Nunca se sabe o momento certo

Estive muito tempo sem escrever no meu blogue. No sítio onde tenho a liberdade (até ver...) de expor o que penso, como penso e sinto, à minha maneira. Aprendi com o meus pais, em particular com o meu pai, a ser livre. Ao dizer isto, alguns dos que me lêem logo pensarão que sou condicionado, por fazer opções, de vida, ideológicas, de atitude. E é verdade. Não somos livre na totalidade, nunca, ficando reféns de um pensamento, de ideias e de comportamentos. Mas há um grau de liberdade, que considero essencial, e que não mo irão sonegar: a de me manter saudavelmente distante de organizações. Ainda que pouco ou muito do que penso possa coincidir com alguém, de alguma organização, aliás o mais normal e atá saudável, por me considerar inserido numa sociedade e numa cultura e ter herdado dos meus antecessores, progenitores e antepassados culturais, memes, para além de genes.





O tempo em que daqui, do meu espaço privado, que preciso sempre seja do conhecimento público (já explico), estive ausente, mede-se pela mesma bitola com que se medem os abusos e os inacreditáveis desvarios, a par dos igualmente inacreditáveis conservadorismos e comportamentos saloios estagnados, com que este Portugal, esta Europa e até este Mundo se podem medir. 

O tempo tem sido de muita saturação, de nem saber a forma de reagiar a tanto excessso de disparate, abuso e intolerância de políticos e muitas, muitas pessoas. O tempo tem também sido de triste constatação das incapacidades dos pretensos candidatos a nossos líderes.

Vou comentando em redes sociais, como vou provocando, mas de fundo...nada tenho escrito, ou publicado.

Mas aproximamo-nos de um outro 25 de Abril, quarenta e cinco anos passados o de 1974. Há quarenta e cinco anos vivi um pouco, tanto quanto me permitiam os frescos 14 anos da adolescência, um sonho. Um sonho, empurrado ou inspirado pelo famoso golpe militar e pela cultura e força e ânsia de vida do meu pai. O sonho era crescer e ter futuro num país moderno e com uma superior qualidade de vida. 

Passados os 45 anos, estaremos melhor? Evidentemente que em muita coisa temos de estar, colectivamente, melhor. 

Fazendo parte de um espaço europeu (que por aí se ouve designar de projecto, mas é um epíteto do qual náo estarei hoje táo seguro), só podíamos estar melhor. 

Conhecendo um pouco a Europa, a Europa da cultura, do Conhecimento, do modo de vida diferenciado pelo prazer na Qualidade, no Prazer pelos momentos de lazer e de espaço de reflexão, a Europa onde se cultivam momentos e espaços de convívio e tertúlia, onde se cultiva a qualidade de vestir e de apresentar (onde os aromas se foram acumulando e desenvolvendo nas linhas e marcas cosméticas, como em nenhum outro lugar do Mundo), onde os padrões de qualidade se desenvolveram de modos a serem referência no Mundo, e copiados em catadupa por onde hoje mais se produz...

...terá Portugal conseguido aproximar-se dessa Europa de inveja, de desejo, de culto...de referência, essa imensa Comunidade de países imitada por todo o Mundo?

Em muitos aspectos, obviamente que sim, que Portugal é hoje mais europeu e mais desejado por visitantes e novos imigrantes (neste caso pelas piores, das piores razões, nomeadamente por repulsivos e detetestáveis, e profundamente injustos benefícios fiscais e económicos concedidos a estrangeiros e negados a portugueses, e contra os quais sou, frontalmente!). Portugal transformou-se infraestruturalmente, mas com uma não correspondida capacidade de gerar recursos que pudessem suportar investimentos realizados.

No geral...mas é que no geral não se pode ser efectivamente responsável e não é sequer inteligente, comentar-se.

Portugal tem hoje problemas que nunca teve, a par de outros que, se não resolveu, minorou ou controlou. A Liberdade (tão arriscado, quanto difícil pronunciar-se sobre isto, ou talvez não: a Liberdade política existe, ou vai existindo, mas agora também controlada por um poder político manipulador e, como tal, condicionador das opiniões, da opinião pública, controlando o seu conhecimento efectivo dos acontecimentos, manipulando a sua gestão, o tempo dessa gestão e os factos em concreto. Exemplo? Incêndios em 2018, Tancos, Greves várias, Greve dos transportadores de matérias periogosas. Perigo? Um enorme perigo a forma como um governo em regime (ainda) democrático, manipula o próprio conhecimento da existência de uma greve, o conhecimento de uma tragédia, os factos e as soluções. A Liberdade, assim, existe mesmo, em plenitude? Se para termos opinião, e expressarmos a nossa não estamos nunca na posse de todos ou sequer da maioria dos factos?) ela mesma, uma grande e muito preocupante interrogação.

