Dias. Há dias...
Uma vez por outra, cai-nos a Lua em cima. Não é não esperar, é não querer mesmo. Mas não há como fugir dela a tempo e ...quando nos damos conta, lá fomos esmagados pelos nossos melhores sonhos e pelos mais temidos pesadelos. E depois? Fôramos de pedra e faria alguma diferença, algum efeito? Somos de carne e muitos neurónios e estes malandros pregam-nos com cada uma... Pois é. Se arranjarmos uma caixa para arrumar todos os nossos erros e disparates, todos os nossos excessos mais odiados, e com eles, a cobrir tudo antes de fechar a dita caixinha, os nossos mais pesados remorsos, talvez a caixa se verifique ser maior do que todo o nosso mundo e mais longa ou complicada de deslindar, se a abríssemos, que uma vida inteira. Por sinal, talvez tenhamos todos uma caixa de Pandora privada e que preferiríamos esconder no sótão mais remoto que encontrássemos. Mas Pandora é sagaz e foi inventada para nos retirar a serenidade. Salta-se-lhe a ela, e a nós, a tampa... Nessa caixa, que guardaríam...