Da "Casa das Anoneiras"
Tantas têm sido as vezes em que pensei e me inibi de escrever como tudo começou. Ou não começou, mas onde e quando tudo ganhou a importância que fez sentido. Decidi há pouco chamar-lhe a Casa das Anoneiras, pela profusão de árvores de fruto e dessa fruta tropical com que cresci e descobri o mundo vegetal, mas era a casa das Rua das Mercês. Mas não é da casa, que muitas boas memórias me traz, e, seguramente, aos meus irmãos também, mas é da memória do homem que marcou definitivamente o meu rumo e a minha vida. O prazer pelo conhecimento, a curiosidade por mil assuntos e esse deslumbramento para com quem sabe... estou certo de o dever a esse homem curioso e marcante nas vidas que tocava, e sempre com uma energia para viver a vida que, grande filha da mãe, o levou tão novo aos sessenta e sete anos. Ainda sem conseguir ter conhecido todos os netos (e algumas tempestades difíceis nas vidas dos filhos que tanto amava). O meu pai não foi a minha vida toda. Tendo ela mesmo começado pelo sofrim...