Sócrates: um caso de polícia e muito mais

Muita gente se mobilizou pela internet, pelas opiniões em cafés e com amigos, à volta da prisão de Sócrates. Nada de surpreendente. O que surpreende, os mais desatentos, é o cortejo de figuras que o vão visitar ao calabouço (talvez o seu merecido lugar desde sempre).

Sócrates possui muita informação e segredo sobre muita gente, por ter facilitado, ajudado e patrocinado uma linha de corrupção que envolve muitos dos que agora o visitam. É preciso, é fundamental ir beijar a mão "al Padrino". Quanto a isto fico por aqui, já disse tudo. Aliás, estou tão cheio desta estupidez à volta de um criminoso, que me apetece decidir não mais escrever sobre o energúmeno. Mas não iria fazer essa vontade aos seus cegos e burros seguidores, lamento.

Sobre este caso e criatura, vejo dois grupos de pessoas. As que insistem utopicamente na sua impoluta pessoa, num grande político que, à maneira de Estaline, querem branquear, reescrevendo a história, e até pretendem condenar a própria Justiça, essa fim fonte de todos os males. A Justiça é agora fascista, pidesca, malvada e mentirosa. A Justiça, que antes Sócrates defendeu, quando manipulou o anterior Procurador Geral e o Presidente do Supremo, é uma ameaça à Democracia. Aos direitos humanos, veja-se bem. Quando ela pretende é precisamente defender os direitos humanos, consubstanciados no direito às mesmas oportunidades de carreira, de vida, que precisamente gente como Sócrates arrestou e limitou aos amigos dessa seita odiosa e conspiradora que é a Maçonaria. A Maçonaria e os seus simpatizantes próximos, os que não pertencendo a ela, andam em bando, como abutres, em alerta sobre os restos mortais que ela vai deixando.

Outro grupo é o dos que pensam como eu, e é bem maior e maioritário. De pessoa que têm a certeza da culpa de Sócrates, não apenas do que agora pode vir a ser acusado (ainda não foi), e já é investigado, mas também da casas da Covilhã, do aterro, do Monte Branco, da Face Oculta, do Freeport, da Universidade Moderna e da sua falsa licenciatura. Mas este grupo só o condenou social e politicamente. A condenação efectiva, a acontecer, é competência e trabalho da Justiça, que nada tem de pidesca e é, efectvamente, neste momento, a única oportunidade de se fazer em Portugal o que há muito é esperado: reformar o Regime, expurgando-o de vermes que o têm corroído por via da política e dos empresários corruptos (estes ainda em maior número).

O que me espanta, me arrepia até e provoca um estremecer do consciente, é o que andam a fazer tantas pessoas que desejam o mesmo que eu, esta purga fundamental na Democracia, que pode começar precisamente por este ser inferior de nome Sócrates, e continuar por tantos processos e indivíduos, alguns até arquivados de momento (mas ainda não totalmente isentos de alguma investigação como em breve saberemos...). Surpreende-me que pessoa inteligentes e íntegras se preocupem tanto com a justiça da Justiça, com segredos de justiça e outras menoridades, quando o valor maior da Verdade e Transparência pode ter agora encontrado a última oportunidade de representar a determinante reforma deste Regime, desta Democracia, corroída de tanta corrupção.

Pois por mim mantenho-me na mesma linha: não abro mão de uma só pessoa, suspeita e processo, atinja quem atingir! Sócrates pode representar um exemplo e um início de uma purga que a Democracia exige. Mas nada termina com ele. Claro que não. Mas se, de cada vez que ele vem à baila, se vão buscar outros processos, parece-me que o serviço que se faz é o de dar o jeito à corrupta Maçonaria e aos amigos de Sócrates e a ele mesmo. Os amigos que o têm visitado, e os que nem para isso têm coragem, mas que arriscam muito, quando ele começar a falar.

O que as pessoa não parecem ver é a absoluta necessidade da investigação mais profunda sobre a vida do estafermo. Sem obstáculos e sem este movimento asqueroso e conspirador dos maçons e seus comparsas. O que interessa à Democracia é prosseguir com este processo e chegar ao fim, eventualmente condenando Sócrates ou, se tal não acontecer, por erros processuais, como é costume num sistema judicial refém de regras e leis que o minam, fruto do grande trabalho efectuado durante dezenas de anos pelos amigos da corrupção, instalados na advogacia e nos legisladores, que pelo menos nos reste a sua condenação social e política definitiva. Menos do que isto é um perigo que uma Democracia que se pretende civilizada e europeia, não conseguirá suportar e ficará refém de movimentos perversos, conspiradores e corruptos, como os que já sabemos (em parte, apenas).

Estes processos, demonstrativos de uma mudança fundamental na Justiça portuguesa, mas também europeia, pois em diversos países, parece finalmente haver uma clarividência quanto à absoluta necessidade de se salvarem regimes democráticos, antes que populistas e corruptos os estrangulem definitivamente, sem remissão, têm de continuar. Sócrates é apenas um, mas o mais representativo e mais necessário no momento. Mas a corrupção e as redes de tráfico de influências e o enriquecimento ilícito têm de ser combatidos, sem trégua alguma.

Estou certo da absoluta necessidade de denúncia da Maçonaria, do seu desmascarar, da perseguição judicial aos seus maiores mentores, que para si asseguraram modos de vida imerecidos, por via de amizades inimigas de uma Democracia transparente e justa para todos. É o que espero com este processo de Sócrates, muito mais do que a sua condenação, necessária mas não suficiente. O polvo conspirador é bem maior do que esse ser menor.

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