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A mostrar mensagens de abril, 2015

1915...até hoje

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Há cem anos nasceu Edith Piaf, mas em Dezembro. Já a 22 de Abril, desse 1915, os alemães usaram pela primeira vez, armas químicas (gás cloro, um dos elementos mais mortais para qualquer ser vivo, ainda hoje um poderoso desinfectante, mas na forma gasosa é dos venenos mais fortes e fatais para um ser humano). Nesse mesmo ano, um acontecimento, porém, não passou despercebido na comunidade científica internacional, embora hoje pouco seja recordado, ou deixado no cinzento dos dias, pela massificação do mais banal e fútil. Albert Eistein publicou a Teoria da Relatividade Geral (a Teoria da Relatividade Especial havia sido publicada em 1905 e a Relatividade Geral, na sua forma final, em 1916). Esta Teoria aniquilou a convicção da Física Clássica e da Lei da Gravidade de Newton. Os corpos não são atraídos por uma força proporcional à massa, mas a sua massa provoca uma curvatura no que Einstein designou de Espaço-Tempo. Uma das mais significativas demonstrações desta nova Teoria

A Crise "acabou"

Marcelo Rebelo de Sousa é um mestre em soft skills . Um gentleman da política. Não gosta de provocar os seus pares, ou até provoca, mas nunca se antagoniza. Mas não é o único. Há quem o faça, como Marcelo, por uma questão de solidariedade amistosa, familiar, ou institucional. Um homem de princípios sólidos, acha sempre que alguma divergência mais delicada ou uma querela latente, não deve ser trazida à liça pública. Já outros, em prol de uma profunda convicção na coerência intelectual, expõem em pública uma divergência, ainda que polémica. Será o caso de Pacheco Pereira. Para Marcelo, dito embora en passant , a Crise acabou, a recuperação é evidente. Apenas se fará sentir, essa recuperação, com o passar do tempo, para as pessoas, os que menos capacidade financeira têm. Há diversas interpretações sobre o início de uma Crise como esta última, e sobre o seu fim. A mesma incerteza que a Economia vem demonstrando, também se espelha nas opiniões. Como não sou economista, e a minha f

À procura de "Lorenzo"

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"Cartas a Julieta", filme mediano, de Gary Winick, realizado em 2010, com Vanessa Redgrave e Amanda Seyfred. É a procura de um antigo amor, Lorenzo Bartollini, de Claire (Vanessa Redgrave), mas na realidade o leitomiv é o sonho de Sophie querer ser escritora e ter viajado até Verona em busca de inspiração. Um filme pouco mais do que mediano, a meu ver, mas que me fez regressar a esse outro sonho (meu) de viajar pela Toscana, uma das minhas regiões de eleição e do sonho de uma grande viagem, com tempo e calma, de terra em terra, travando conhecimentos com habitantes de terriolas pitorescas. O encontro com essa luz e pedra vermelhas, esses campos ondulantes onde os ciprestes se impõem na paisagem, tornando-a única. Depois, há o vinho italiano! Há a gastronomia fantástica. A música, e essa outra da mais bela língua del Mondo. Quem não gostaria de efectuar uma viagem destas na sua companhia preferida, sem pressas, fazendo reservas de hotéis ao ritmo da vontade e des

Votar ou não, eis a questão

Este é o meu raciocínio actual sobre a coisa. Sei que praticamente ninguém concorda comigo, mas nem procuro isso. Sinto, apenas, uma necessidade de expôr o que penso, já há algum tempo, e agora acho que mais do que nunca, sobre as eleições, com a Democracia como está, os Partidos como são. Começo, como na Matemática, pelo absurdo. O país vai a votos e apenas decidem votar (Partido A, Partido B, votos brancos, votos nulos, Partido C, etc), votos expressos nas urnas, cinco por cento dos eleitores inscritos, ou seja, válidos (coisa próxima, mas não a mesma coisa). 5% por cento, isso! E, como a Lei diz, os Partidos distribuem esses 5% de votos entre si. Aliás não é de votos, pois. Mas de votos expressos, coisa parecida, mas não a mesma coisa. Confuso? Talvez, mas apenas para quem pensa. Pouco mais de 8 milhões de eleitores, ou de 9 milhões, consoante a fonte (estranho, não é? Eleitores devem ser pessoas, vivas, e contáveis mas nem o número é rigoroso, enfim), serão os eleitores in

