Religião: um caso pessoal
Ontem duas pessoas me deram, de sua própria voz, mais um reforço sobre o que penso e sobre a futilidade da Religião. E sobre a vacuidade da existência de deus. Ou seja, é pratica ou totalmente indiferente a existência de um ou mais deuses. Embora o receio, o pavor pelo desconhecido, até pelo futuro, pela doença, pela morte, pela sorte e pelo azar, leva tantos milhões, biliões de pessoas a se agarrarem à melhor ideia de Marketing da História da Humanidade: deus.
Mas não nego que a ideia de deus, e um pautar-se na vida por um conjunto de princípios e de regras, a procura, ou a passividade pelas respostas ao desconhecido, o acreditar num destino já escrito, possa fazer das pessoas, melhores pessoas. É seguirem um código, por vezes escrito, outra vezes não. E torna-as melhores. Em si mesma, a atitude é já positiva, mas não é prova de coisa nenhuma.
Uma das pessoas, uma excelente amiga de muitos anos, que muito considero, dizia-me que acredita em deus, acredita e sente-se parte de uma religião, mas não se sente seguidista cega, nem agrilhoada à sua própria religião. Aceito e respeito a sua opinião e tenho como genuína a sua forma de pensar. As suas opiniões, são sempre a expressão da sua inteligência e ontem afrontei-a um tanto como o meu texto anterior. Não era a minha intenção. Quando referi a inteligência como alternativa ao pensamento passivo de aceitar-se a religião, qualquer, queria precisamente contrapor essa atitude com a que ela demonstrou ao falar comigo sobre o meu 'post'.
Outra das opiniões, expressas por escrito num outro local, era de alguém que tem a minha extrema consideração, afecto e simpatia, versava que a religião 'está dentro de nós' e que devemos ser genuínos e não fingirmos ser outra coisa, ser-se o que não somos, é uma espécie de pecado'. A frase não sendo bem esta, porque não a quis textualmente citar, penso que pretendia expressar esta ideia. Só por si, ter dito isto, denota, esta pessoa que me é querida e cuja inteligência admiro e respeito em grande substância, que pensa, de passagem ou não, sobre temas de sólida importância e acresce, assim, a minha admiração. Demonstra que coloca, com a sua forma de pensar, a pessoas no centro da sua atitude na vida, o que tem um imenso valor. E nem precisa de uma prática religiosa para tal.
A uma e a outra das referidas amigas, quero dizer que pela sua personalidade e pelo amor que denotam pelas pessoas, explícito nas suas opiniões, me traz mais amizade e admiração. E, também prova a pouca utilidade da prática religiosa, já que encerram em si mesmas os princípios superiores e louváveis pelos quais se pautam e vivem.
Aprecio as duas opiniões, ambas femininas, não sei se por os homens considerarem este um assunto inútil ou desinteressante.
Mas as opiniões expressas por estas duas pessoas sem se darem conta, julgo, confirmaram a minha própria opinião ontem (intencionalmente) mal explanada no texto anterior que publiquei.
Se a religião é mais um fenómeno ou um produto de uma ideia nossa, de um conceito nosso, melhor de nossa concepção...então ...deus existe? Fora de nós? Ora...é isso exactamente o cerne da questão. E as duas amigas, sem se conhecerem, disseram e confirmaram-se o que eu dizia.
Se a religião 'é um caso interior' e não estou a afirmar que sim ou não (mas inclino-me muito para o sim, é-o) e se, além disso, é susceptível de crítica, ou seja, de termos a nossa própria visão da religião que adoptámos e, ainda, nos sentimos livres em relação a ela, sendo qualquer religião, por definição filológica, um dogma, então...cada um terá a sua, mesmo sentido-se parte de uma, grande, mais ou menos universal. Tal como temos cada um, a nossa visão das pessoas, das suas opiniões, das suas atitudes, do mundo em geral.
...deus é ele', mesmo uma criação da nossa mente. E ficamos por aqui...de momento.
Desculpem-me, não quero afrontar ninguém.
Voltarei ao tema...
Comentários