A Difícil Decisão

Portugal encontra-se uma vez mais num momento muito difícil. Portugal e a sua pouco credível e e pouco democrática Democracia.

Há dois anos mudou o Governo, pondo fim a uma das piores épocas da nossa História, com a saída de um Governo liderado por um mentiroso e suspeito de corrupção em mil e um casos. Um Governo de irresponsáveis, de gente agarrada ao Poder e a interesses pessoais.

Nesse momento pouca esperança havia para que Portugal viesse a entrar num período de inversão nas condições de vida dos portugueses, embora algumas promessas tivessem sido feitas pelo Partido vencedor nas eleições que derrotaram o PS, o PSD. Promessas todas, ou quase, impossíveis de serem concretizadas, mas ainda assim acenadas aos portugueses. Logo depois se veio a confirmar que um só caminho nos era permitido, pelos que nos propuseram um Programa, aceite com demasiada facilidade pelo PSD e CDS. A Irlanda, pouco antes havia rejeitado algumas das imposições de uma mesma Troika, que a nós nos quis e continua a querer mais pobres, mais submissos, tornando-nos num país euro-asiático dentro da UE. Um europeu de segunda ou terceira (já que de segunda terão se ser espanhóis e italianos). O Governo nunca assim viu as coisas.

Desde há muitos anos, ou desde sempre na era democrática de Portugal, temos vindo a sofrer da mediocridade que nos governa (desgoverna, aliás). Nos últimos anos, porém, desde o famigerado Sócrates, que nunca mostrou ser sequer um democrata, e muito menos um político sério, tendo usado o Poder em causa própria, à vista de todos, até aos actuais políticos deste Governo, o problema é sempre o mesmo.

Não SABER FAZER e persistir no erro. Se em política o Não Saber Fazer e inaceitável, em Democracia é ainda mais grave e irresponsável e em tempo de crise, diria que até se devia entrar pelo foro criminal. Porque o problema é que tudo o que é feito nos atingir e ter de ser pago pelos governados. Em Democracia a mediocridade não é aceitável e em tempo de Crise, é ainda mais grave e muito mais consequente.

O caminho que nos foi imposto pela Troika é, para além de injusto e incorrecto, completamente irresponsável e não leva a saída alguma. Não é caminho! Nunca o será, nem aqui, nem noutro lado qualquer. O facto de Passos Coelho ter teimado nele, fez dele um caso perdido, mas um problema para todos nós. O facto do PS ter tentado e continuar a destacar-se de uma solução que ele próprio propôs e assinou e, pior, mas mais subtil, não ter outro caminho que não o mesmo, pois um dia Governo, terá de fazer o mesmo, vírgula por vírgula (eventualmente mascarando algumas medidas, como o fez Hollande em França e agora terá de recuar...e enfrentar um resgate), faz de Seguro outro irresponsável, porventura mais gravoso do que Sócrates, pois o tempo das experiências esgota-se.

Neste imenso imbróglio, em que nos colocou Sócrates com a sua irresponsabilidade louca, e aumentado por outra irresponsabilidade (eventualmente vendida a interesses desconhecidos), do PSD e do CDS, o problema da Decisão, sobre o que fazer a seguir não é do Primeiro Ministro, não é do líder da Oposição (que parece um escoteiro num mundo cheio de problemas graves e de gente séria a suportar tudo isto), não é sequer do Presidente da República.

A Decisão é de todos nós. Ou agora, ou mais tarde, mas quanto mais ela for adiada, mais custos teremos todos.




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