A minha análise intrusiva e abusiva de um texto de Mário Soares
Mário Soares. Num artigo na Visão.
Com palavras bem ditas, como muitas vezes o disse.
E com palavras bem ridículas, como também sempre praticou.
Espanta-me que este homem tenha sido Presidente (que acrescentou com a sua intervenção?) Que nos deu este homem, afinal?...
Para quê apertar mais o cinto aos portugueses? Cumpramos o que a "troika" nos impôs e não mais do que isso. A saída só pode vir da UE. (É verdade que a saída vem TAMBÉM da UE. Mas não só, pois como sabe Mário Soares, muitos de nós somos a saída, e seríamos com qualquer Governo, dado termos de 'apertar este cinto que já nem nos serve...ou não?)
O ataque feroz da agência americana Moody's ao euro, por via de Portugal, constituiu, realmente, um murro no estômago. Sobretudo sentiram-no os partidários do neoliberalismo ( Quem são? José Sócrates, que fez o pobres mais pobres? E os ricos mais ricos? Com quem cresceu mais o fosso entre ricos e pobres nos últimos 20 anos? E uma pergunta...eu, que não sou liberal, estranho ler coisas destas de quem se diz democrata, mas depois sente acossado sempre que um Governo não é do PS. Digam-me...em que é que os liberais são piores do que os socialistas? Porque o 'dividendos e influências deixam de recair sobre os do PS?), dado pensarem que o importante é emagrecer os Estados (sim, evidentemente, como a nossa dívida pública de 93% do PIB o demonstra, ou aindas não lhe chega?), até à exaustão (não, não exageremos). Uma vez que o que conta, para eles, são os mercados especulativos, sem regras nem ética (os especuladores não, mas os mercados não são só só especuladores, como se sabe. São também os nossos financiadores, nós e de todos. Não quer assim? E como fazer? ), por criarem rapidamente lucros fáceis e mais riqueza, concentrando-a, sem qualquer sentido de justiça social, nas mãos de cada vez menos pessoas (já comentei isto. Concordo com Mário Soares, mas foi com Sócrates que essas 'menos pessoas se tornaram menos e mais ricas, nunca aconteceu com o PSD, como com o PS. Demonstrável com números oficiais). As desigualdades sociais, a precariedade do trabalho e a miséria são as marcas da ideologia dominante (as desigualdades sociais, deve referir-se ao desemprego crescente na classe média e nos licenciados...com Sócrates, de novo).
No entanto, o ataque da Moody's era previsível para quem estivesse atento à evolução política dos tempos difíceis que estamos a viver (verdade!). Note-se que hoje assistimos a uma "guerra" das moedas, para destruir o euro, que faz sombra ao dólar, o que os neoliberais republicanos e mesmo alguns democratas não suportam (também concordo, mas ainda está por saber se é bem assim, em minha opinião. Desconfio que é, mas...). Ora o desaparecimento do euro conduz, necessariamente, ao fim do projeto europeu e, concomitantemente, ao regresso dos nacionalismos egoístas (Estou de acordo, mas...deixaram de existir algum dia estes egoísmos? O país que tanto adimira, a França não é disso o melhor exemplo, com as ajudas à agricultura, que já nem devia ter, sempre aos níveis mais elevados do que outros, como nós a Polónia, etc?) - que afloram já em alguns Estados europeus - pondo em risco a solidariedade e porventura a paz. A análise do século passado - com a tragédia de duas grandes guerras mundiais - pode-nos trazer algumas luzes, sobre o risco que representará a destruição ou mesmo a simples decadência da União Europeia (UE)...
A China, que tem a sua própria agência de rating (e será imparcial??? Alguma coisa na China é natural, imparcial, democrático, sensato ou saudável, sem interesses escondidos? A China, como exemplo seja lá do que for??? A China que tem presos políticos e censura a todos os níveis? Por favor...) - como a UE devia ter mas não tem -, e o Governo dos Estados Unidos, que se fosse avaliado pela Mood'ys, com o mesmo critério, talvez estivesse pior do que Portugal (isto é bem verdade!), alertaram, há poucos dias, para a necessidade imperiosa de salvar o euro, sob pena de uma catástrofe mundial. Será suficiente para que a Europa acorde? (concordo plenamente, mas como o próprio Mário Soares disse, há uns meses, embora o tivesse feito com a sua intencionalidade facciosa, porque a maioria dos governos da Europa não são socialistas...os 'actuais políticos europeus são medíocres. E concordo!)
