Prepararmos-nos mentalmente, mas...

Cortisol e epinefrina. Hormonas que intervêm em resposta ao stress. Que também têm um papel na regulação da glicose e de funções alimentares, desempenhando, por isso um papel na nossa dieta alimentar. 

O cortisol é produzido nas glândulas supra-renais e o colesterol está na sua base bioquímica. E em situações de stress, o cortisol, que é considerado tóxico, a nível cerebral, dá-nos uma sensação de nevoeiro mental, de confusão, por um efeito ainda em estudo, mas provavelmente associado ao constrangimento dos vasos sanguíneos o que, aliás, nos faz responder ao stress, pelo desconforto e de um ritmo cardíaco mais elevado, descontrolado também. A nível mental, a sensação de falta de controlo racional e emocional, provoca-nos a necessidade de uma reacção contrária, para bloquear o stress. 


O nível de produção de cortisol, tóxico em excesso é importante na defesa, na prevenção de situações stressanets e na preparação do nosso sistema de alertas, em conjunto com outras hormonas.O stresse excessivo pode ser extremamente desconfortável a par do descontrolo emocional. Está por demonstrar o efeito "droga", impulsionador de mais tensão, stresse e descontrolo, provocado por excessos hormonais e por combinações tóxicas para um normal funcionamento cerebral. Mas parece ser real que em situação de forte carga emocional, as produções hormonais se desequilibram. Evitar situações de descontrolo e stress, pode passar desde logo pela consciência delas, pela noção perfeita dos efeitos pós stress e descontrolo, pelas consequências aliás, para nós mesmos e pelo que a outros que nos são querido pode causar. 

A noção, o conhecimento dos nossos momentos de maior tensão são a nossa maior protecção. Não pelo evitar liminarmente, mas apenas pelo controlo, sobre o descontrolo. Uma depressão, principalmente se não completamente controlada medicamentosamente, pode ser um factor de segurança pelo que acarreta de auto-conhecimento fundamental. 

O controlo medicamentoso, muitas vezes fundamental, ofusca e adia sempre esta possibilidade de reacção e de correcção de comportamentos. Muitas terapêuticas médicas, na realidade a esmagadora maioria, são baseadas numa outra aérea da Ciência, a Estatística. E com ela, a Medicina fica refém de dados comprovados como estes (isto é afirmado por cientistas a sério): estatisticamente são necessárias 300 pessoas para que um medicamento actue em 1. E os efeitos secundário? Por cada pessoa, 5 % de feitos secundários possíveis e graves. Ou seja, das 300 que tomam medicação, 1 pode ser beneficiada, mas 15 serão afectadas por efeitos secundários, quer dizer, 5 vezes mais por estes efeitos, do que pela cura. 

O grande truque é ...pensar, tentar prever situações. E muitas, serão impossíveis. Se uma discussão com alguém se pode evitar, ou diminuir os riscos de não a controlar, ou se uma situação de esquecimento de objectos e actos diários nos pode provocar stress, podemos tentar organizar o nosso mundo. Desde logo, em situações como exemplifiquei. 

Porque já outras, como uma emoção forte, provocada por algo totalmente inesperado, como um acidente grave com alguém que nos é querido, uma doença de um ente querido, ou mesmo nossa, uma morte de alguém, ou, pelo contrário, um acontecimento de grande felicidade, com um filho, connosco, como um sucesso pouco esperado, ou, evidentemente, o nos apaixonarmos quando menos esperávamos, ou nem queríamos, nestas situações toda a preparação é inútil. Totalmente inútil. E em muitas nem faria sentido estarmos preparados, pois há outra perspectiva dos acontecimentos e da vida em geral que tem a ver com o lado não emocional, mas sentimental dela. A beleza do inesperado é, por vezes o que mais nos preenche e exalta como pessoas. 

A beleza de sermos surpreendidos, por outros e por nós. A beleza de nos terem elogiado no trabalho e, com muito maior razão de causa, a de nos sentirmos apaixonados e vermos isso na pessoa objecto desse sentimento. Podemos e devemos preparar-nos com os nossos factores de segurança e com o controlo, programado, que conseguirmos, mas não em tudo. O surpreendente é um dos maiores encantos da vida.

E se o controlo é fundamental, numa fantástica e desafiante viagem diária entre razão e emoção, entre consciente e subliminar, entre prever e nem querer saber o que vem...o mais surpreendente e o maior desafio é ter a sabedoria ao alcance de muito poucos ( e não nos esqueças que todos somos diferentes com todos os que conhecemos, ontem e hoje) de transformar um sentimento forte e muito pouco controlado, em outra coisa ainda maior e mais compensadora, que é ir sabendo alimentar o prazer que outra pessoa nos dá, toda a felicidade que esse sentimento maior nos oferece...


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