O mesmo sonho...
Mais uma. Ali estava ele, de novo.
Olhava à volta, tentava ver bem os detalhes,
As caras, todas as caras, mais as femininas.
Escrutinando bem, os sinais que lhe surgissem.
Mas não a podia identificar assim...
Mais uma estação de Metro. Apenas.
Mais gente, mais pessoas, que nem entravam na sua história,
Mas qualquer uma podia dela ser parte.
Afinal basta um passo, feito sorriso, achava ele.
Um passo só, e duas pessoas passam a ser parte uma da outra.
Um passo só, e duas pessoas passam a ser parte uma da outra.
Olhava, a estudar os sinais nas faces,
Onde julgava um dia poder voltara vê-la.
Volta a ver quem nunca vira?
Só tinha uma imagem dentro de si.
Galgava as catacumbas da sua memória,
À procura de restos dessa imagem de outrora.
Um tempo que não fora muito antes deste.
De onde lhe vinha essa imagem?
Chega o comboio, do Metro, e entra.
Novamente a estudar sinais e caras.
À procura, sempre à procura.
Nenhum sinal lhe era dirigido.
De repente, de um recanto dessa sua memória,
Que todos os dias tentava exercitar,
Surge-lhe bem fresca, a imagem. A imagem dela...
Abre os olhos, o sol a bater-lhe na cara.
Nesse Seu banco de jardim.
Ao seu lado passava uma criança, pela mão da sua avó,
Olhou-o com ar assustado, com mão no nariz,
‘Avóoo!, este senhor dorme sempre aqui no jardim?’
Teria de adiar a memória e terminar o sonho, na noite seguinte, no mesmo banco, naquele jardim...
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