O nosso comboio privado
O tempo e os dias passam por nós, como um comboio sem passageiros, sem rumo e sem sentido. Os dias por vezes são assim, vazios, esvaziados de coisa alguma. Somo arrastados por esse comboio. E adivinhando ou não que ele iria passar, não saímos do seu trajecto, sempre a pensar que nos trazia alguma coisa. Se traz...vamos com ele, e a viagem toma sentido. Se não vem com nada nem ninguém, só nos podemos deixar ficar ali estendidos, à espera de próximo comboio, do próximo tempo. Da outra mudança da vida. Podemos mover-nos e ir por essa linha ...de vida para tentar que não seja o tempo a fazer as coisas por nós. Pode ser melhor, ou não. Também não se sabe. Já o fizemos antes, todos nós. E umas vezes encontramos o comboio certo, outras, comboio algum.
Nos dias que se tornam cinzentos então, há que esperar...e acreditar. Dizem que acreditar é meio caminho para um comboio e um tempo adequado para dar connosco e levar-nos na viagem, ou arrastar-nos com ele. Também não se sabe, antes dele chegar.
Os chineses dizem, há milénios, que não se atravessa uma ponte antes de chegar a ela...
Nem se toma comboio antes de ele surgir, ou existir.
Mas a espera dele, é muitas vezes angustiante. Ou se, como dizem, acreditarmos sempre, então essa espera, do tempo, do nosso tempo certo, feito só para nós, é aguardada com um sorriso imenso e os braços bem abertos!
Cada um decide como quer esperar, ou não esperar e ir à procura. Ou nem decide.
Mas o sorriso, é sempre bom manter.
O nosso comboio só pára, para entrarmos, se sorrirmos com muita força, para ele!
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