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A mostrar mensagens de abril, 2006

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1.Ontem o Governo anunciou o novo pacote que vai alterar profundamente as reformas dos portugueses. Uma medida impopular e muito desagradável, para todos, mas infelizmente será muito improvável poder fazer-se de outra forma. O que isto significa é, uma vez mais, a medida da nossa injustiça social, provocada não por este Governo ou por outro, mas talvez acentuada por vários, mas seguramente devido aos tais nossos geniais gestores, administradores e patrões que andam há dezenas de anos a sugar o Estado (que somos todos nós). 2. Sócrates anunciou que tem intenção de lançar a discussão nacional sobre a nergia nuclear. Depois das precipitadas afirmações do Ministro da Economia, não etnho dúvidas de que acertar de agulhas será bem mais vantajoso para o futuro energético e económico de Portugal. Lançar a discussão não e assumir nada. Mas calar seria discussão é um erro crasso. As energias alternativas, no bom caminho e graças a este Governo, não contribuirão em mais do que 20 a 25% para a red

O Fosso português

Em Portugal aumenta o fosso entre ricos e pobres. Em Portugal aumenta o fosso entre homens e mulheres, no que aos vencimentos diz respeito Em Portugal tem vindo a aumentar o fosso entre gestores e os seus colaboradores, ou trabalhadores. Portugal cria mais injustiça social. Sócrates revê-se no modelo sueco e nos modelos nórdicos de desenvolvimento. Precisamente os países onde o fosso , as diferenças entre ricos e pobres, dirigentes e dirigidos, homens e mulheres é menor, em todo o mundo! Portugal é o país do Foss o, o campeão do fosso das desigualdades. Ando pessoalmente a dizer isto mesmo a todos os que conheço, a familiares, amigos e conhecidos. Este é um problema estrutural gravíssimo que, a acentuar-se, nos vai tornar mais pobres, mais incultos mais escravizados (nomeadamente de espanhóis e de multinacionais em geral). Cunhal falou disto milhares de vezes e, mesmo querendo distanciar-se das ideias de Cunhal, é preciso ter a clarividência para perceber que ele tinha razão. Estas di

25 de Abril

Este ano regressei ao 25 de Abril de forma um tanto inesperada. Estava em casa com os meus filhos a ler um pouco e a dada altura, na tradição de zapping de cá de casa (menos minha e mais dos filhotes, que vejo muito pouca televisão, em dias de semana) passámos pela RTP 1 e demos com o filme da Maria de Medeiros, já visto em tempo, sobre o 25 de Abril. A minha filha mais crescida tem treze anos e o pai dela, com as suas habituais prelecções pedagógicas (e chatas!) lembrou-se de 'educar' um pouco as miúdas (a de treze e a de dez... porque não?) sobre o antigo regime, a revolução de 1974, o que vivi com os meus catorze anos nessa data... Não resultou em muito e, rapidamente, as miúdas logo se maçaram de ver o filme. Resultou em que, nostalgicamente me lembrei desses catorze anos, dessa data, dos acontecimentos subsequentes... de estar junto à rádio, com o meu pai e os meus irmãos a ouvir tudo, tudo o que desse sobre a Revolução... Nesse dia nasci para a política, sentindo e queren

Chaconne da Partita nº2 BWV 1004 de J.S. Bach

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Hoje, na Festa da Música no CCB, assisti a um recital fantástico: Régis Pasquier , violonista francês já frequente na Festa da Música, presenteou o público com uma actuação genial da Sonata para violino solo nº 1 em Sol menor BWV 1001 e com a Partita para violino solo nº2 em Ré menor BWV 1004 de Johann Sebastian Bach. Esta Partita é um das mais famosas de Bach e deve parte da sua fama, não apenas à genialidade da obra em si mesma, mas também às transcrições para piano, que no meu anterior texto referi também ter assistido, ontem em Belém, sendo a mais conhecida a de Busoni, depois a de Brahms, para mão esquerda, e quase desconhecida a de Lutz - que foi professor da intérprete de ontem, Edna Stern , uma pianista que não terá muito mais de vinte anos, mas já de uma virtuosidade e inspiração notáveis. Uma Chaconne , ou ciaconna no seu original, é um estilo de música inspirado num dança, de origem espanhola e que remonta à Idade Média. A dança original é, tal como o 'andamento'

Bach para Piano e Tosse

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A Festa da Música é sempre um acontecimento que me mobiliza sempre, anualmente, percorrendo várias salas do CCB, durante dois dias, de manhã à noite. Este ano dedicada ao Barroco através da Europa, dedicada a J.S. Bach, na sua maioria, mas também a Telemann, Vivaldi, Rameau, Soler, Seixas e outros, numa espécie de corrente de união artística através da Europa, perfeitamente caracterizada pelo lema atribuído pelo seu mentor e organizador, René Martin: "Harmonia das Nações". O público acorre a este acontecimento cultural numa afluência que não tem comparação a este nível e género. Apenas para festivais rock se podem estabelecer comparações de semelhante ou ainda maior dimensão. Mas o público que ali se desloca, como em tantas outras ocasiões, nem sempre sabe a que vai assistir, nem, por isso mesmo, como deve estar . Assim, em recitais de piano, violino ou violoncelo, ou generalizando a recitais solistas ou mesmo concertos, há um fenómeno que se repete insistentemente: este públ

O eternos campeões da lama

Temos a electricidade mais cara da Europa. O gás mais caro da Europa. Os telefones mais caros da Europa. As taxas de cartões de crédito mais caros da Europa. As casas mais caras da Europa. Os carros mais caros da Europa. As escolas mais caras da Europa. Os transportes de mercadorias mais caros da Europa. Os impostos mais elevados da Europa. Os supermercados mais caros da Europa. Só escapam, que me lembre, as bebidas simples, como café, água, cerveja... ..ah! e os vencimentos, de gente normal, claro. Não dos grandes gestores de merda (os mais bem pagos da Europa!) que temos e que nem conseguem ter estratégia para crescer fora do país, consistentemente, mas julgam-se muito bons. E temos os piores governantes, nos governos de merda que temos tido, sendo este o piro de todos. Todos, mas todos os indicadores deste governito de segunda categoria são negativos, excepto numa coisa: se conseguirem, de facto, sem maquilhagens quem socialistas são tão pródigos, reduzir a estrutura e o peso do Est