Refundação, talvez...
Há momentos em que estamos demasiado saturados dos temas diários, com que nos assolam os fins de tarde e anoitecer. O desencanto, desalento, a que um descrédito generalizado nos trouxe. A desilusão, que entrou pelas nossa falsa calma e serenidade.
Tem sido assim com a nossa política, com uns de nós mais do que com outros.
Houve tempos em que acreditámos em pessoas. E em ideias. Nem sei se mais em ideias, ideais, visões da sociedade, esperanças de futuro para todos nós, para os mais próximos e para os que nos são alheios. Tivémos heróis. Tivémos grupos onde escolhemos inserir-nos.
Depois...
Veio a mediocridade governativa, a que se associou a das oposições. E veio a crescente apatia popular, não nesse sentido marcadamente ideológico, e datado. Mas no sentido universal, em povo somos todos e em que todos nos deixámos alhear das decisões que nos diziam e dizem respeito.
Veio, ainda, nos tempos mais recentes, o refugo político da mediocridade anterior. É o que, a meu ver, nos governa. Esclareço, desde já, que a minha perspectiva de 'governo' numa Democracia parlamentar, supostamente democracia, e supostamente parlamentar (passo a explicar adiante), é que não governa apenas o Governo, mas as oposições que o deixam ou não exercer o seu programa (que nos últimos anos nunca se percorre sequer, muito menos, se cumpre: não se executa, portanto), e (novo esclarecimento: sou frontalmente contra pensamentos únicos, ideias tacitamente aceites e concordâncias por interesse próprio. Ou seja, é muito natural em Democracia, que as oposições não pretendam a execução do programa do governo que obviamente não integram. Excluindo o contra, apenas porque sim.
Mas o ponto é outro, neste momento.
Observemos os dois Partidos maiores. O PSD que ostensivamente desvirtuou o seu património inicial. Nada contra o liberalismo, ou tendências próximas, ou outros protótipos a caminho de. Mas contra, sim, num país em que a classe média se foi esfumando, as classes abaixo lutam para não morrer à míngua. E os mais ricos enriqueceram com a crise, supostamente quando não há dinheiro que chegue para todos.
O PS, em luta fratricida pretende ser uma alternativa ao Governo, usando para tal da tão estafada estratégia de 'colar' muito à direita o actual PSD. Não que alguma vezes não apeteça cair nessa tentação. Mas em substância, passa-se que os dois Partidos se têm aproximado, numa suposta e mal esclarecida Social-democracia. Ora, nem o PS é autenticamente Social-democrata (o que Soares se tem esfalfado para demonstrar com teorias com odor a maoismo serôdio), nem o PSD Liberal. Ou nem um nem outro deviam ser o que os nossos olhos parecem detectar. Os dois, em fundamento, têm é feito um péssimo serviço a esta Democracia, que de tão nova, ainda nem tem um povo maduro que a sustente, nem uma classe política que nos mereça consideração (com boas excepções, claro), e que passe a linha ténue mas letal da mediocridade.
Como se resolve isto, sem o recurso a uma convulsão generalizada e, talvez, 'sangrenta' (metaforicamente)?
Por mim, e por mais que pense (e por mais que evite escrever sobre política, ou até pensar sobre isto) só vejo um caminho, dentro de cada um destes Partidos. Uma atitude à Sá Carneiro, de 'partir a loiça', e fazer levantar-se um movimento, que leve a cada um deles, PS e PSD, um novo regresso à sua genuinidade: quem deve ser Social-democrata, que o seja! Quem é socialista, que assuma. E que regressem a estes dois Partidos, a sua mais autêntica ideologia, com as necessárias adequações aos dias que correm.
Porque o que se tem feito está quase nos antípodas do que devíamos ter feito, há que pensar de novo!
Quem acredita em regresso ao crescimento económico com base nas exportações? Com a continuada asfixia do mercado interno? Quem acredita na competitividade internacional das nossas empresas, com juros bem mais altos do que têm ao dispor as empresas alemãs? E custos de energia, nível de impostos como os temos, que atingem e matam qualquer devaneio de investimento, de pessoas e empresas? Quem acredita que pode existir uma Europa com ricos e muito pobres, que se eternizam nessas condições?
