'A Fuga para a frente'
Paul Krugman:
“Concordo com Risco Calculado quando diz sobre o desespero da situação europeia de que a capacidade de Portugal para vender títulos de 10 anos com uma taxa de juros de "apenas" 6,7 % é considerada um sucesso. Se se pensar sobre a dinâmica da dívida aqui - os encargos de juros crescentes numa economia que provavelmente terá de enfrentar anos a ‘mastigar’ a deflação da dívida - uma taxa de juro alta, é pouco menos que desastrosa. Mas é, na verdade, não tão mau quanto as pessoas estavam à espera a semana passada e daí o sucesso.
Com mais alguns sucessos e a economia da periferia europeia será destruída.”
Calculated Risk:
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“Howard Wheeldon, Senior Strategist do BGC Partners, disse: "Mesmo que o governo tenha conseguido utrapassar este leilão de títulos, não significa que o problema esteja, de forma alguma, resolvido."
Aparentemente, a UE está a considerar um pacote de ajuda de € 60 bilhões a Portugal: Portugal Aid, Recompra, Dívida Regras pesou na UE Plano
... Ministros das Finanças da zona euro vão discutir os elementos do pacote na próxima semana ... as decisões podem esperar até à reunião de cúpula prevista para os líderes políticos, para 04 de Fevereiro.”
Wall Street Journal, David Gauthier-Villars e Alex MacDonald:
“Portugal passou um teste-chave através da realização de um par de leilões de títulos do Governo na quarta-feira, mas as altas taxas de juros exigidas pelos investidores sobre a nova dívida sustenta preocupações de que o país ibérico poderá ser o próximo na fila para uma ajuda, depois da Grécia e Irlanda.
As autoridades Portuguesas disseram que o leilão, em que Portugal vendeu 1,25 mil milhões de Euros de títulos do Tesouro, que vencem em outubro de 2014 e junho 2020, foi um sinal de que os investidores estão confiantes na capacidade do país para melhorar a sua saúde financeira. O leilão aconteceu apenas alguns dias depois de Portugal vender € 1,1 bilhões à China, numa colocação privada. Mas enquanto o rendimento médio do vínculo de longa data não foi tão alto quanto os analistas esperavam, a 6,716%, mantém-se perto dos níveis que muitos economistas consideram insustentável para um país de crescimento lento, como Portugal. As altas taxas de juros pagas por Portugal para financiar a sua dívida pública têm alimentado preocupações de que, depois da Grécia e da Irlanda, Portugal terá de procurar uma ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.
"Nós não precisamos dessa ajuda", disse José Sócrates, Primeiro-ministro de Portugal, após o leilão. "Nós só precisamos de confiança, a confiança que os mercados mostraram hoje."
Em Bruxelas, no entanto, as autoridades europeias estão a debater a melhor forma de ajudar os países da zona euro a lidar com os seus problemas de dívida.
Olli Rehn, Comissário Europeu para a Economia disse esta quarta-feira que o Fundo Europeu para a Estabilidade Financeira, EFSF criado em Maio de 2010 depois do Resgata à Grécia,, deverá ser reforçado e alargada a sua aplicação dado que pode ser inadequado para ajudar os países antes do colapso das suas finanças públicas.
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Ao contrário da economia da Irlanda, que foi resgatada pela União Europeia e pelo FMI no final do ano passado, Portugal não está ceder perante elevadas dívidas imobiliárias.
E, ao contrário da Grécia, Portugal adoptou de forma relativamente rápida, medidas para fortalecer as suas finanças públicas, com uma combinação de cortes nas despesas e aumentos de impostos.
No entanto, Portugal está agora a sentir uma pressão semelhante à da Grécia e Irlanda.
Economistas dizem que Portugal pode ter de lutar para reconquistar completamente a confiança dos investidores e para aumentar a dívida a custos acessíveis, após o Banco Central ter projectado esta Terça-feira que a economia do país iria encolher 1,3% este ano.
Para atingir os objectivos de redução do défice orçamental em 2011, Portugal pode necessitar de considerar um novo pacote de cortes de despesas impopulares, por cima das medidas duras já adoptadas no ano passado, dizem os economistas.
"Portugal pode também procurar ganhar mais tempo para consolidar o seu Orçamento, mas tal acabaria por ferir o sentimentos dos investidores", disse Jesus Castillo, economista do banco francês Natixis SA.
O governo, que prevê um crescimento económico de 0,2% em 2011, afirmou que está empenhaoa em reduzir o défice orçamental e atingir as metas (a que se propôs).
Entretanto, os bancos comerciais Portugueses intensificaram em Dezembro de 2010, o uso da ajuda do Banco Central Europeu, quanto a facilidades de empréstimos. De acordo com dados publicados no site do Banco de Portugal Português, os bancos contrairam empréstimos no montante de 40,9 mil milhões de Euros junto do BCE em Dezembro, um aumento de € 3 mil milhões, face a Novembro.
Como já se sabe, este leilão da Dívida foi um pouco melhor do que esperava. Porque se esperava um pouco pior, em termos de procura e de Juros, dada a falta de confiança interna e externa sobre o cumprimento do Orçamento de Estado para 2011. Ainda bem que foi 'menos mal'. Mas daí a festejar como se de um sucesso se tratasse, é exagero, fantasia e pouco sério, principalmente por parte de um responsável, como Teixeira dos Santos. Já de Sócrates, não se esperaria outra reacção, dado que nos habituou às suas fantasias e esbracejamentos fantasiosos. E porque assim, demonstra, uma vez mais, o que já sabemos: a sua inesgotável ignorância económica e elevada irresponsabildade. Mais uns leilões como este, com juros neste patamar e só nos resta a intervenção do Fundo Europeu/FMI. O que terá uma implicação directa: um rigoroso cumprimento das medidas orçamentais, que o Governo já se prepara para incumprir, com as excepções anunciadas e outras descobertas, mas que se tentou esconder e, provavelmente, espera-se um pacote de juros bem mais baixos, já que este patamar é insustentável.
E essa 'entrada' do Fundo Europeu de Estabilização Financeira pode ser já dsicutido ainda este mês, e decidido já em Fevereiro...
Um mês, como me parece e já o disse...
Um mês.
Na prática, como infelizmente se verá, e como defende Teodora Cardoso, Administradora do Banco de Portugal, e muito próxima do Partido Socialista, o atraso em recorrer ao Fundo Europeu/FMI, sairá bem mais caro a Portugal. Aos portugueses. Não a Sócrates e aos socialistas. Aos contribuintes que, assim, pagarão mais caro, pelos juros elevados, e pelos montantes envolvidos, sempre crescentes, dada a teimosia provinciana de Teixeira dos Santos e o orgulho ignorante de Sócrates.
Na prática, como infelizmente se verá, e como defende Teodora Cardoso, Administradora do Banco de Portugal, e muito próxima do Partido Socialista, o atraso em recorrer ao Fundo Europeu/FMI, sairá bem mais caro a Portugal. Aos portugueses. Não a Sócrates e aos socialistas. Aos contribuintes que, assim, pagarão mais caro, pelos juros elevados, e pelos montantes envolvidos, sempre crescentes, dada a teimosia provinciana de Teixeira dos Santos e o orgulho ignorante de Sócrates.
Porque o que está a mais, nisto tudo se escreve de forma simples: Sócrates.
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