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A mostrar mensagens de janeiro, 2015

Eu teria vergonha...

Eu teria vergonha. E tiraria ilações e consequências. Para quem foi responsável e para mim mesmo, se fosse o responsável pelos responsáveis, que, com estupidez, ignorância e uma inexplicável irresponsabilidade, elaboraram uma prova de avaliação dos professores, com tanto disparate... Disparate e erro. Como é possível pretender-se avaliar docentes, com a justificação de ser absolutamente fundamental, para garantir a qualidade do Ensino, para filtrar a docência e usar de traduções de um mau gosto e de uma tão baixa qualidade, como se se estivesse a gozar, com uma total desfaçatez, dos avaliados? E ninguém é responsabilizado? Ah, já sei! Deve ser porque 95% dos professores passaram na prova...na tão bem titulada " Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades” (PACC). Repita, por favor...? Prova de Avaliação de Conhecimentos? E que perguntas se fizeram para tal aferir? Ah! afinal passaram cerca de um terço dos professores? Então deve ter sido porque não tinham "capa

Dívidas soberanas, Grécia e o Circo

Por regra e por princípio, acho que uma dívida deve ser paga. Seja privada, pública ou soberana (de um Estado). Porque quem paga as suas dívidas ganha direito ao "bom nome", junto dos seus credores. O que lhe pode servir de imagem prestigiada (todos teremos dívidas, uma ou outra vez), principalmente se estivermos a falar de um Estado. Mas parece-me que há muitos equívocos sobre o assunto das dívidas soberanas, especialmente (tal como a nível privado, ainda há quem pense ser muito grave ter uma divida, quando a gravidade está, apenas, em ter dificuldade ou impossibilidade em conseguir pagar. A dívida de um Estado reveste-se de outras particularidades. Porque, desde já, todos os países têm dívida, ou são muito raros os que têm uma situação de folga financeira, sem dívida e até de superavit , ao contrário de deficit .  Os equívocos são diversos, mas referir-me-ei apenas a alguns. Primeiro, as origens das dívidas soberanas. São diversas. Normalmente têm muito a ver, regr

O que nos pode chegar do berço da civilização europeia?

O Syriza vai ganhar amanhã, numa profunda reviravolta política, numa Democracia europeia. Ou talvez não. Ganhar, provavelmente sim. Mas Tsipra irá conseguir mudar alguma coisa na política germânica da Europa, que, aliás, tem conduzido a União a um pré-caos político e a um desastre social a confirmar, uma falhanço económico já confirmado? Tsipras quer o perdão de metade da dívida grega. Bruxelas já vai dizendo que não. Relevante? Como atitude, provocação, ou seriamente assumida, sim, é relevante. E de resto? Porquê metade da dívida? E que solução isso traria à Grécia? E se Bruxelas resistir, aliás Merkel? E...porque Merkel tem de se meter em tudo e decidir quem morre e quem fica? Merkel consegue mesmo persistir neste papel de Kaiser (César em alemão?) que aponta o polegar para cima ou para baixo, consoante o destino que pretende para o gladiador escravizado em causa? Tanto acho que Bruxelas não tem razão, não pelo dever de um país cumprir com uma dívida contraída, mas pelo valor que

Portugal (e Europa): realidade e fantasia

Fantasia 1: O PS e a "Esquerda" ( a tal área política em que muitos gostam de se sentir e encaixar), têm sido mais justos na distribuição da riqueza, e correspondente diminuição das desigualdades. Fantasia 2: O PSD dos últimos anos, usando de uma muito teórica assumpção, de que o mercado funciona normalmente e os ajustamentos acabam sempre por se verificar, ainda que leve tempo, e pela criação de riqueza se fará essa justiça social, as oportunidades vindo a ser gradualmente para todos. A Realidade. É dura a realidade. Para todos. Em 1976, acabados de sair de uma Ditadura, que o foi, de uma condição social de injustiças, e das quais todos, os não privilegiados sofríamos, eram estes o número, referentes à distribuição dos rendimentos (nesta análise não está clara se apenas do trabalho ou também do património, se bem que estes estudos têm feito a análise das duas vertentes): 10% do topo (mais ricos) detinham 31,71% da riqueza, 5% do topo detinham 21,12 %, 1% detinham 7,89

