O checo - Prólogo
U m sol fresco e agradável, envolvente, bateu-lhes na cara com alguma violência, obrigando-os a semicerrar os olhos instantaneamente. Como sempre saíram à rua os dois, Jana para o seu trabalho na Universidade, ele em direcção ao Conservatório da cidade, onde era o mais jovem professor de violoncelo. De longe, não muito longe, chegava-lhes um som estranho, irreconhecível, de como quem estivesse a triturar pedra. Com o som, aperceberam-se de uma forte vibração, que a sentiam no pavimento de paralelepípedos, típicos do centro da sua cidade. Ao dobrar da esquina, à entrada da praça, os olhos de ambos não podiam acreditar no que viam. Uns cinco ou seis tanques percorriam a praça, dando tiros na direcção de um pequeno grupo de jovens barbudos, jovens de mais, para morrerem sob o canhão desses tanques. Miroslav instintivamente abraçou Jana, e continuaram a dirigir-se para a praça, sem perceberem porque o faziam. Talvez para tentarem saber e entender o que se estava a passar.... Por eles pas...