Tenham vergonha!

Confesso um amor especial, coisa intima e nutrida com todo o meu empenho. Coisa que me faz ser o que sou, intransigente com princípios humanitários e de muito profundo respeito pelo povo que justifica toda a acção política e social, que sustenta uma Democracia, ainda que doente, ferida por gente que me faz trazer a público este amor confesso. O amor a uma aversão profunda: à Maçonaria e aos seus interesses, nunca confessados, panela onde são cozinhados interesses pessoais e de grupos. Uma aversão que me anima, ao ponto de quando um maçon se manifesta eu sentir logo um assomo de urticária. E quando se manifesta contra os princípios mais elementares que eles mesmo dizem (hipocritamente) defender, e nem quero saber o que defendem, tal a desconsideração que me merecem pessoas que conspiram e elaboram o seu plano de vida, no seio de um grupo que me dá asco...quando o que dizem é contra todo o interesse de uma sociedade onde se inserem...nem vos digo a reacção que me inspira. Fico-me por aqui.

Mas não me fico quanto às palavras de Luis Montenegro. Já la vou. Um dia estava eu a tentar perceber o interesse real do apoio à candidatura do PSD à Cãmara de Oeiras, quando entrou na sala Montenegro, conhecido maçon. Logo me mexi na cadeira...inquieto e preocupado por me saber na mesma sala onde estava tal estirpe. Não consigo aceitar as palavras de Henrique Monteiro, que um dia veio em defesa do seu grupo, Maçonaria, para nos explicar a boa vontade e intenção respeitável da sua instituição. Porque apenas vejo o resultado da sua acção, como grupo, na conspiração de que somos vítimas. E que contraria e desmente a boa intenção da sua sociedade secreta.

Ora, vamos à notícia de ontem. Montenegro dizia que consequências haverão contra os deputados do seu Partido que votaram contra o Orçamento. Não dedicarei muitas palavras à discussão sobre um Orçamento que nos vai deixar pior do que já estamos. Um OE ainda por cima incompetente e mal elaborado, onde os objectivos do próprio Governo não surgem claramente, ou nem sequer surgem, de tal forma que os agentes económicos e a sociedade em geral não poderá entender qual o rumo em 2015, que o Governo pretende para Portugal e todos nós. Medíocre. Mas vindo de gente medíocre, era de esperar. Mas triste e vergonhosa é esta defesa da disciplina de voto. Um dia espero que a mesma seja liminarmente proibida na Constituição. Trata-se de limitar a inteligência individual e o direito à sua livre expressão, em Democracia. Trata-se de por acima da liberdade de alguém responsável, como deve ser um Deputado, o interesse de um grupo, de um Partido, ou tão só de um Grupo Parlamentar. De colocar os interesses, correndo o risco de que esses sejam contra o povo eleitor (e interessa também o povo não eleitor, entenda-se), de um Partido acima de todos nós.

Inaceitável. Se há o risco de um OE não passar, porque dentro de um mesmo Grupo Parlamentar há Deputados que votam contra, o que há a fazer é apresentar Orçamentos de qualidade logo à partida e que não ofendam os direitos e a vida da maioria de nós, dos portugueses. O que não é o caso do OE 2015, manifestamente. E mesmo que fosse um excelente OE, o direito de estar contra o seu próprio Partido tem sempre de ser respeitado, mas sei bem que um elemento que adora pertencer...pertencer a grupos, pela manifesta incapacidade e triste inteligência, que o faz ter uma dependência confessa, como um maçon...entendo bem essa medíocre manifestação de incapacidade intelectual. Pois eu escolho um grupo por livre opção e por defesa de ideias e ideais muito similares às minhas. Não escopo primeiro o grupo e depois me insiro na defesa das ideias do mesmo. Nunca.

A disciplina de voto é uma vergonha. Nesta ou noutra qualquer Democracia. Se um Partido espera a defesa pelo voto, dos seus próprios correligionários, das ideias ou medidas que defende e quer tomar, deve fazer tudo para que as mesmas correspondam ao que se espera desse Partido, pela sua identificação política e social. Não são os seus membros que devem apoiar incondicionalmente, as acções da Direcção, mas esta que tem de corresponder ao que dela se espera, e particularmente, esperam os seus actores políticos, Deputados por exemplo.

Condeno e exijo, como cidadão, a demissão de Montenegro, que me envergonha como membro do mesmo Partido!


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