O ódio e o egoísmo nestes dias



Sempre houve ódio. Social ou individual, o ódio sempre existiu. Uma construção humana difícil, com múltiplas causas. 

Não sei se todo o Ódio se explica com base em razões sociais, ou humanas individuais. Não sei mesmo, se o ódio se explica. Mas observa-se e sente-se até vindo de quem jura amor...

De Regimes de ódio (social) a História conta-nos e ensina-nos (pelos vistos nunca aprendemos, suficientemente).

Á pergunta sobre se hoje há "mais ódio" (o ódio mede-se, em quantidade? Mede-se o Amor?), também não tenho elementos para responder.

O que sei é que há muita confusão sobre isto, e sobre o que é ou não é ódio. 

Hoje, tivemos nota de um atentado de ódio em Portugal. Em Lisboa, no Centro Ismaili. 

Pode nem ser um caso concertado, planeado, de cariz terrorista, mas de ódio é com certeza.

Mas confundir isto com a oposição firme, veemente, a governos, Partidos, ou figuras políticas, pode ser um exagero tão perigoso, ou arriscado, no que de erro de análise supõe, que não nos leva a nada, ou a soluções algumas.

Resolver isto? Resolver ou evitar novas situações ou eventos destes? Teremos mais ameaças no futuro? Mais atentados? Os movimentos migratórios estão associados a estes eventos de ódio ao outro? Mais uma vez, uma análise tão arriscada, como provavelmente errada. Não creio que o aumento, certo, de movimentos migratórios (alguém se pergunta porque não há movimentos desses em relação à China, à Rússia, à Venezuela...?) possa ser associado a este ódio, religioso, racial, político ou social.

Mas sei uma coisa: O Ódio contra as pessoas existe, patológico ou não, premeditado ou espontâneo, e andaremos sempre às voltas para o explicar. Para o evitar? Não iremos ter essa capacidade. É tão (des) humano, como outros sentimentos, bem mais queridos de todos nós.

Se hoje vivemos, ou sabemos, de mais episódios de ódio que antes, talvez se deva a mais gente neste planeta sem solução para tudo, a estas novas condições de divulgação de notícias como nunca antes, mais do que a um crescendo de tais situações.



Mas o que nunca é demais é fazermos a construção oposta. E nessa cabe tudo, tudo é válido: amor, aos pares ou amor social. Amor mono ou poligâmico. Amor e amizade e respeito social, político, religioso ou o que queiram. Mas é uma construção mais difícil, porque o instinto, o impulso impensado, ou a construção gradual das aversões parece ser, por vezes, ou frequentemente, mais fácil e mais "barata" à nossa mente. Tal como o egoísmo, a antipatia, o desprezo pelos outros ou a ambição sem escrúpulos. E a distância, até, que muitas pessoas nutrem, por amigos em dificuldades. Mas penso que o egoísmo, como em tempos escrevi, tem sempre de ser pensado, moderado e controlado, para que nunca atinja ou prejudique alguém. 

E vejo-o tanto...talvez muita coisa comece por aí.

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