receita médica, um menu de restaurante, um título de um jornal que não compram. Uma língua está viva enquanto praticada e sujeita a uma evolução, mais ou menos lenta, pelos seus falantes. Mas uma língua tem a sua base fundamental na forma escrita. Profissionalmente, muitos de nós fazemos muitas leituras, de cartas, de correio electrónico, de documentos de trabalho. São, porém, a maioria das vezes, escritos tais documentos, em linguagem limitada, senão hermética e característica da profissão em causa. São pois linguagens sem a riqueza suficiente, para servirem de genuíno exemplo do que eu chamo de leituras. A leitura é uma base es...

Livros... mas não obras literárias

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A moda dos livros sobre enigmas, mistérios, segredos nunca antes desvendados pegou de tal forma por todo o mundo que, hoje, é difícil entrar numa qualquer livraria e não dar de caras com uma dessas 'pérolas' da literatura em destaque. Estão por todo o lado. Os seus títulos são ‘muito interessantes e sugestivos’...de tal modo que é quase possível ‘cloná-los’ ou fazer um pequeno jogo, juntando-os, mais ou menos assim: “O Legado dos templários” (Steve Berry), descoberto com o “Mapa dos ossos” (James Rollins), ou “ O segredo de Shakespeare” (Jennifer Lee Carrell), que nos desvenda “O sangue dos inocentes” (Júlia Navarro) já muito antes encriptado no “Mapa do Criador” (Emílio Calderón)... Enfim, qualquer pessoa mais criativa do que eu faria melhor deste ‘jogo’, mas é só um exemplo de alguns títulos que, afinal, dizem o mesmo. Há um mistério universal, de muito alcance para a humanidade, desvendado no livro ‘tal e tal’. Para mim são títulos hilariantes e todos soam ao mesmo. Mas não ...

Snowleg, A Imagem do teu Rosto, de Nicholas Shakespeare

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Este é mais um livro inspirado de Nicholas Shakespeare. Numa escrita simples mas num ritmo quase encatatório, Nicholas Shakespeare, conduz-nos pouco a pouco, numa trama de tom, por vezes quase policial, mas geralmente em estilo de um clássico romântico, a um final mitas vezes esperado, outras, incerto. Se a história de Peter, um britânico que descobre ser afinal filho de uma alemão ‘de leste’, fruto de uma relação quase acidental da sua mãe, com um homem que procurava a fuga da antiga Alemanha comunista, nos envolve, assim como a sua busca constante pela pista que o conduza ao seu pai natural, e a uma jovem que conhecera quando de uma visita a Leipzig, para apresentação de uma peça de teatro com colegas seus da Universidade alemã onde estudava, a forma elegante, quase poética por vezes, consegue criar a atmosfera que não deixa, em caso algum largar a leitura. Um livro recomendável!