Li o artigo de Clara Ferreira Alves, como sempre costumo, na revista "Única", do Expresso. Esta semana intitulava-se: "A leitora de Alexandria". Parece que o nosso passado, ocidental já foi mais "iluminado", para fazer referência ao tal "século das Luzes", ou mais florescente, prometedor, se pensarmos em termos da cultura, como veículo principal do desenvolvimento humano. Há muitas referências a esse passado, em que não se inibia, para não dizer censurava, uma parte da humanidade, uma parte das sociedades ocidentais. Precisamente a parte feminina. As mulheres que, por via da actuação de fanatismos religiosos, muito provavelmente ilegítimos em termos da sua fidelidade ao projecto inicial de diversas religiões -cristianismo, islamismo, principalmente – foram impedidas do acesso à aprendizagem, ao conhecimento, à cultura. No entanto, como atesta a menina de Alexandria, com cerca de 2200 anos isto não foi sempre assim. O que me deixa perplexo quanto à nossa actual cegueira, numa certa forma de complacência com as actuais religiões... Não terão sido, melhor, não continuam a ser elas, religiões, ocidentais, orientais, todas ou quase, as grandes, as principais responsáveis pelo nosso ainda incipiente desenvolvimento social e humano? Tantos foram os que já aludiram a isto... e tantos os que assim ficaram condenados ao esquecimento... E nada disto tem que ver com a crença, ou não, individual, interior em um Deus, ou algo que se queira superior e criador, que, afinal, esteja para além de explicações científicas (elas próprias auto limitantes). Mas tudo isto me conduz, cada vez mais à insistência numa ideia – a da liberdade intelectual, que tantos "intelectuais" se prestam, hoje como ontem, a comprometerem, eles próprios, pela filiação em ideias ou conceitos, políticos e religiosos... Um manancial de inteligência subaproveitada.
Li o artigo de Clara Ferreira Alves, como sempre costumo, na revista "Única", do Expresso. Esta semana intitulava-se: "A leitora de Alexandria". Parece que o nosso passado, ocidental já foi mais "iluminado", para fazer referência ao tal "século das Luzes", ou mais florescente, prometedor, se pensarmos em termos da cultura, como veículo principal do desenvolvimento humano. Há muitas referências a esse passado, em que não se inibia, para não dizer censurava, uma parte da humanidade, uma parte das sociedades ocidentais. Precisamente a parte feminina. As mulheres que, por via da actuação de fanatismos religiosos, muito provavelmente ilegítimos em termos da sua fidelidade ao projecto inicial de diversas religiões -cristianismo, islamismo, principalmente – foram impedidas do acesso à aprendizagem, ao conhecimento, à cultura. No entanto, como atesta a menina de Alexandria, com cerca de 2200 anos isto não foi sempre assim. O que me deixa perplexo quanto à nossa actual cegueira, numa certa forma de complacência com as actuais religiões... Não terão sido, melhor, não continuam a ser elas, religiões, ocidentais, orientais, todas ou quase, as grandes, as principais responsáveis pelo nosso ainda incipiente desenvolvimento social e humano? Tantos foram os que já aludiram a isto... e tantos os que assim ficaram condenados ao esquecimento... E nada disto tem que ver com a crença, ou não, individual, interior em um Deus, ou algo que se queira superior e criador, que, afinal, esteja para além de explicações científicas (elas próprias auto limitantes). Mas tudo isto me conduz, cada vez mais à insistência numa ideia – a da liberdade intelectual, que tantos "intelectuais" se prestam, hoje como ontem, a comprometerem, eles próprios, pela filiação em ideias ou conceitos, políticos e religiosos... Um manancial de inteligência subaproveitada.
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