Penso estar cada vez mais a chegar o momento de dentro do PSD e do PS, novas ideias se aproximarem do Poder, de se fazer um regresso a uma sensata ideologia original, de se encontrarem lideres de qualidade, que nos libertem deste sequestro de mediocridade!
Tem sido assim com a nossa política, com uns de nós mais do que com outros.
Houve tempos em que acreditámos em pessoas. E em ideias. Nem sei se mais em ideias, ideais, visões da sociedade, esperanças de futuro para todos nós, para os mais próximos e para os que nos são alheios. Tivémos heróis. Tivémos grupos onde escolhemos inserir-nos.
Depois...
Veio a mediocridade governativa, a que se associou a das oposições. E veio a crescente apatia popular, não nesse sentido marcadamente ideológico, e datado. Mas no sentido universal, em povo somos todos e em que todos nos deixámos alhear das decisões que nos diziam e dizem respeito.
Veio, ainda, nos tempos mais recentes, o refugo político da mediocridade anterior. É o que, a meu ver, nos governa. Esclareço, desde já, que a minha perspectiva de 'governo' numa Democracia parlamentar, supostamente democracia, e supostamente parlamentar (passo a explicar adiante), é que não governa apenas o Governo, mas as oposições que o deixam ou não exercer o seu programa (que nos últimos anos nunca se percorre sequer, muito menos, se cumpre: não se executa, portanto), e (novo esclarecimento: sou frontalmente contra pensamentos únicos, ideias tacitamente aceites e concordâncias por interesse próprio. Ou seja, é muito natural em Democracia, que as oposições não pretendam a execução do programa do governo que obviamente não integram. Excluindo o contra, apenas porque sim.
Mas o ponto é outro, neste momento.
Observemos os dois Partidos maiores. O PSD que ostensivamente desvirtuou o seu património inicial. Nada contra o liberalismo, ou tendências próximas, ou outros protótipos a caminho de. Mas contra, sim, num país em que a classe média se foi esfumando, as classes abaixo lutam para não morrer à míngua. E os mais ricos enriqueceram com a crise, supostamente quando não há dinheiro que chegue para todos.
O PS, em luta fratricida pretende ser uma alternativa ao Governo, usando para tal da tão estafada estratégia de 'colar' muito à direita o actual PSD. Não que alguma vezes não apeteça cair nessa tentação. Mas em substância, passa-se que os dois Partidos se têm aproximado, numa suposta e mal esclarecida Social-democracia. Ora, nem o PS é autenticamente Social-democrata (o que Soares se tem esfalfado para demonstrar com teorias com odor a maoismo serôdio), nem o PSD Liberal. Ou nem um nem outro deviam ser o que os nossos olhos parecem detectar. Os dois, em fundamento, têm é feito um péssimo serviço a esta Democracia, que de tão nova, ainda nem tem um povo maduro que a sustente, nem uma classe política que nos mereça consideração (com boas excepções, claro), e que passe a linha ténue mas letal da mediocridade.
Como se resolve isto, sem o recurso a uma convulsão generalizada e, talvez, 'sangrenta' (metaforicamente)?
Por mim, e por mais que pense (e por mais que evite escrever sobre política, ou até pensar sobre isto) só vejo um caminho, dentro de cada um destes Partidos. Uma atitude à Sá Carneiro, de 'partir a loiça', e fazer levantar-se um movimento, que leve a cada um deles, PS e PSD, um novo regresso à sua genuinidade: quem deve ser Social-democrata, que o seja! Quem é socialista, que assuma. E que regressem a estes dois Partidos, a sua mais autêntica ideologia, com as necessárias adequações aos dias que correm.
Porque o que se tem feito está quase nos antípodas do que devíamos ter feito, há que pensar de novo!
Quem acredita em regresso ao crescimento económico com base nas exportações? Com a continuada asfixia do mercado interno? Quem acredita na competitividade internacional das nossas empresas, com juros bem mais altos do que têm ao dispor as empresas alemãs? E custos de energia, nível de impostos como os temos, que atingem e matam qualquer devaneio de investimento, de pessoas e empresas? Quem acredita que pode existir uma Europa com ricos e muito pobres, que se eternizam nessas condições?
Penso estar cada vez mais a chegar o momento de dentro do PSD e do PS, novas ideias se aproximarem do Poder, de se fazer um regresso a uma sensata ideologia original, de se encontrarem lideres de qualidade, que nos libertem deste sequestro de mediocridade!
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