Iluminismo Agora
O título é de um livro de Steven Pinker (Enlightenemt now: The case for Reason, Science, Humanism, and Progress, Viking, 2018) de que iniciei leitura há pouco. Steven Pinker é Professor de Psicologia em Harvard, e um dos pensadores mais activos na actualidade na reflexão sobre o nosso mundo de hoje, como aqui chegámos e em que "status" estamos quanto a Qualidade de Vida, progresso, Liberdade, Igualdade, Democracia, Tolerância e Regimes políticos e Sociedades que praticam o Humanismo, inspirados e seguidores do Iluminismo de há mais de duzentos anos.
Numa sua anterior obra (The Better Angels of our nature, Viking, 2011), Pinker defendeu que a ideia de que hoje termos mais repressão ou nem tanto progresso social, no respeito humanista por todos, na inclusão de minorias, é falsa e, pelo contrário, vivemos agora um tempo em que há mais sociedades humanizadas do que há cinquenta anos, do que há cem anos e, claramente, do que há duzentos anos e antes.
Concordo integralmente com estas ideias de Steven Pinker, como de outros autores igualmente positivistas e progressistas. Mas quando este autor publicou a sua mais recente reflexão sobre o caminho da Humanidade e do Humanismo, tinha como base as aflições e preocupações de todos nós perante fenómenos recentes nas diversas sociedades por este mundo, mais ou menos democráticas e inspiradas nos mesmos ideais de 1789 e dos "Fundadores da América", os mais reconhecidos movimentos de praxis do Iluminismo. Ele próprio, um pensador positivo e optimista, reflecte as mesmas preocupações e, por isso, exorta-nos a todos à prática social e politicamente saudável, do regresso adaptado, à actual realidade, de tais ideais.
Populismo, fanatismo religioso, manipulação social por via de alguma ou muita iliteracia (que tem evidentes progressos nos últimos cem e cinquenta anos, um pouco por todo o mundo, ou pelo menos em sociedades onde o limite de desenvolvimento social não é determinado por grande escassez de alimentos e de trabalho), manipulação subtil em sociedades democráticas e em países com séculos de desenvolvimento mais ou menos lento, mas sempre progressivo, são preocupações desta obra, deste pensador, de tantos outros observadores e investigadores políticos, sociais e filosóficos e, de boa parte de todos nós.
Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, investigadores políticos e observadores dos regimes democráticos ocidentais, no seu How Democracies Die (Crown, 2018), partilham parte destas preocupações. Por cá, intelectuais como Jaime Nogueira Pinto ("Ideologia e Razão de estado", Livraria Civilização Editora, 2013) e Vasco Pulido Valente, Rui Ramos e outros, têm versado sobre alguns perigos de deterioração das Democracias, da nossa e de muitas outras, por força de subtis forças de manipulação pública, produção de dados económicos e sociais falsos e manipuladores, e condicionamento da intervenção política, a par de um sempre crescente movimento de captação de recursos por via de redes de corrupção activas e nunca penalizadas, que têm envolvido de forma quase transversal, muitas organizações políticas e de intervenção social, um pouco por toda a Europa e mundo Ocidental, com particular incidência em Democracias menos maduras.
A par de um inquestionável progresso social, nem sempre acompanhado da Economia e do Poder de compra dos povos, há manifestações preocupantes de défice democrático, no que se começa a designar de democracias soft, por diferenciação com democracias maduras e estáveis.
A mais antiga democracia do mundo, no Reino Unido, deu recentemente provas da errada manipulação obviamente populista, com consequências ainda imprevisíveis para aquele país, como para a Europa. Novamente refiro Jacques Barzun, historiador de origem francesa, de uma incrível e longa produção de investigação histórica e filosófica, radicado no Canadá e falecido em 2012 com 104 anos e o seu monumental ensaio Da alvorada à Decadência (Gradiva, 2013), onde analisa a evolução do mundo europeu desde a Grande Cisão e durante os últimos 500 anos da nossa rica História.
Isto https://www.facebook.com/paulamourapinheiro/videos/2168790583375022/ também nos merece reflexão.
A Europa é uma região de Liberdade, Progresso Cultura e Democracia. Nunca será um lugar perfeito, se haverá algum e se sabemos o que é perfeição (conceito distinto de uns para outros), mas se nos recusamos a analisar activamente a realidade actual e não vemos como preocupante o recrudescimento de movimentos com base totalitária, bem mais de "esquerda" do que de "direita" (e se não somos capaz de ver como movimentos de degradação da Cultura, Progresso e desenvolvimento, movimentos como o Bloco de Esquerda ou o Podemos...) podemos incorrer em erros e risco de grande gravidade. Podemos, no mínimo, reverter para atrasos sociais e económicos ou simplesmente estagnar. E, por favor, não se considere progresso ou estagnação apenas os ascpetos ou sectores económicos de uma sociedade. A vida social e cultural, com mais ou menos progresso económico pode ser bem mais marcante e decisiva.