Bancarrota versus Austeridade

Marcelo Rebelo de Sousa diz preferir não estar à beira da bancarrota do que estar estar à beira da bancarrota. Parece a frase que alguém disse "viver é o contrário de estar morto". Pois eu também prefiro não estar à beira da bancarrota. Eu também prefiro não ter pela frente esse cenário de catástrofe. Não deve haver um só português a pensar o contrário. E daí? Provavelmente, por esta altura muitos de nós desejaríamos nem ter nascido portugueses? E daí? Este tipo de afirmações não acrescentam nada, mas podem esconder, escamotear, melhor dizendo, o lado que ainda nos toca mais. Eu dou por mim, diversas vezes, a tentar perceber as diferenças. Diferenças entre o cenário de crise, dessa de 2008, com empresas a falir, por falta de tudo: de capital, de capacidade de re-investimento, de conseguirem manter os clientes, já nem falando em crescerem no mercado da crise, manterem funcionários e, com eles, a capacidade que antes tinham e julgaram necessária à sua actividade (coisa que

A grande empresa

A maior transformação do mundo. Da vida. Ou como me dizia a minha filha do meio...da vida do mundo. Foi o meu sentimento mais estranho, mais inesperado e mais aterrador. Mas o mais forte, provavelmente. Podemos, e aconteceu, acontece, ter sentimentos poderosos, intensos e envolventes, que nos cegam, embotam o pensamento, obnubilam. Por alguém que nos prende, por demasiado tempo, embora esse nunca seja, em verdade, um tempo demasiado. Excepto se não correspondido. Mas o sentimento que um filho nos provoca, e nos mantém agarrados por toda uma vida é tão único que só o sabe quem sofre, no sentido mais feliz do sofrimento sentimental. Várias pessoas me transmitiram e passam ainda essa única sensação, que nos causa dor e sofrimento genuíno quando algo não está bem com um filho, ou mais do que um. Quando sabemos do sofrimento de uma filha, de um filho. Várias pessoas me deram testemunho da alegria e orgulho que nos transporta à comoção, quando do sucesso de um filho ou filha (é important

Mobilidade social

Basicamente é assim. Saímos de casa, numa apressada rotina. Vemos todos os demais, que não são apenas demais, mas pessoas com todos os problemas, sonhos ainda, sonhos que já eram, sentimentos, emoções, ansiedades, desejos, aspirações. No autocarro, no comboio, no metro, na estrada ao nosso lado, são pessoas como nós, que ainda têm ou já desistiram de ter esse sonho de um dia...poderem ter...melhor vida.  Nos Estados Unidos, têm-se publicado vários livros sobre o velho sonho americano, sobre o sonho de um dia qualquer um poder aspirar a uma vida melhor. O sonho da mobilidade social. Poder subir na "escala" social, ter mais poder de compra, mais margem financeira pessoal, um futuro mais assegurado eventualmente, um dia a dia com menos ansiedade, maior segurança em termos financeiros. E, recentemente, os grandes economistas, os que são livres pensadores, pelo menos, têm concluído e escrito que esse sonho americano se esfumou. Se alguma vez existiu mesmo. Não será mu

Repórter Sombra

" Quantas vezes nos damos contas de, efectivamente, não termos, numa dada situação pensado “bem”? Mas, apesar de tudo, em situações de forte envolvimento emocional, sejam derivadas de um problema no trabalho, um diferendo com um familiar chegado, ou com a mulher ou marido, somos levados a aceitar que muito provavelmente não estávamos nas melhores condições emocionais para uma reflexão mais aturada, ou um pensamento mais ponderado" (...) " Um dos melhores exemplos do que nos podem proporcionar, ou das capacidades dos dois Sistemas da Mente, ou das duas “formas de pensar” é a nossa percepção sobre os políticos, principalmente quando em momentos eleitorais, em que as nossas escolhas são determinantes. Seria de esperar que reflectíssemos… As escolhas, tal como demonstrou Alex Todorov, têm muito mais a ver com uma “percepção” de competência e de capacidade, que se prende bem mais, ou inteiramente com o aspecto do político. Um rosto de queixo quadrado é associa

Se um dia houve um sonho

Portugal teve um sonho? Terá Portugal algum dia sonhando mesmo com um nível de vida europeu? Quantos de nós acreditamos ainda nesse sonho de virmos um dia a ter uma "vida europeia", num espaço geográfico e social que se medisse pelos padrões europeus? Quando há uns bons anos falava com colegas espanhóis, na empresa onde trabalhava, tínhamos em comum esse sonho de uma Europa que fosse o nosso espaço. Uma Europa que fosse o nosso continente, não apenas geográfico, mas cultural, económico e social. Os ibéricos vinham sofrendo de demasiados anos de isolamento, resultado de ditaduras que tardaram em ser arredadas. Seria assim o sonho europeu, um sonho ainda mais desejado. Talvez. Seria também mais difícil de ser alcançado, provavelmente. Por demasiado tempo fora de um ambiente social de padrões de exigência superior aos habituais nos nossos países. Mas o maior problema foi o desejo se confundir com a capacidade de realização. Os países ibéricos, e ,como sabemos agora, não apen