O Dilema de 2023
Portugal tem um Governo de maioria absoluta. A maioria que foi oferecida ao Partido Socialista, representa duas coisas: um erro clamoroso dos eleitores e um engano ou erro imperdoável da Oposição ao PS, digo, do PSD.
Mas agora, há que aguentar. Ou não.
Costa, arrogante como sempre, com a arrogância típica dos incompetentes que nunca reconhecem a sua incapacidade, intelectual, de organização, de conhecer e de ter ideias sobre o que fazer na sua função (características que jé observei em mais do que um chefe ou director em empresas onde trabalhei, diga-se), "avisou-nos" de que teremos de nos "aguentar". Esqueceu-se, porém que um país é ainda mais do que um regime político, mesmo democracia, sólida de liberal, ou asfixiada e muito pouco liberal, como a de Portugal. Esqueceu-se que um povo é sempre dono do seu destino, ainda que em ditadura, em democracia não liberal, ou num regime de total respeito pelas pessoas (o que não é o caso português). Em último recurso, o povo fala. Na rua. E, por vezes, é teimoso e não desiste das suas pretensões. Não sendo este um aviso, porque não sou socialista e muito menos Costa, talvez fosse bom que os políticos, portugueses (europeus, já agora, também) aprendessem que quando se sente o sabor da liberdade, já dificilmente se desiste.
Mas Costa, no fundo, no fundo, até começa a ser um problema lateral e um dia, um problema menor. Pequeno, como ele.
O problema é que um governo disfuncional e incompetente, a que se soma a intolerável arrogância do Partido que o apoia, e de algumas figuras da nação, ainda menores, que se julgam maiores (ser maior é uma conquista de mérito), começa a dar sinais de não ser capaz de nada ou coisa alguma. Excepto mentir, manipular comunicação social e órgãos da Justiça e tentar enganar mesmo quem já cá estava antes de tais meninos da política. Mas como costumo dizer, um burro não tem a noção exacta da sua inteligência limitada.
O problema, o dilema nacional, é que se um Partido com maioria nos mente e nos engana, nos rouba e aldraba, a Oposição ainda anda a construir (mas anda!) uma alternativa com ideias (e uma visão com futuro).
Costa assumiu a responsabilidade pelo que se passou, passa e irá passar com a TAP. Ou melhor, com as dezenas de milhares de milhões de euros, que desde 1974 se enterram na TAP e se faz os portugueses pagarem. Assumiu o escândalo com Pedro Nuno Santos e agora com Galamba. Assumiu o escândalo da ilegalidade do envolvimento do SIS. Assumiu a incompetência e mentira com a TAP (imagine-se o que ainda não sabemos sobre uma EDP, a Banca, o BES, os envolvimentos de Costa com Sócrates, os fundos europeus sempre mal geridos e quase nunca utilizados no que se deve...).
Como Costa assumiu, ao não demitir Galamba, é ele o presumido responsável pelo que se passa e passará com a TAP e com casos idênticos.
Não é, por isso, a Galamba que temos legitimidade de exigir a demissão. É a Costa.
E o dilema já se sabe qual é.
Se uma oposição não consegui desmontar a mentira de Centeno, de Medina, de Costa e de todo o Governo sobre as falsas contas certas, ou sobre as contas certas para o país e povo errados, no momento errado, não estou a ver como irá construir uma coisa diametralmente distinta de um governo insuportavelmente mentiroso e arrogante.
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