Portugal, entretanto, num entretanto de quatro décadas e meia, se melhorou, não gerou futuro. Ou será que sim? Se tomámos boa consciência de grandes causas sociais e ambientais, teremos conseguido, em sociedade, como povo, intervir, ter alguma forma de contribuir em decisões? Ou boa parte, quando não a totalidade, das decisões ficam hoje nos gabinetes de um governo demasiado manipulador, com o ADN de quem perdeu eleições e nelas foi envergonhado pelo peso da derrota, e tomou o poder num anti-democrático golpe palaciano? 

Quem controla uma EDP? Quem controla a Eléctrica que nos condiciona as contas e parte do nosso escasso poder de compra? Quem controla as empresas das Auto-estradas? As Parcerias entre Estado e Privadas, que estão nos transportes, nas comunicações, na Saúde e até nas Escolas?

O que se conseguiu com estes 45 anos? Apenas a instituição de um outro regime que decide o nosso futuro por nós, nos controla o conhecimento do que acontece no próprio país, o nosso futuro e como o iremos viver, se pobres e controlados, ou com alguma capacidade de intervenção sobre o mesmo, sobre nós mesmos, sobre a nossa vida?

Os 45 anos vividos foram todos eles controlados, manipulados e reescritos até em termos históricos (no que eu sou grande crítico de um Ensino gravemente manipulado e de uma História em boa parte falsa), por um Partido e um Só: o Partido Socialista. Instalado no Poder desde o início destes últimos 45 anos, pela mão do grande instrumentalizador, manipulador e falso democrata Mário Soares, o Partido do Largo do Rato, mais manhoso do que os pobres roedores a quem deve o nome, é o grande responsável pelo comprometido e vendido futuro nosso e dos nossos filhos. 

Falsos dados financeiros e económicos. Nunca correspondendo a uma realidade sentida pelos portugueses, Portugal vive uma mentira de quatro décadas e meia, com impostos intoleráveis e com uma produção escassa, totalmente comprometida no pagamento de uma dívida totalmente descontrolada. Os sinais por demais evidentes, não o são para todos, mas sentidos de muitas formas, nos preços de combustíveis, da electricidade, dos transportes (outro embuste, o dos passes sociais: com o que teremos de pagar todos para suportar, sem PIB que nos salve, um sistema descaracterizado e socialmente injustos, desiquilibrado e insustentável. Mais um SNS sem futuro sustentável), taxas e impostos dissimuldos como nunca em 900 anos existiram...como é possível que alguém seja tão incauto ou mentalmente preguiçoso que possa crer num sucesso inverossímil e tão fantasioso?

Impostos, taxas, multas e rendas concertadas com oligopólios, a par de esquemas, redes de influências, compadrios familiares e com amigos, gigantescos esquemas de corrupção (que envolvem e comprometem o próprio Sistema de Justiça!), futuro comprometido na Segurança Social, nas obrigações financeiras do Estado (com a Insustentável e inacreditável Divída Soberana e Dívida Total- Pública e Privada), no falso sucesso educacional (com uma Educação manipulada e facilitista), no absolutamente falso sucesso económico, com uma propaganda ao serviço de um inexistente insucesso da Produção e Crescimento económico...e uma Comunicação Social em que não nos podemos fiar, por vendida ao Partido mais anti-democrático da nossa longa História...

...o Balanço da Democracia, positivo apenas por não termos o Regime de Salazar e partido único e o correspondente obscurantismo pacóvio, parece-me bastante negativo e tristemente deprimente. 

O momento certo para deixarmos uma opinião assim negativa será este? Ou não há momento e temos de intervir quando julgamos mais adequado. A mim parece-me que o grande perigo da nossa vida comum está aí, está presente e tem um nome: Partido Socialista, uma organização conspirativa conta a nossa ainda fraca democracia e que nos irá adiar o futuro, uma vez mais!

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