Reichstag 1933 - Paris 2015

Fevereiro de 1933, Berlin. O Reichstag estava a arder, e Hitler, empossado Chanceler um mês antes, aproveitou logo o acontecimento, para controlar as pretensões dos comunistas na Alemanha. Supostamente. Até hoje, não é claro que van der Lube tivesse agido sem apoio ou por indicação dos Nazis. Paris, 2015. O atentado contra o Charlie Hebdo parece estar a incitar ânimos muito diversos, todos eles a servirem o interesse de mais confrontos, de tumultos e de uma animosidade (passe o pleonasmo) contra uma Europa enfraquecida pelos disparates alemãs da austeridade. De passagem, convém lembrar que a austeridade que a Alemanha quer continuar a impor na Europa, não serve nem os interesses dela própria, que, por sua vez, foi alvo de uma generosidade ocidental muito superior quando teve de pagar as dívidas das duas Grandes Guerras (ainda em parte por saldar com alguns países, nomeadamente a Grécia). Convém lembrar que todos os caminhos nos podem estar a levar a uma desintegração muito mais acele

Die Forelle

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Podemos sempre começar, por qualquer lado. Uma memória, qualquer, uma observação. Alguém que se vê, algo ou alguém em quem se pensa. Ou, simplesmente, quero dizer, nada simplesmente, iniciar um pensamento novo. Criar. E como se cria um pensamento? Primeiro, observa-se, depois compila-se do que a memória nos associar a isso que vemos. Escrever é um dos melhores estruturadores da mente. O pior será escrever com a realidade. Ela é tão enfadonha, tantas vezes demais. E, então, imagina-se. Um dos prazeres mais fáceis, fúteis e ridículos é entreter-se a observar gente à nossa volta. Num café, à porta da urgência de um hospital, a caminho do comboio, numa fila das finanças, numa sala de espera de um médico. Enquanto isso, pomos Schubert e o seu quinteto Die Forelle, A Truta D667, uma dessas obras que a nossa compreensão não compreende. Aliás, não sei como se pode compreender a capacidade de alguém para compor tal coisa. Aos quinze anos, dava por mim a imaginar que inteligência gigantesca t

This Day, or ..One Day

Vi um vídeo e pensei...mais um. Mas não. É mais um, de facto, a tentar demonstrar que a felicidade é, afinal, coisa fácil. Já vi tantos assim, e, por vezes, apetece-me não ver mais deste kind of stuff... Parece fácil. Olharmos à volta e vermos, com mais atenção, olhar dedicado, atento ao pormenor das coisas mais triviais e que ali estão. todos os dias. O Sol, claro. E isso é verdade, o Sol intervém nas nossas vidas e dá-nos um ânimo com o qual nem parecíamos ter acordado. Mas chega? Não. Mas há tanta coisa, dizem estes vídeos. As cores da natureza, na flores, nas árvores, nos animais, no Mar. Os aromas, da mesma natureza, que ainda ali está, se nós cá ainda cá...estivermos. Também é verdade? Sim. Mas não chega. Os sorrisos das pessoas e as suas caras de pouca disposição, de indolência, da preguiça dos portugueses que desprezam o pequeno-almoço e os benefícios de começar o dia com um copo de água (essencial para o despertar e re-início do funcionamento cerebral), uma refeição ener

