Aproveitar a Crise
Todos os dias ouvimos notícias, umas novas, outras renovadas, da Crise Financeira, e Económica, nos principais 'blocos' produtivos e comerciais do Mundo. Notícias da Europa, do Japão, dos Estados Unidos da América.
Uma das mais recentes e relevantes, foi a do corte no Rating dos EUA, pela Standard &Poor's. Segundo o banco Morgan Stanley esse corte, de triplo A, para AA+, irá custar aos EUA cerca de 100 mil milhões de dólares anuais. Isto se não surgirem mais cortes, da mesma agência ou de outras. E essa circunstância irá custar muitos euros também, na Europa, Ienes no Japão e um pouco por todo o lado, este efeito 'de borboleta' trará outra onda negativa a muitas economias e países. Pela interdependência dos países, peas dificuldades de investidores, os mesmos para os grandes blocos económicos, pelo esquema de dependência mútua entre países, no que a crédito internacional, equilíbrio de moedas e factores de competitividade comercial diz respeito.
Hoje, não há um efeito destes que se faça sentir dentro das fronteiras de um só país. E não apenas pela Globalização. Já o era assim antes dela. É-o mais, com a Economia Globalizada.
Mas um efeito, ou uma consequência positiva pode surgir de tudo isto. Por mais que nos custe aceitar, e justamente não o devemos fazer de ânimo leve, que umas tantas agências, empresas, privadas, possam por em causa economias de países, e trazer (nos)-lhes mais custos financeiros, com consequências ainda por prever, as suas 'arrogantes' desvalorozações da capacidade dos países de pagarem as suas dívidas, tem levado a que muita gente, de grande, médio ou medíocre valor, se tenham posto a opininar, por todo o lado, o mesmo é dizer, a discutir.
Discutir o caminho novo que deve ser encontrado.
Entre 2008 e 2010, muitos países se meteram a utilizar erradamente o que diziam serem medidas de política keynesiana, de 'estímulo' às economias. Distribuiram-se verbas colossais (termo bem a propósito, porque continuo a defender que os que antes nos governaram, irresponsavelmente, têm de, de forma responsável, ser culpabilizados, pelos Desvios Colossais, ainda sem que se saiba onde param os caudais de euros entregues a empresas e sectores 'amigos'...) que de nada (NADA!) serviram, mas serviram para nos levar a dívida a mais de 1,6 vezes o que produzimos num ano inteiro. E noutros países a situação é bem mais grave: Espanha tem uma dívida total de mais de 3 vezes o seu PIB, EUA umas 4 vezes, tal como o Reino Unido, o Japão...e a própria Alemanha. Uns, podem ainda continuar a cumprir o 'serviço da dívida' e paga-la, mesmo a custos quase insuportáveis. Mas também isso tem vindo a mudar, como se sabe pelos recentes acontecimentos nos EUA.
Se pusermos as coisas em termos simplistas, diremos que todos têm vivido acima das suas possibilidades (e não apenas os portugueses e os privados, como gostam de dizer alguns socialistas e comunistas cá pelo burgo, onde, por exemplo, a dívida do Estado é superior à dívida privada. Mas em Espanha é ao contrário, tal como nos Estados Unidos). E ainda, de forma mais simples, básica mas não menos verdadeira: todos os euros que ganhamos pertencem a alguém fora do nosso país. Cadeia de dependência que se multiplica por toda a Europa, pelos EUA e pelo Japão. Mas ainda mais, pelo Brasil, pela própria China, que muitos julgam imune a estes problemas, e que, como já talvez se possa infelizmente verificar já em 2012, poderá estar na origem da nova vaga de Crise, quando o seu crescimento económico abrandar drasticamente, ou mesmo se tornar quase nulo.
Este pode ser mesmo, ou é, segundo muitos bem melhor posicionadas, com informação e formação, o dizem já, de se reflectir a sério e de se econtrar uma forma de se efectuarem alterações estruturais decisivas e sérias, no âmbito desta interdependência dos países e blcos económicos.
Certo, parece ser que uma Alemanha (como exemplo não único mas significativo), aparentemente folgada e descansada, não poderá eternamente continuar a produzir barato e vender caro, usando de mão de obra 'escrava' no oriente e de mercados sem poder de compra, que se empenham e endividam, como Portugal, Espanha, Itália, Grécia e ...Reino Unido e EUA (que em aparência têm mais poder de compra, mas que, mais até do que nós vivem bem acima das suas capacidades. Desde os seus vencimentos exagerados e desequilibrados em face do seu próprio país- Reino Unido e Estados Unidos, como Portugal e Espanha, são dos países onde o fosso entre ricos e pobres é mais profundo e desumano, por oposição aos países da Escandinávia, por exemplo).
Estes 'modelos' de 'desenvolvimento' já se estão a tornar e a comprovar como modelos de empobrecimento da grande parte das populações, bem no âmago dos países mais ricos do mundo. E estes desequilíbrios e injustiças estão na base dos populismos políticos e dos extremismos e fanatismos crescentes e reincidentes.
Em conjunto, esta conjuntura pode por em causa o próprio modelo europeu e ocidental de vida e de desenvolvimento.
Pode ser, por isso, este o momento de viragem...
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