O (des) Governo da teoria
(ia escrevendo por aqui abaixo e pluffff! rebentou-me o Firefox na ponta dos dedos e agora...e agora... perdidas aquelas primeiras palavras, ao fluir da mente- pouca-mente, mas alguma...- já nem apetece escrever o mesmo...)
Então o Sócrates (não me apetece chamar ninguém de Engenheiro ou doutor, desculpem-me, sou mais primário, como se costuma dizer da Direita, que é quem todo aquele que não se acha de Esquerda, segundo alguns papalvos...) sempre aceitou as medidas do Ministro das Finanças?
E fez muito bem. Pelo menos assim já o Governo pode dizer que fez alguma coisa. Já não era sem tempo. Mas fez mal. Isso é outra história...
Tantos anos de Estado despesista, imobilista, retrógrado (old fashioned é mais elegante, mas hoje estou mais básico, mesmo- hoje e sempre para os meus caríssimos amigos esquerdistas, dou-lhes essa de barato!), pesadão, improdutivo...
Tantos anos de empresas despesistas (embora aí com maior rigor na selecção de quem pode e quem não pode ser despesista), imobilistas, retrógradas, pouco produtivas, com gestões inadequadas, mais voltadas para a alimentar a ‘vidinha’ do gestor- com o handicap de ser dos mais bem pagos da Europa, faltoso aos seus deveres de contribuinte, doloso até, frequentemente...
E agora a solução, fresquinha e acabadinha de chegar da teórica Cátedra do Senhor Ministro: subam-se os impostos. Fácil! Estou a vê-lo(s) sentado (s) à(s) secretária(s) com a calculadora ao lado (mas desligada), uma folhinha de papel e duas a três linha escritas: subam-se os impostos- o IVA o ISP, sobre o Tabaco e sobre o álcool...e mais uns mais pequenitos. Uma assinatura (Professor Doutor tal e tal...) Pronto (prontos, é mais moderno...). Fácil! Estão a ver? E tarefa cumprida! Agora que se deslindem os outros: as empresas medievais portuguesas, os casais jovens aspirantes a classe média, os pobres, que cada dia são mais.
Até quando o aumento? Alguém diz? Pois era bom saber.
Resolvido o défice (sê-lo-á algum dia?) que fazer depois, que não se deva iniciar já, agora? Sem mais delongas!
Estas medidas lembram-me as empresas que, vendo reduzido o seu mercado, ou a sua base de clientes, sobem os preços, porque um iluminado gestor aplica assim, de régua e esquadro, as teorias da Faculdade. Resultado mais frequente: vende ainda menos e...fecha, passado pouco tempo, por não ter percebido a tempo que o mercado não aceita tudo. Não absorve tudo e não está disposto a tudo.
...não aceita e não está disposto a tudo senhor Ministro! (não fossem os empresários nacionais peritos em fugas a impostos...e agora mais altos, claro que vão pagar melhor, pois... com eles mais se preocupam é com essa entidade, para eles indefinida e nebulosa, chamada País...)
Mas irão ser feitos grandes esforços para melhorar a colecta (engraçado... não me lembro de ter algum dia resultado, sem que não fossem feitos 'descontos' e dadas benesses... contrário ao espírito do próprio aumento da carga fiscal)
Isto é do lado da receita ( do lado mais curto do Orçamento do Estado).
Do outro lado (do lado da despesa, como dizem os economistas...)
Que se vai fazer para se REDUZIREM as despesas públicas? Apenas a congelação de promoções? E de salários? Quanto vale isso tudo somadinho?
Com que contam as empresas, boas e más, nos próximos anos- que estão na imediata vizinhança destes malfadados anos onde ainda nos encontramos, recorde-se!
O Governo diz que vai anunciar medidas para estimular a economia? Não entendo...como?
Sou eu que não entendo...mas esperemos e, já agora, o meu vaticínio: no final do ano o défice será de mais de 7 %. Aposto até em 7,5 %. (Com o sou leigo e irresponsável- no sentido de não ser responsável num qualquer organismo fiscal ou económico- é o mesmo que apostar chegar primeiro numa corrida para a qual nem nos preparámos). Não?
Ou isso, ou estes governantes não são mesmo socialistas!
Aguardemos...
Mais pobres, infelizes e cépticos, mas aguardemos...
Comentários
Leste o artigo do DN àcerca da forma como o último orçamento tinha sido "aldrabado"? Agora imagina todos os outros antes desse :(
E quem se f*** é sempre o mexilhão!
http://dn.sapo.pt/2005/05/24/tema/defice_683_autarquias.html
Enfim...entregues aos bichos, ups, perdão os bichos (mexilhões) somos nós, pois...
..."Ou burros até um dia"...
S'o engenheiro já falou? o'messa! Não se pode invocar o desconhecimento do inginheiro, p...! Poi' não?!
Aliás ele pouco fala, mas pensa muito..e até se lhe ouvem as moléculas, lá dentro, ora....concentra-te: não tás a ouvir? Ele (maiúscula!) pensa por nós, tadinhos!
:)