Deolinda - Parva que Sou, Coliseu do Porto. Assim damos a volta a isto!
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar
Um hino? Talvez...veremos. Certo é que a canção que surpreendeu o público no Coliseu do Porto, é uma das reacção públicas mais visíveis e, com algum impacte, desta amorfa geração que ela mesma 'descreve'. Uma geração que, conjuntamente com os desempregados de meia idade, são as vítimas claras do 'reformismo' dos últimos anos...
Vítimas de desemprego e sub-emprego. Vítimas de uma 'aplaudida', míserável reforma da Segurança Social que se diz ter permitido a subsistência do Sistema de Pensões e da Segurança Social, quando se tenta, pelos meios de sempre, da propaganda do Governo PS, escamotear que, para que os actuais reformados ou a entrar proximamente na reforma, tenham uma garantia de a receber a 100% ou próximo disso, os do futuro sem futuro, receberão, no máximo, 50% do que ganharem nos seus últimos anos de actividade profissional. E essa remuneração já será, por si mesma, bem menor e degradante do que hoje se pode receber pelas mesmas funções.
Em poucas palavras: a geração 'parva', com excelente formação, mais do que os seus pais e avós será mal paga, e mal ou nada reconhecida. Fruto do egoísmo das anteriores gerações. A que está agora no poder, público, ou político e também empresarial. A insistência e teimosia de Sócrates em obras públicas desnecessárias, como o TGV e Auto-estradas desertas, bem como os custos das centenas de instituições por Sócrates criadas, é a maior responsável por esta situação: o roubo do Futuro dos nossos filhos e netos. E isto...só agora começa a despertar os da geração 'parva', que de parva nada tem.
Espero que despertem e digam ao que vêm...
Têm todo o direito a discutir e a lutar pela mudança do seu 'destino'. E terão de se fazer ouvir!
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