Os próximos 26 anos num país com 50 de socialismo

 


"Demografia e o aeroporto vão a um bar". O título do artigo super importante de António Coutinho, no Observador de 21 de Maio.

Os Dados: 

  • Em 2025 a população portuguesa irá contrair-se em 7%, face a 2022. Ou seja, iremos ser cerca de 9,713, em vez de 10,44 milhões.
  • A população entre os 20 e os 64 anos, dita activa, irá decrescer em 21%, passando de 6,079 para 4,802 milhões.
  • A dependência da população com mais de 65 anos, da que se enquadra entre os 20 e 64 anos, irá passar  de 40% para 70%.
  • Em  2050, crianças, jovens e idosos (abaixo dos 19 anos e acima dos 64) será de 4,910 milhões (51%) por comparação com a de 2022, que era de 4,364 milhões (42%).
O aeroporto de Lisboa, a nova travessia do Tejo, o TGV, uma eventual nova travessia do Douro, são obras que terão de ser pagas por menos pessoas activas, nos próximos anos, do que seriam no passado (se todas estas obras tivessem sido efectuadas há umas dezenas de anos...). 

Por quantos anos mais, depois dos 10 a 12 de construção previsível para estas obras?

As gerações activas em 2050, terão de suportar:

  • Os custos destas obras, que corresponde em tempo de construção a cerca de um terço do seu tempo profissional activo.
  • Terão de suportar custos adicionais com mais população idosa, não activa, mais meio milhão de pessoas, num país com menos população (+545 000 pessoas)- os tais mais 9 pontos percentuais em relação a 2022 (51, face a 42%).
  • Terão de suportar um custo imenso de convergência real com a Europa, que o socialismo do PS nunca conseguiu ou nem sequer quis, mas que tem forçosamente de acontecer (ou os restantes cenários de reformas, de grandes investimentos públicos, de melhoria do PIB per capita e do poder de compra, nunca acontecerão da melhor forma e o peso dos custos, será ainda, relativamente, bem mais pesado!)
  • Terão de suportar um custo adicional, ou melhor, um esforço, de poupança, que nunca as gerações actualmente activas conseguiram: para poderem ter reformas com sustentabilidade pessoal e familiar, que, de forma oficial, pelos actuais sistemas da segurança social passarão para 40% do seu vencimento mais elevado no fim das suas carreiras. Uma poupança que é habitual na Europa efectivamente rica e evoluída, e uma completa miragem em Portugal, actualmente.
Que resta aos jovens destes próximos 26 anos? Emigrar...? Isso significará uma falência mais rápida do nosso Estado, do Estado Social, da Segurança Social, da insustentabilidade dos investimentos do Estado e da solubilidade do Estado no seu todo...!

Só há um caminho e esse nunca poderá passar pela mesma solução do passado socialista, em que só importava sustentar os custos do Estado e o suporte de uma população crescentemente dependente do mesmo. 

Esse caminho, porque subir impostos e retirar capacidade às pessoas e às famílias, de efectuarem poupança, de investirem em si e nos seus, de poderem um dia suportar mais população inactiva, não foi, demonstradamente solução, é deixar mais recursos auferidos pelas próprias pessoas, no bolso delas. 

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