Uma Terça qualquer
Numa Terça-feira como esta, uma terça qualquer.
Acordo um tanto cinzento para dar com o cinzento lá fora, num céu que ontem me deixara azul. Classificados como lixo, pelo supostos mais desenvolvidos (já me ponho reflectir no significado deste epíteto), mas sobra-me pouco espaço mental (disposição, vulgo comum) para Moody's (not in the mood for that...) porque outras preocupações me assolam.
Pelo meio de vagas de preocupações pessoais, digo, de mim, comigo mesmo e sobre mim, e uma parte da minha vida, que condiciona muito o restante dela, lembro-me dos últimos dias, enganadoramente calmos.
Porque o meu país, já triste, de tantas 'classificações' e de ser tão puxado 'para baixo, ainda teve de levar com mais notícias deprimentes. Nos últimos dias, o meu país perdeu, duas personalidades de grande vulto, humano e social. E cultural, que é uma vertente que me toca particularmente, em especial.
Maria José Nogueira Pinto. Diogo Vasconcelos. Um e outro, duas pessoas que deixam Portugal mais pobre, no panorama político, cultural e humano. Uma portuguesa e um português que deixavam orgulhosos de sermos este povo.
Já nos faleceram amigos e familiares que nos deixaram bem mais sós e saudosos. Mas vultos como estes, que não conhecia pessoalmente, embora, acrescentam um pouco mais de densidade a estes dias cinzentos.
Numa Terça feira qualquer, como esta em que me encontro, deseja-se que esta calma o fosse bem menos, pois por vezes uma certa tranquilidade exterior, era melhor que o não fosse.
Como um veleiro que odeia a calma excessiva que o impede de seguir com os ventos desaparecidos.
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