A Liberdade nos tempos actuais

Atentados terroristas, ameaças de países dirigidos por loucos, crítica política e religiosa polémica, análises políticas e sociais excessivas. O tempo actual é uma complexa rede de difícil compreensão. No Ocidente, por enquanto apenas neste Ocidente com sinais de decadência, muito evidentes na mediocridade política que nos tem governado, na Europa e na América, e nos sucessivos casos de corrupção que se desvendam todas as semanas, ainda se consegue por cá ter liberdade de pensar, de dizer e de ignorar o que se ouve ou lê. Por princípio não concordo com limitações à Liberdade, de expressão e outras, como a de movimentos, hoje facilitada numa Europa de portas abertas a todos os povos dos Estados Membros. Mas há caso... que, para não ter de defender uma forma de limitação ou proibição, prefiro usar a opção de ignorar. É o caso do PCP e do BE, Partidos que defenderam ditaduras e acusaram países livres. Não perfeitos, mas livres. Como os Estados Unidos da América. O PCP aproveitou o

Choque de Civilizações?

Li, por estes dias, mas tenho de confessar que não sei quem referiu, em todo o caso a expressão não é inovadora, que estes ataques em Paris, e mais os das Torres Gémeas, em 2001, e o de Londres, significam estarmos perante um choque de civilizações.  Por outros lados, em texto de uma amiga no Facebook, li que os muçulmanos irão um dia “evoluir”, como já nós evoluímos (o exemplo era muito significativo, sobre o que o Papado outrora fez, cometeu, criminosamente, aos olhos de hoje. Não discordo nem de uma, nem de outra expressão/afirmação. Mas faço a mim mesmo algumas perguntas. Concordo na análise da minha amiga, sobre o estado civilizacional das sociedades islâmicas. Como de outras. Se pensarmos no que pode levar um grupo de fanáticos loucos e criminosos, sanguinários, sem qualquer respeito pela vida humana, como se ainda vivêssemos no mundo de há cinco séculos, a armadilhar crianças de dez anos com bombas e as levar a se suicidarem… Crianças que nem infância conheceram, e que talvez

Pela nossa saúde!

Sapos Jornais (Correio da Manhã), hoje: "Férias de Médicos agravam caos na Saúde”. Se há coisa que não entendo é isto: como se deixam as urgências dos hospitais chegar a este estado. Pelo vistos, de certeza, não sabe o Estado, melhor, o Governo, que o direito à saúde não pode ser comprometido por nada. Nem falta de verbas, nem falta de médicos, nem falta de Ministério capaz. Por acaso sabe o Governo que numa sociedade organizada este caos já o teria feito cair?  Nos últimos meses, por um acaso infeliz, andei um tanto pelos hospitais. Um cálculo renal teimoso, médicos incompetentes que, sem entrar em detalhes, foram atrasando a solução de um problema simples, conduzindo a duas infecções gravíssimas, que me podia ter custado a vida. Literalmente. Sobre o pessoal dos hospitais, tenho a dizer o seguinte, depois de ter passado em quatro hospitais da região de Lisboa: Médicos na urgência, tudo bem, umas vezes, sim…outras nem por isso (exemplo: um médico pouco competente receitou-me u

Começa sempre mais um ciclo, de descoberta, de risco e de prazer. Pela vida que segue.

Quanto vale um Ano? Digo, não o valor dos dias que lhe pesam. Mas o valor, o peso, numa vida, num momento da vida, numa fase, ou o que seja. Quanto vale um pensamento? E se, num ano, tivermos um pensamento por dia? E se forem dois? Ou vários? Em média, ou em absoluto, quantos pensamentos valem um ano? E de que servem? E as palavras que os traduzem, que sabemos nunca os traduzirem integral e fielmente? Ao ter um ano terminado, outro, novo, porque os calendários convencionados assim o determinam, iniciado, claro que entre o último dia de um e o primeiro do seguinte, não há uma linha. Separadora. Sendo que, se separa, também une. Ao terminar 2014, não há outra forma de encararmos, de termos a visão de um novo, 2015, se não for pela cega esperança, ou por uma esperança que ganhe corpo e força, se houver para tal resistência e perseverança, cada dia, pelo nosso esforço. Quero dizer, resta-nos, aos optimistas, aos mais realistas e aos pessimistas mais racionais (só se excluindo os pessimis