Passou um ano
Um ano de governo socialista e ...muito pouco ou nada mudou, pelo menos para melhor.
Não sou eu, apenas, que faço esta análise e também sei que nem tudo tem que ver com o Governo, nem tudo depende, sequer, da política.
Os nossos (maus a muito maus) empresários continuam a ser os mesmos. Alguns, que se julgam muito bons e importantes, limitam-se a fazer importações, sendo representantes de empresas de outros países. Esta mania das representações ("conseguir uma boa representação") é uma das bases mais asfixiantes do nosso tecido empresarial. Mas eles, só eles, não vêm. Mas os empresários de Espanha há muito que entenderam isso. Outros empresários nem as representações que conseguiram as conseguem manter. Mas continuam a ser bons, muito bons. Basta ver como se vestem, como se deslocam, que restaurantes e hotéis frequentam, etc.
As importações são uma absoluta necessidade para a nossa economia, pouco original, pouco criativa, pouco produtiva. As empresas multinacionais que cá querem investir devem ser acarinhadas e essa lógica tem sido bem trabalhada por este Governo.
Mas tais investimentos estrangeiros servem de pouco se não tivermos a capacidade de aprender com eles, de saber investir também com eles. Isso aconteceu com a Autoeuropa e com outras empresas internacionais que em Portugal criaram unidades produtivas. Mas nem com tidas foi assim, nem é seguro que assim venha a ser.
O mais importante no entanto é que, paralelamente ao contínuo descontrolo das contas públicas (eu havia dito que o défice iria aumentar em 2006...só falta mesmo que a União Europeia diga qual o valor...eu aposto em mais de 7%...), agravado pelo contínuo despesismo agora mais escondido, com a conivência do Banco de Portugal e do Tribunal de Contas, e com a velha mania de ser o Estado a nomear seus administradores em empresas já privadas, como a EDP e PT (com os consequentes elevadíssimos vencimentos que auferem tais gestores - os mais elevados da Europa! nas piores empresas da Europa...), paralelamente a tudo isto..que é nada em termos de criação de produção, criatividade, inovação e riqueza, há uma instalação de interesses em volta dos anunciados pacotes de investimento (planos tecnológicos, obras megalómanas, etc) e há uma lentidão excessiva no que toca surgirem novas empresas verdadeiramente inovadores e elevado valor acrescentado.
Um ano passado e há diversas crises à vista: na educação ( a mais importante matéria de governação, que importa reformar, mas bem!), na cultura ( a segunda mais importante), ( já referido), na agricultura (onde se confunde a inevitabilidade da redução do número de empresas/explorações agrícolas, com a necessidade de apoiar as que se mantêm e, ao invés, nem se dialoga com produtores ou associações, mas Portugal continua a ser deficitário em termos alimentares, tendo até aumento o défice desta balança comercial, sem que tivesse conseguido compensar com criação de riqueza noutros sectores económicos de modo a poder suportar o aumento da sua dependência do exterior…tudo má fé e má gestão da parte do governo), no plano externo (com afirmações despropositadas, desconexas e infantis do Ministro dos Estrangeiros), na saúde (em que se persiste em modelos socialistas mas, paradoxalmente, se pretendem introduzir medidas de estilo americano, mais radicais do que as de governos ditos de direita…), na Ciência (onde apesar dos esforços e carolice de alguns cientistas mais voluntariosos, tudo continua mais ou menos como sempre esteve: no marasmo português), e em tantas outras áreas que nem vale a pena já enunciar.
Tudo como dantes, mas algumas coisas em piores... o desemprego aumenta e, em vez des e conseguirem criar 150.000 novos empregos em quatro anos, perderam-se 550.00 num só ano, batendo todos os recordes em crescimento de desemprego! Aliás segendo o INE (Instituto de Estatística) o valor de cerca de 8 % ( o maior em muitos anos...) nem corresponde à realidade pois está mascarado pelo número de pessoas que ou já desistiram de procuram emprego ( e já nem estão inscitas) ou pelas que trabalham tão poucas horas semanais que jé nem entram na estatística de emprego!!! O valor real rondará os 11 %, sendo assim igual ao de Espanha, quando se julgava que este era o único dado vantajoso em relação aos vizinhos agressivos que temos
O crescimento da economia já não é os anunciados 0,8% mas sim 0,3% (três décimas... são decréscimo e não crecimento...) e o valor esperado para 2006, e insrito no Orçamento para este ano, foi revisto mesmo antes de entrarmos em 2006!
Mês a mês venho escrevendo o mesmo. Mês a mês tudo continua na mesma. Mês a mês a factura de quem votou em tamanha incompetência vai crescendo. Mês após mês sou ingnorado pela blogosfera, porque sou um chato que escreve demasiado sobre política, porque só dou quadros pessimistas de Portugal...
Mês após mês vou infelizmente confirmando como tenho razão...
Uma vez mais: não me leiam!
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