O Poder das Ideias

É frequente ouvirmos dizer, a amigos, a familiares, que o que pensamos, e mesmo o que dizemos não pode vir a alterar nada, se há que alterar, se for, parcial ou totalmente positivo, benéfico, para outros, para toda uma sociedade. Que fazer se 'não se vai mudar o mundo'?

Pois eu defendo muito veementemente a atitude oposta. A de que as nossas ideias, se válidas e bem argumentadas, e defendidas com base em pouco equívocos ou até inequívocos pressupostos, têm sempre o seu peso, a sua importância e o seu lugar no caldo de tantas outras, seguramente tão ou mais válidas.

O mundo muda-se todos os dias, e, devido a cada um de nós, um pouco mais, pouco a pouco.

Todos somos importantes e chamados a essa mudança. Todos, mesmo os que não são responsáveis por uma ideia nova. Seja ela sobre uma reforma política, mais, até, sobre um novo regime, político e social (como tantas vezes sucedeu na História, na Europa e no Mundo), ou sobre uma pequena reforma, que apenas interessa a uma minoria. Seja de índole cultural, social, Político, educativo, etc.

Assim aconteceu, pela negativa, no Século XX, sobre o qual hoje queremos, ou nem queremos, premeditada e programadamente, mas mesmo de forma involuntária o fazemos, esquecer, ou deixar na sombra o valor das palavras e ideias de tantos e tão importantes intelectuais e homens do pensamento.

Este foi o caso de homens como Levi Strauss, Hannah Arendt, Arthur Koestler, Humberto Eco, e tantos outros.

A este propósito leia-se Tony Judt ("Reappraisals"). E reflicta-se um pouco sobre o Século passado e os anteriores, tal como sobre este e o nosso papel nele.


Comentários

Anónimo disse…
Se comentar ou argumentar tivesse a FORÇA para mudar o errado, o menos correcto então como cada cabeça sua sentença, seria uma coisa gira.
O que não invalida que certas opiniões quando bem fundamentadas consigam produzir efeito e até Mudanças IMPORTANTES.
Obrigado pelo comentário. A força da inteligência humana está na sua frase: 'cada cabeça, cada sentença'. A mudança não tem, nem deve, de ser feita ao sabor de cada ideia ou cada cabeça, como se sabe. O meu texto é apenas um alerta para o amorfismo, inércia, ou até há quem lhe chame 'coisas' piores, de muitos de nós, ou de todos nós, uma ou outra vez. Norma, o desinteresse de muita gente. Afinal são os que estão no rumo das coisas que devem chamar os outros à participação. O que hoje acontece pouco ou nada. Pelo menos por cá...
Mas também serve para dizer que, cada um pode fazer e, por mim deve, o seu papel, informando-se, participando, exercendo o seu papel. E não me refiro apenas a políticas. Perde-se mais pelo medo inerente à sua frase, com o devido respeito e o agradecimento pelo seu comentário, do que por pensarmos e dizermos o que pensamos. Acho eu...
Obrigado!

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