A vesícula e a Apple



Andava eu às voltas com a minha estreia nas cirurgias, com uma vesícula incompatível comigo, coisa breve, até ligeira, mas estranha ou avessa, de meter algum nervosismo a leigos e estreantes, e a Apple apresentava os seus resultados do último trimestre de 2011, e anuais, recordes na sua história e invejáveis, no contexto empresarial mundial, em crise ou fora dela. Mais. Apresentava algumas novas versões de dois programas e um totalmente novo e, não apenas isso, inovador. O iBooks 2, que permite mais conteúdos multimédia, de forma muito fácil e intuitiva, como é marca da empresa. O iTunes U, entrando pela porta grande nas edições escolares universitárias, com a maioria das grandes Universidades mundiais (Portugal: Instituto Politécnico de Leiria, pelo que vi até ao momento, apenas) a aderirem, com PodCasts, com vídeos e com muitos textos e manuais académicos. Antes, havia já apresentado o iTunes Match, que permitirá sincronizar e consolidar a música que se tem no iTunes, através do iCloud, ainda só disponível nos USA e alguns países onde o mercado da marca é mais significativo. Mas a novidade mais interessante, mais curiosa e talvez mais revolucionária é o novo iBooks Author, que permitirá a qualquer um de nós escrever e editar livros (textos, multimédia, livros de culinária, contos para as nossas crianças, e dos outros, e difundi-los através do iBookstore. Parece pouco, mas não é. Estes programas, atenção 'tristes defensores de Bill Gates& Company, ou das empresas milionárias que nos exploram as carteiras com software caríssimo, são...Gratuitos. Em troca, a Apple apenas permite a publicação desses textos na sua iBookstore, mas isso será o menos, ou até o mais, pois já se percebeu que em muito pouco tempo, um ano talvez, esta será a maior livraria do mundo, à semelhança da sua loja de música, iTunes. Estas são as medidas, os produtos e as posturas que levam a que a Apple, até ver, será imbatível e INCOMPARÁVEL. Incomparavelmente superior a todas as Microsofts que por aí existam. Escrever, publicar será agora democratizado, e não mais, atenção Portugal, país de cunhas, interesses, influências, sectarismos e outros provincianas atitudes que tantas gente criativa tem deixado ao esquecimento, não mais alguém criativa ficará à mercê da eterna estupidez das editoras (exemplos da estupidez? J.K Rowling, Stieg Larsson, para só dar dois, não portugueses, esses morrem antes de nascer, como sempre, que não conseguiram publicar à primeira, nem à segunda e nem à terceira...sendo agora os maiores fenómenos da literatura, se Sempre! Mas há mais exemplos de talentos perdidos e ignorados: na música, na pintura, nas ciências... mundo   este, que sempre assim foi. E que com mais 'Apple's bem pode mudar!

Até a vesícula que se foi, ou o que cá ficou, se sente melhor!

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