O Liberalismo actual explicado

 


O Liberalismo não é (para começar com uma negativa, e não a repetir, pois o positivismo das ideias é uma das pedras basilares do Liberalismo) uma ideologia nova, não é uma ideologia que surge como a que vem depois das clássicas Socialismo, ou Conservadorismo. Não me irei expandir pelas formas de regime que não constituem propriamente ideologias, como Fascismo, ou Social-democracia, ou Comunismo, ou mesmo o que hoje confunde muitas pessoas, e propositadamente é usado para as confundir, o Populismo (ou no plural, para ser mais correcto, populismos).

Locke e Hobbes, na época dos grandes Iluministas, fundaram bases do Liberalismo: o individualismo, a liberdade individual, o respeito pela Lei e pela sua institucionalização, o Humanismo, a Tolerância. Lendo isto, muitos de vós podereis pensar em que tais princípios são comuns a outras ideologias e, sobretudo, a regimes democráticos não propriamente liberais. E não apenas eles.

Desde logo, se um regime é genuinamente democrático, se o "governo do povo" respeita a diferença, a tolerância e a liberdade individual, em todas as suas formas de expressão, é um regime de Democracia Liberal, por oposição a Democracias não liberais, onde a diferença de ideias, o prazer mesmo por saber e respeitar essa diferença, não é respeitado. Democracias onde o Estado procura preponderar, não são autenticamente liberais.

Exemplos de Democracias não liberais são a Hungria, a Turquia, o Brasil, os EUA em momentos dados (com Trump seguramente), e nos últimos anos, por breve período sem futuro que se preveja, Espanha e Portugal. O respeito pelo pensamento dos outros, a tolerância sem escárnio do que outros pensam e desejam para si a para a sua sociedade, têm sido bem atacados na Península Ibérica. Há mais exemplos, mas fiquemo-nos por estes.

Quem me leia, já deve argumentar, neste momento que não sendo liberal, segue vários desses princípios (e há outros a que me dedicarei noutras publicações). Evidentemente. Mas que não sobrem dúvidas que esses princípios foram ideologicamente inaugurados pelo pensamento Liberal!

Para um Liberal a liberdade sua e dos outros é intocável. Mas hoje, há um limite, que se não na base ideológica, na prática política há que realçar: a liberdade dos outros que não atentem contra a nossa própria liberdade! E aos que atentem, a tolerância pode ficar-se pelo plano teórico e na vida prática, não ser totalmente seguida: respeitar quem nos respeita!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Millennium de Stieg Larson: Os homens que odeiam as mulheres

A memória cada vez mais triste do 25 de Abril