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A mostrar mensagens de março, 2015

Farwest XXI

Acordou sobressaltado. Um imenso ruído, logo seguido de uma forte batida na porta de casa. Estaria a ser assaltado? Como vivia sozinho, não podia ser nada dentro de casa. Estaria a sonhar? Espreguiçou-se, levantou-se de um salto, o tremendo barulho, vozes, gritos indistintos, agora mais forte, mais perto talvez, mais gente? Quando chegou à entrada da casa, já a porta estava a ser arrombada, entravam-lhe pela casa dentro homens, mulheres que parecia reconhecer...aos gritos. Num nada, agarram-no, puxaram-no para fora de casa, assim, shorts e mais nada. Ainda o sono teimava em abandoná-lo e já ouvia o que lhe gritavam. "Bandido, filho da p...vais morrer hoje!" Levantaram-no, quantos seriam? Uma, duas dezenas? Reconheceu alguns amigos do café. O António? O Rui, com uma enxada a querer bater-lhe com ela? Os gritos continuavam, mas já não lhe parecia distinguir nada. E, num momento, atingiram-no com pedras, paus...na cabeça, tentava proteger-se, numa impossibilidade louca. Até

Falso Incógnito

Qualquer coisa pode começar a qualquer momento. Continuar incógnito, numa carruagem do Metro, observar os outros, na languidez de uma manhã em estado avançado, nesse tempo que começa para nós e para outros já leva o peso de meio dia andado. Os outros. Somos como os outros, nesta nossa diferente, tão distinta quanto as nossas mais fortes intenções e capacidades nos permitirem ser. Somos também tão diferentes, não distintamente, apenas distinguíveis. E ir assim, numa carruagem qualquer, uma carruagem sem história onde apenas as histórias de cada um são transportadas a um ritmo de quatro, de seis ou de oito minutos por passagem de cada comboio. Knausgaard (Knausgard) tem andado comigo. Admiro a sua ímpar coragem de escrever a sua vida, que ainda pelos quanrenta já encheu mais de três mil e quinhentas páginas. Admirável. Esse realismo cru, por vezes cruel consigo, por vezes duro com outros, mas sempre de uma inteligente elegância. Como se meteu esse homem das terras do frio e do silênc

Condições de vida impostas e...impostos

Impor significa uma ideia simples, que todos conhecemos desde os primeiros anos de vida. Significa obrigar a. Contra a vontade de a quem se impõe. Não é forçosamente mau. Depende, na essência, dos resultados, nem sempre previstos ou de imediato entendimento por quem é alvo de imposição. Aplica-se na vida em tantas circunstâncias, formas e acepções e em fases nem sempre tranquilas e favoráveis. Mas como muita coisa na vida. Impostos, essas taxas, valores, percentagens sobre valores que desde a antiguidade foram sendo Impostas ao povo, e nesses tempos idos de memória antiga, apenas ao povo, são imposições. Algo a que vulgo se substantivou, partindo do verbo. E assim ficaram. Mas o significado central, o cerne do termo é esse mesmo. E isto era uma explicação trivial e fútil até, não se desse o caso de quem mais Impostos nos impôs, passe o pleonasmo, quase pretendesse evidenciar ignorância infantil sobre o assunto. IRS, IVA, IMI,  IMT, Taxas para o ADSE, Taxas moderadoras nos serviço