Princípios

Princípios. Todos temos. Sem excepção. Cada um tem os seus. Todos são respeitáveis.

Os princípios que nos guiam, conduzem pela vida fora. Na minha óptica pessoal não têm, nem devem ser rígidos. Mas tal não depende apenas de nós. Depende também de, com quem nos relacionamos e da evolução, ou regressão, por vezes, que a nossa vida leva. Depende da aprendizagem que fazemos com outras pessoas.

Mas o meu interesse neste texto é deixar o meu ponto de vista, parcial e pessoal, como sempre. Um direito individual. Quem está contra, está-o. Direito seu.

Para mim os princípios, os meus, está bem de ver, não têm quase nada, ou nada, a ver com tradições e heranças educativas. Bebem nesses fontes, sim. Os princípios inspiram-se na educação que recebemos, no meio social em que crescemos e, mais tarde, vivemos, já adultos, mas são tão mais importantes e significativos quanto mais de cariz pessoal se revestirem.

Passo a exemplificar alguns desses princípios. Mas há muitos mais.

Na educação de filhos, raparigas e rapazes e não apenas das primeiras, não há que nos agarrarmos a estúpidas, provincianas e ignorantes tradições judaico-cristãs, cegas, manipuladoras e castradoras...(por aqui já se vê a aversão visceral que tenho a esta estupidez pseudo-cultural-religiosa...).

Há que saber evoluir, entender os filhos, entender a época e as alterações ao meio social e, ainda assim, saber manter princípios com a necessária adaptação: que se diz a uma filha, por exemplo que inicia a adolescência?

"Não te quero ver com ninguém em 'coisas' (o medo das palavras...tema que ficará para um próximo texto) 'esquisitas'", querendo referir-se a sexo na adolescência, indo depois buscar os complexos, irritantes para mim, católico-cristãos e outros, para dizer que não é idade para tal...etc...como se o respeito ao tal deus (minúscula, perdoem-me os crentes não evoluídos) não passasse precisamente por ...respeitar a natureza humana e o desenvolvimento físico dos jovens! Ora...lembremo-nos de que há quinhentos anos, para não dizer duzentos ou trezentos, as jovens eram obrigadas a se 'tornarem adultas' (outro conceito carregado de complexos) pelos catorze anos ou antes! Ou seja, a sociedade e a humanidade andaram para trás?

Pois...e se se dissesse a uma jovem filha, qualquer coisa do género, por nossa iniciativa no dia em que se vai almoçar fora num sábado bonito e quente e a caminho do restaurante, um pouco distante dos irmãos mais novos...

"Filha, já tens catorze anos, ou quinze, és já adulta do ponto de vista físico e sexual, um dia surge-te a oportunidade e apaixonas-te, ou simplesmente apetece-te uma experiência sexual (!), a cara dela neste momento, imagine-se (!!!) e só quero que saibas que o teu pai (ou mãe) está cá para o que quiseres, não tendo tu que me contar absolutamente nada. Mas que te protejas, psicológica e fisicamente, que protejas a tua saúde e bem estar. E que não sofras, se possível, também. E, por respeito a outro, se achares, o protejas também. De resto o corpo é teu e sempre será. Sensatez e equilíbrio, responsabilidade e sentido de protecção é só o que o teu pai (mãe) espera ter-te conseguido ensinar. E, não preciso de dizer...aconteça o que acontecer, sou sempre o teu pai (mãe) estarei cá! "

Outros princípios, havendo tantos mais, claro.

Numa separação, de casamento ou união de facto...
Porque confundem as pessoas sentimentos, pessoas, respeito mútuo, dignidade e ...objectos e materialismo?
Porque a frase 'ponho-te as malas à porta'...ou 'paga o que deves', ou tudo será avaliado ao cêntimo' ou 'fizeste asneira vais pagar com os teus bens e muito mais' etc...

São princípios? Trocar-se sentimentos por dinheiro? Ofensas e mágoas, por dinheiro? Para mim, nunca! Por isso prefiro o prejuízo pessoal e a manutenção, a custo meu, dos meus Princípios! Tudo está bem...quando está bem. Quando não está, para o lixo os Princípios, os sentimentos, e a raiva e vingança falam mais forte. Ora, já se pode começar a compreender por aqui...onde estão os princípios Cristãos...e os meus, de cristão-zero! Nem cristão nem outra efabulação qualquer, mas um coisa bem mais simples: humanismo e respeito, por si e pelos outros. Uns de nós defendemos as tradições, religiosas e outras, por medo e insegurança...outros...as suas ideias, a custo pessoal tantas vezes, mas com a convicção toda e a certeza de seguir na vida pelo comboio adequado.

Princípios: dizermos aos outros do que deve ser a sua eficiência pessoal, ou atitudes adequadas, no trabalho e na vida em geral e sermos os primeiros a não cumprir, a faltar a prazos e a acções. Na vida profissional é bem comum e é o quotidiano de quase todos. Uma por outra vez. Mas bem sei que é custoso ir repensando a cada palavra que dizemos, a cada acção que praticamos, e seguir os princípios, os nossos, claro. Mas é saudável. E eu também falho, certamente, muito aos meus, e também aprendo com todos e adapto-os, mas tento o mais possível, principalmente nos assuntos de maior relevância, segui-los. Mesmo sem esperar dos outros o mesmo (um tanto a ver com o altruísmo de um 'post' anterior, mas não só).

Princípios. Todos os temos. Lindo é reconhecer em alguém alguns deles, tão próximos ou iguais aos nossos...E começar a ir por esse caminho, sem afrontar ninguém e tentando não transgredir nem os nossos nem os dessa pessoa.

Quando tal acontece, a harmonia, na amizade ou no amor, pode acontecer!

Não se deve desperdiçar esse filão de ouro puro!

Agarra-lo, sim, ao invés...

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