Dias. Há dias...
Uma vez por outra, cai-nos a Lua em cima. Não é não esperar, é não querer mesmo. Mas não há como fugir dela a tempo e ...quando nos damos conta, lá fomos esmagados pelos nossos melhores sonhos e pelos mais temidos pesadelos. E depois?
Fôramos de pedra e faria alguma diferença, algum efeito? Somos de carne e muitos neurónios e estes malandros pregam-nos com cada uma...
Pois é. Se arranjarmos uma caixa para arrumar todos os nossos erros e disparates, todos os nossos excessos mais odiados, e com eles, a cobrir tudo antes de fechar a dita caixinha, os nossos mais pesados remorsos, talvez a caixa se verifique ser maior do que todo o nosso mundo e mais longa ou complicada de deslindar, se a abríssemos, que uma vida inteira. Por sinal, talvez tenhamos todos uma caixa de Pandora privada e que preferiríamos esconder no sótão mais remoto que encontrássemos. Mas Pandora é sagaz e foi inventada para nos retirar a serenidade. Salta-se-lhe a ela, e a nós, a tampa...
Nessa caixa, que guardaríamos, bem longe da vista de todos, em particular dos que mais acalentamos a esperança nunca nos verem com a imagem tocada. Mas imagens intocadas é coisa de Hollywood. E as caixas dos nossos segredos mais ou menos negros são por vezes encontradas, ou por vezes se perde a tampa, ou ainda num momento menos inspirado, arrancoma-la nós. E depois? Somos piores por isso? Não temos todos uma, bem em segredo?
O que é mesmo bom é que alguém nos ajude a levar de volta ao sótão, a maldita caixinha. Se houver esse alguém, talvez a dita nunca mais saia do sótão e as teias que por lá abundem a escondam até ao fim dos tempos.
Mas o que se guarda numa caixa dessas pode até ser precioso. Sabemos que...nenhum animal, dos que não pensam, não dos que se conhecem de quatro, tem tal caixa..negra. Sabemos que só a terá quem com muita intensidade e, note-se, algumas especiais necessidades, viva momentos. Viva momentos, coisa de humanos, armados em sensíveis vibrantes. Os de pedra acocoram-se numa perfeição que só eles vêm, e por de cócoras viverem, ficam mais perto do solo, por onde também andam os bichos.
Importante, repito é que se saiba tudo o que o baú esconde e se use, porque é parte de nós, que se use mesmo. Mas que se saiba usar. E o inconsciente, o mau da fita, incompreendido irmão pobre do próprio cérebro, mas afinal ele mesmo, sente-se tantas vezes preso, que um dia grita à luz do sol, ao que responde a Lua e nos tomba em cima.
O Cientista não estará presente, mas há muita ciência acumulada nos sentimentos mais fortes, dos que nos são mais fortes e sempre mais presentes. E nos levam o arca de volta ao sótão, talvez.
Só para humanos excepcionais, sejamos claros. O que é mesmo bom é sermos humanos em encontro com outros como nós. A pedra fria, que se arranje, na companhia dos seus iguais. Não?
Fôramos de pedra e faria alguma diferença, algum efeito? Somos de carne e muitos neurónios e estes malandros pregam-nos com cada uma...
Pois é. Se arranjarmos uma caixa para arrumar todos os nossos erros e disparates, todos os nossos excessos mais odiados, e com eles, a cobrir tudo antes de fechar a dita caixinha, os nossos mais pesados remorsos, talvez a caixa se verifique ser maior do que todo o nosso mundo e mais longa ou complicada de deslindar, se a abríssemos, que uma vida inteira. Por sinal, talvez tenhamos todos uma caixa de Pandora privada e que preferiríamos esconder no sótão mais remoto que encontrássemos. Mas Pandora é sagaz e foi inventada para nos retirar a serenidade. Salta-se-lhe a ela, e a nós, a tampa...
Nessa caixa, que guardaríamos, bem longe da vista de todos, em particular dos que mais acalentamos a esperança nunca nos verem com a imagem tocada. Mas imagens intocadas é coisa de Hollywood. E as caixas dos nossos segredos mais ou menos negros são por vezes encontradas, ou por vezes se perde a tampa, ou ainda num momento menos inspirado, arrancoma-la nós. E depois? Somos piores por isso? Não temos todos uma, bem em segredo?
O que é mesmo bom é que alguém nos ajude a levar de volta ao sótão, a maldita caixinha. Se houver esse alguém, talvez a dita nunca mais saia do sótão e as teias que por lá abundem a escondam até ao fim dos tempos.
Mas o que se guarda numa caixa dessas pode até ser precioso. Sabemos que...nenhum animal, dos que não pensam, não dos que se conhecem de quatro, tem tal caixa..negra. Sabemos que só a terá quem com muita intensidade e, note-se, algumas especiais necessidades, viva momentos. Viva momentos, coisa de humanos, armados em sensíveis vibrantes. Os de pedra acocoram-se numa perfeição que só eles vêm, e por de cócoras viverem, ficam mais perto do solo, por onde também andam os bichos.
Importante, repito é que se saiba tudo o que o baú esconde e se use, porque é parte de nós, que se use mesmo. Mas que se saiba usar. E o inconsciente, o mau da fita, incompreendido irmão pobre do próprio cérebro, mas afinal ele mesmo, sente-se tantas vezes preso, que um dia grita à luz do sol, ao que responde a Lua e nos tomba em cima.
O Cientista não estará presente, mas há muita ciência acumulada nos sentimentos mais fortes, dos que nos são mais fortes e sempre mais presentes. E nos levam o arca de volta ao sótão, talvez.
Só para humanos excepcionais, sejamos claros. O que é mesmo bom é sermos humanos em encontro com outros como nós. A pedra fria, que se arranje, na companhia dos seus iguais. Não?
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