Em Portugal, o ataque criminoso - é a palavra - que nos foi feito pela Moody's, foi muito sentido pela maioria dos portugueses, independentemente das suas posições políticas e ideológicas. É verdade que atingiu não só o Estado central, como as autarquias, as regiões autónomas e mesmo, diretamente, grandes empresas privadas e até os bancos.
Foi, aliás, confrangedor ver e ouvir, em televisões e rádios, alguns dos economistas e comentadores habituais a expressar a sua indignação. Ainda bem que o fizeram e, finalmente, talvez tenham compreendido. Mas lembremo-nos que há poucas semanas diziam que a responsabilidade da crise era, essencialmente, do Governo de Sócrates e não da incapacidade política dos dirigentes europeus...(mas é mesmo verdade que a Crise em Portugal tem muito mais a ver com Sócrates e com a sua tremenda e atroz incapacidade, mas também arrogância autista, como o provam os números oficiais e ainda não totalmente conhecidos, como veremos até Setembro, ou Outubro, de um total e despudorado abuso das finanças públicas para uso propagandístico e perpetuação no poder, a qualquer custo. Um descalabro como não havia igual há mais de 150 anos! Há dúvidas? É ouvir e ler. Números oficiais!)
Isso, contudo, pertence ao passado (que abuso dizer isto: pertence ao nosso Presente! E devia ser cobrado a Sócrates, sem hesitações. Culpabilizado e incriminado pelo crime maior de lesar as nossas contas públicas!). Estamos agora perante outro dilema grave: a austeridade imposta pela "troika" não vai chegar, porque vai, necessariamente, fabricar cada vez mais desemprego, desigualdades e miséria (Concordo...). O Governo já pressentiu, julgo, a recessão inicial. Para quê, então, apertar mais o cinto aos portugueses? (porque ainda não se sabe a totalidade do 'buraco' que Sócrates, e não a Moody's ou os mercados, criou, mas sabe-se já que é bem maior do que a avaliação da 'troika' fazia prever. E Soares sabe-o bem, mas como sempre usa da mesma hipocrisia facciosa que volta e meia gosta de usar, para continuar a defender o seu 'clube' acima de tudo e todos. Todos, que somos nós.) Cumpramos o que a "troika" nos impôs e não mais do que isso. A saída só pode vir, como sabemos, da UE. Se os seus dirigentes, tiveram a coragem de mudar de paradigma - como se impõe - e forem capazes de "salvar o euro-, investindo (isto de investir, este discurso ruinoso...mais uma vez parace-me ser a política da distribuição de euros de Sócrates e meia dúzia de governos europeus, que estão como estão exatamente por esta política: o Estado a 'investir' e deu no que deu...), criando mais emprego e mais desenvolvimento nos Estados-membros, a par da austeridade financeira estritamente necessária (necessária, afinal. Pois. Mas emprego que o cria não é o Estado, nem deve ser mais. Essa foi a doutrina que nos trouxe onde estamos).
É, aparentemente, fácil que a UE o possa conseguir. Acabem com os "paraísos fiscais" e a chamada economia virtual (concordo); controlem os mercados especulativos (concordo); punam a corrupção (exactamente! Chega de Armandos Vara, de Sócrates e Silva Pereira e de...como se chamava o razpazinho da PT que deu tanto que falar e todos os 'amiguinhos' o defenderem na lógica do que faz a Máfia, para que se evite que o dito ponha a boca no trombone?); aceitem criar os Eurobonds; e, já agora, terminem com as agências de rating privadas (também me parece). O que nos levou à crise de 2008 - de que ainda não saímos - foi o negocismo sem freio. Os responsáveis, com raríssimas exceções, não foram punidos. Pior: alguns são talvez os mesmos que arrastam agora a UE para o caos (são mesmo).
Se queremos subsistir, temos que mudar de paradigma (inteiramente de acordo, mas mudar o paradigma quer do tal pernicioso neoliberalismo, quer o do utópico socialismo democrático, que quando necessita de dinheiro é mais liberal do que os liberais), como propôs o Presidente Obama em relação aos Estados Unidos (que tenha sorte, Obama, é o que lhe desejo, mas duvido...). Mas é necessário que os verdadeiros europeístas, de todos os Estados-membros, se unam nesse combate cívico e político essencial, pressionando os eurocratas de Bruxelas (estou totalmente de acordo com Soares. E não só. Há anos que digo que a o problema da política medíocre e corrupta, como aquela de onde acabámos de sair, se resolve com mais participação e não com menos e com desalento. A política entra-nos na vida todos os dias, mesmo que queiramos dizer e pensar que não. Por isso, o melhor é que tenhamos mais intervenção). Senão, não!
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