A "Lei do Tabaco"


Nunca fui fumador. Esta é a primeira coisa que preciso, desde logo, de deixar claro.

Não tendo nunca fumado, excepto um ou outro cigarro ou charuto em raras ocasiões, não sou, nem nunca fu também um fundamentalista anti -tabaco. É certo que o fumo dos outros me incomoda, e sempre incomodou.

Na minha casa paterna quase todos fumavam: o meu pai e os meus irmãos. Excepto eu e a minha mãe. Já nesses tempos em que vivia com os meus pais, o fumo de quem fumava me incomodava. Mas cedo me habituei a tolerar esse fumo.

Confesso que hoje, principalmente em alturas das refeições, esse fumo que me chega das mesas ao lado ou de alguém próximo de mim me incomoda mais.

Mas pelo que li sobre esta lei, que pretende proteger quem não fuma, parece-me mais uma prepotência fundamentalista, extremista, do que alguma coisa sensata. E vinda de uma administração do Estado que fomenta a produção de tabaco, através de subsídios a produtores e fabricantes... Tenho mais dificuldade em entender uma lei assim, com a qual se quer limitar e regulamentar e policiar, num estilo muito Estado Novo, deixando os fumadores numa atitude de criminosos, onde outros crimes não terão a fiscalização e policiamento comparáveis (drogas duras por exemplo..ou venda de bebidas alcoólicas próximo a estradas e auto-estradas onde se conhece o historial de acidentes...

Com uma ASAE que actua com atitude policial e nos vê a todos como potenciais (ou reais!) criminosos não prevejo nem um bom sucesso á própria lei, nem grande futuro à dita e famigerada - odiada ASAE...

Esperemos...

Comentários

Anónimo disse…
Já se começa a sentir em alguns centros comerciais o efeito desta brincadeira (ar mais limpo e respirável). Resta saber é quanto tempo o nosso primeiro aguenta sem o dinheiros dos impostos sobre o tabaco (é que a malta vai mesmo fumar menos).
Anónimo disse…
Ser um fumador é igual a ser um toxicodependente em nicotina. Assim, posso concluir que um fumador é um doente, uma vez que EM PORTUGAL SE CONSIDERA A TOXICODEPENDÊNCIA UMA DOENÇA.

Nesta conformidade considero imoral o valor do imposto sobre o tabaco, recentemente aumentado em mais 10%.

Os doentes (toxicodependentes) são obrigados a pagar elevadíssimas taxas, muitas vezes com prejuízo das necessidades básicas do fumador.

Os viciados (incluindo os tabágicos) optam em geral por comprar um ou dois maços de tabaco e comer simplesmente uma "sandes" em vez de tomar um almoço ou jantar em condições.

Seria mais coerente com as políticas agora adoptadas que se fechassem as tabaqueiras e se combatesse a venda do tabaco, como se faz com as outras drogas.

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