O Pensamento, foi a base do movimento Iluminista, muito para além das questões económicas. Ainda hoje me surpreendo com muito conservadorismos social que por aí grassa...
Numa sua anterior obra (The Better Angels of our nature, Viking, 2011), Pinker defendeu que a ideia de que hoje termos mais repressão ou nem tanto progresso social, no respeito humanista por todos, na inclusão de minorias, é falsa e, pelo contrário, vivemos agora um tempo em que há mais sociedades humanizadas do que há cinquenta anos, do que há cem anos e, claramente, do que há duzentos anos e antes.
Concordo integralmente com estas ideias de Steven Pinker, como de outros autores igualmente positivistas e progressistas. Mas quando este autor publicou a sua mais recente reflexão sobre o caminho da Humanidade e do Humanismo, tinha como base as aflições e preocupações de todos nós perante fenómenos recentes nas diversas sociedades por este mundo, mais ou menos democráticas e inspiradas nos mesmos ideais de 1789 e dos "Fundadores da América", os mais reconhecidos movimentos de praxis do Iluminismo. Ele próprio, um pensador positivo e optimista, reflecte as mesmas preocupações e, por isso, exorta-nos a todos à prática social e politicamente saudável, do regresso adaptado, à actual realidade, de tais ideais.
Populismo, fanatismo religioso, manipulação social por via de alguma ou muita iliteracia (que tem evidentes progressos nos últimos cem e cinquenta anos, um pouco por todo o mundo, ou pelo menos em sociedades onde o limite de desenvolvimento social não é determinado por grande escassez de alimentos e de trabalho), manipulação subtil em sociedades democráticas e em países com séculos de desenvolvimento mais ou menos lento, mas sempre progressivo, são preocupações desta obra, deste pensador, de tantos outros observadores e investigadores políticos, sociais e filosóficos e, de boa parte de todos nós.
Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, investigadores políticos e observadores dos regimes democráticos ocidentais, no seu How Democracies Die (Crown, 2018), partilham parte destas preocupações. Por cá, intelectuais como Jaime Nogueira Pinto ("Ideologia e Razão de estado", Livraria Civilização Editora, 2013) e Vasco Pulido Valente, Rui Ramos e outros, têm versado sobre alguns perigos de deterioração das Democracias, da nossa e de muitas outras, por força de subtis forças de manipulação pública, produção de dados económicos e sociais falsos e manipuladores, e condicionamento da intervenção política, a par de um sempre crescente movimento de captação de recursos por via de redes de corrupção activas e nunca penalizadas, que têm envolvido de forma quase transversal, muitas organizações políticas e de intervenção social, um pouco por toda a Europa e mundo Ocidental, com particular incidência em Democracias menos maduras.
A par de um inquestionável progresso social, nem sempre acompanhado da Economia e do Poder de compra dos povos, há manifestações preocupantes de défice democrático, no que se começa a designar de democracias soft, por diferenciação com democracias maduras e estáveis.
A mais antiga democracia do mundo, no Reino Unido, deu recentemente provas da errada manipulação obviamente populista, com consequências ainda imprevisíveis para aquele país, como para a Europa. Novamente refiro Jacques Barzun, historiador de origem francesa, de uma incrível e longa produção de investigação histórica e filosófica, radicado no Canadá e falecido em 2012 com 104 anos e o seu monumental ensaio Da alvorada à Decadência (Gradiva, 2013), onde analisa a evolução do mundo europeu desde a Grande Cisão e durante os últimos 500 anos da nossa rica História.
Isto https://www.facebook.com/paulamourapinheiro/videos/2168790583375022/ também nos merece reflexão.
A Europa é uma região de Liberdade, Progresso Cultura e Democracia. Nunca será um lugar perfeito, se haverá algum e se sabemos o que é perfeição (conceito distinto de uns para outros), mas se nos recusamos a analisar activamente a realidade actual e não vemos como preocupante o recrudescimento de movimentos com base totalitária, bem mais de "esquerda" do que de "direita" (e se não somos capaz de ver como movimentos de degradação da Cultura, Progresso e desenvolvimento, movimentos como o Bloco de Esquerda ou o Podemos...) podemos incorrer em erros e risco de grande gravidade. Podemos, no mínimo, reverter para atrasos sociais e económicos ou simplesmente estagnar. E, por favor, não se considere progresso ou estagnação apenas os ascpetos ou sectores económicos de uma sociedade. A vida social e cultural, com mais ou menos progresso económico pode ser bem mais marcante e decisiva.
O Pensamento, foi a base do movimento Iluminista, muito para além das questões económicas. Ainda hoje me surpreendo com muito conservadorismos social que por aí grassa...
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