O Verdadeiro Big Brother
Num trajecto de vários séculos, desde que os Iluministas pretenderam difundir ideias de abertura das sociedades europeias ao Conhecimento, ao Saber e à sua democratização e, com isso, fazer intervir no destino dos povos, o pensamento informado de cada pessoa, com consequências para os regimes absolutistas, o Mundo Ocidental, foi ameaçado na sua crescente libertação de governantes autoritários e centralizadores, e foi, repetidamente, recuperando Liberdade, ciclicamente ameaçada.
Quando no início dos anos 90 (1989-1990) Berners-Lee imaginou e propôs uma rede global de comunicações que servisse a comunidade científica mundial, não se imaginaria o estado das telecomunicações, nem a liberdade que tal permitiria. A World Wide Web, a ideia e o produto de Berners-Lee tem sido fundacional no cimento de regimes democráticos, tal como o tem sido para políticos a usarem em benefício das suas campanhas, algumas com uma inaceitável manipulação. Sabe-se hoje da manipulação do Brexit com o recurso à Internet e a capacidade de uma empresa (Cambridge Analytics) e a colaboração de outra (Facebook). Sabe-se também do mesmo método para fazer chegar à Casa Branca o improvável Trump. Estes não são os maiores, melhores e mais graves exemplos de manipulação com recurso ao poder, implicitamente democrático da Internet e do seu explícito resultado anti-democrático, como tal, manipulador e ameaçador dos regimes que acalentaram esta liberdade de opiniões e de publicações não censuradas.
São cada vez mais frequentes as queixas da censura sobre publicações incomodativas do poder político. E chegamos a duas verdades e a um perigo evidente, explícito e hiper-real: há efectivamente censura de opinião expressa usando a Internet e há vontade acrescida de institucionalizar essa censura. Em Portugal, país de poucos recursos tecnológicos, já o poder político deu testemunho de pretender controlar a nossa livre opinião, usando a expressão monitorização e a necessidade de modelar o que designaram de expressões de "ódio". São, ainda assim manifestações de pouco poder e resultado eventualmente escasso, ou, podem surpreender-se inverso ao pretendido. A revolta popular maciça e violenta já começou em tempos, com muito menos.
Mas o mais chocante, preocupante e que necessita a nossa atenção colectiva é, de novo, a estratégia chinesa.
Um artigo publicado em 27 de Março de 2020 (em pleno início da pandemia Covid19) no Financial Times, de Madhumita Murgia e Anna Gross, relata uma vasta investigação (iniciada e em curso) sobre a estratégia da ditadura chinesa, com uso do braço tecnológico da Huawei, de pretender construir um novo protocolo de Internet (IP) que estão a designar como New IP, para "regular e controlar" (não assumem ainda abertamente) a Internet, o seu tráfico, acessos, publicações, emissão de opiniões e antes de tudo, acesso a informação "prejudicial". Ora digam-me lá, salvaguardando as diferenças da capacidade tecnológica, a influência comercial e o poder político, qual a diferença para com a "monitorização" que o governo do Partido Socialista pretende iniciar (e com eventuais processos policiais e judiciais como anunciado por Mariana Vieira da Silva. Ora digam-me lá se num outro momento que não apanhasse a maioria de nós distraída com a pandemia e a crise económica mais grave das nossas vidas, e num outro país onde a vontade popular tem logo expressão violenta nas ruas...se só a intenção manifestada não teria já dado uma convulsão social muito agravada e prolongada.
Monitorizar o "mais vasto e descontrolado (ainda bem!) órgão de poder social, a Internet (referido pela imbecil e prepotente ministra como redes sociais...para começar) é evidente Censura. E vejam bem se isto não é colocar Portugal no "caminho chinês" do controlo centralizado do pensamento e da opinião. O mais grave é que já hoje somos manipulados e em grande extensão, por notícias "modeladas" pelo Partido de sempre no controlo da informação de notícias: o PS. Mas bem mais vasto e um dia, eventualmente, irreversível é o controlo chinês do mundo, pela forma da informação e notícia, pelo...conhecimento que hoje julgamos ter do mundo e dos acontecimentos.
A China pretende, real e efectivamente, já são muitas as pessoas que o têm avisado, controlar e acabar com as Democracias e a Liberdade. A China que muitos julgam ser mais um país apenas, a ganhar hegemonia comercial e tecnológica é o nosso Inimigo Comum. Aquele que está a chegar onde nunca um Hitler ou um Estaline vislumbrou, mesmo que tendo sonhado.
E a Internet é um dos meios que pretende utilizar, mas não o único. Controlo comercial e industrial do mundo actual. Controlo Financeiro e económico. Controlo sanitário por pandemias...a China é uma ameaça de Hoje, não de amanhã. E tem aliados muito perigosos: A Rússia de Putin a seguir os passos da China com a Internet controlada e o mundo fechado ao seu povo. Os países árabes, sempre sequiosos de mais controlo e poder. E veremos se na Europa... (atenção a Costa e ao seu Partido...!)
Comentários