Álvaro...Compromisso e um país que já não se aguenta!
Deixei passar uns dias, antes de comentar este
Acordo, apelidado e único e exemplar, pelo Governo e de Retrocesso, ou outros
adjectivos, todos desajustados, por parte da CGTP e alguns membros do PS, e
toda a esquerda comunista em bloco. Para mim não foi nem uma, nem a outra.
Quero dizer, nem foi um avanço, embora possa permitir alguns avanços em matéria
laboral, dentro de anos (principalmente após o falecimento de gestores sem
escrúpulos, mas ufanos de virtude alguma e...seus filhinhos-família, com as
cabecinhas cheias de esterco de baixa qualidade, mas a proa cheia de manias e
trejeitos, que botam em olhadas snobs e fúteis, sobre quem com eles se cruza,
tantas vezes gente com muito mais valor pessoal e social, se não profissional,
do que esses idiotazitos que mais destroem empresas e vidas de pessoas que
alguma coisa chegam a construir: empresários portugueses. Nem que desapareça a
maioria deles, ou sejam atirados às calendas gregas, este país não irá mudar.
Muito menos com um Compromisso, destes como lhe chamou Álvaro Santos Pereira).
Pode este Compromisso vir a tornar-se um estímulo ou uma base para uma vida
profissional, laboral e empresarial diferente e mais moderna. Talvez possa. Em
algumas matérias avançou-se em relação às Leis laborais obtusas e pró-soviéticas,
que já nem a Rússia as tem, mas carrega um peso com ele, de que não escapará.
Foi obtido à custa de cedências do lado laboral e de quase nenhuma do lado
patronal. Num país com as leis laborais fechadas como tínhamos, pode parecer um
avança, não fora os ditos empresários inescrupulosos, ou mesmo abjectos, que
temos a rodos. Eles, aliás, mais do que ninguém, são tantas vezes culpados de
ainda termos tantos complexos de esquerda por este desgraçado país. Álvaro
Santos Pereira tem sido o móbil de ataque ao Governo quase desde o início. Até
há pouco parecia-me injusto este ataque constante a este ministro em
particular. Li algumas das suas ideias e pareceram-me modernas e evolutivas.
Outras, mais liberais do que a mim me agradam, nem tanto. Para mim, o maior
problema deste ministro tem sido a orgânica do seu ministério. Demasiado grande
e pesado e muito cheio de vícios do passado, quando o Ministério da Economia
estava moldado para satisfazer os lobies próprios e habituais da governação
socialista e servir a sua clientela do costume (uma das grandes causas desta
Dívida difícil de se pagar). Um Ministério muito difícil de gerir e ainda pior,
de ser reformado e configurado para uma Economia mais moderna e competitiva.
Hoje, pelos dias que correm, começo a ter mais
dúvidas sobre este ministro. Mas também continuo a pensar que, com tanta
reforma ou medida reformista a estudar e por em prática é ainda cedo para
ajuizar do Ministro, como o é da sua equipa gigantesca.
Mas o Compromisso, ou acordo de consertação
conseguido, padece de alguns problemas, um a que já me referi, o dos maus,
péssimos e desprezáveis gestores incompetentes, e abusadores (das pessoas, dos
fundos do Estado, da qualidade técnica e seriedade dos seus quadros- a tal
ponto que cada dia mais se referem as pessoas à inutilidade de se ter
conhecimentos superiores e formação diferenciada e de nível e qualidade
internacionais). Os ‘patrões’ como diz Sousa Tavares e bem o diz, no Expresso
deste fim de semana, é transportam consigo, ainda que não assumido o estigma da
fraca competitividade, parcialmente culpável ao Estado (e aos monopólios e
oligopólios como a PT, o sector energético, as prepotências da Banca, e todo o
sector empresarial do Estado, ou que outrora já o foi). Outra vertente de que
enferma a nossa Economia e Sociedade, é o da produtividade, a qual é afectada
negativamente , fundamentalmente, pela reduzida formação da nossa força
laboral, pelos imensos exemplos de maus funcionários, protegidos por leis
anacrónicas (face por exemplo ao nosso principal concorrente nos mercados
diversos, a Espanha) . A terceira vertente da nossa muito fraca capacidade de regeneração
e recuperação económica, que deve e tem de ser o motor que nos puxa do fundo do
poço em que estamos, catapultando para um crescimento consolidado, é o Estado.
Todo o Estado. O excesso de Estado e o mau Estado. As incompetências nomeadas
para lugares de destaque e suposta liderança, agora substituídas por novas
incompetências. Este cancro que são as nomeações de cariz partidário, que se
soma às substituições que deviam ser feitas e não são, mais os muitos milhares
de despedimentos que se impõem num Estado incompetente, demasiado caro e
arrogante, que nos trama a vida todos e dias e, mais ainda, quando precisamos
mudar de vida e puxar por nós mesmos, nessa ‘catapulta’ que nunca surge... Um
Estado demasiado presente e interveniente, e de má forma, em tudo e com todos.
E Caro. Demasiado caro e abusivo. E, ainda assim, necessário em tantas coisas,
como a Regulação e a distribuição de recursos e Justiça, que tão mal fez e nem
quer saber.
Por tudo isto, tenho dúvidas sobre a
capacidade de mudança de uma Economia e de um país agarrado a tanta estupidez e
provincianismo. Um país onde um Presidente da República diz disparates sobre a
suas reformas e as pessoas, que nada têm a ver com as mesmas, se indignam com
coisas destas (sem terem contribuído para as ditas). Ou onde um empresário
exemplar como Soares dos Santos parece não dever ter direito a decidir sobre o
seu próprio dinheiro. Um país e uma Europa que não entendem que circulação de
dinheiros era permitir que se levasse dinheiro para qualquer outro país, pois o
dinheiro, lícito, claro, e as decisões sobre o mesma a cada um devia dizer
respeito. Onde as pessoas se indignam com o que os outros têm, mas não se
preocupam o suficiente com os que não lhes permitem mudar de vida e um dia
sonharem ter o que hoje invejam a esses outros. Um país de invejas infantis. Um
país onde um Primeiro ministro se devia dar bem mais ao respeito do que dá, e
inibir-se de justificar o injustificável, como as nomeações de mais
incompetentes para o lugar de outros, talvez ainda piores que pretendeu sanear.
Um país onde se deviam ter referencias, como o Presidente da República, o
Primeiro Ministro, o Presidente do Supremo Tribunal, o Procurador Geral, o
Presidente da Assembleia da República, estes de agora e os outros, anteriores.
Mas eles parecerem fazer, todos os dias, porque não os consigamos respeitar, e
muito menos referenciar.
Um país...que cansa. Cada dia, mais!
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