"Tem de haver saída"...mas há?

O que se repete na cabeça de muitos portugueses, dos ainda optimistas, dos convictos optimistas, é provavelmente uma frase, sobre as nossas possibilidades de recuperação como país: "tem de haver saída" para "isto". E o "isto" é a crise, económica, social, financeira, e muito, muito política.

Estamos fartos de um Governo que nos deu cabo das vidas, mesmo conscientes de que alguma austeridade, ou muita, não sei quantificar, mas acho que poucos saberão, ou talvez mais rigor do que austeridade, seria necessária. Estamos fartos, ultimamente, de um Governo que nos pretendeu passar uma imagem de rigor, de independência dos habituais interesses de empresas privadas e sociedades de advogados (como pode um país dizer-se livre se em grande parte é refém, internamente de...meros advogados? Que só não serão "meros advogados" se dermos importância às suas fortunas), e agora nos dá a imagem de que suspeitávamos, de incompetência. Temos a Justiça, para a qual os Juízes já nos tinham dado uma bela imagem de compromisso com políticos e empresários, Justiça de que se fala demais, não fora o país tão dependente de processos que nunca acabam, próprio do Terceiro Mundo. Não se ouve falar de Justiça nos países do Norte, como aqui, por alguma razão. O que só levará a dar valor a uma profissão que vale como outra qualquer. Mas que se sobrevaloriza.

Temos a Educação, onde um Ministro que era uma promessa de fractura com complexos anteriores, desilude por incapacidade de gestão e controlo do seu próprio Ministério.

Teremos mais Ministros a desiludir nos próximos meses?

Claro que temos um Primeiro-ministo que não "enche" o cargo. Que não se lhe entende uma Visão, uma Mensagem, uma Solução. Um Menino. Precisamos de gente madura, com ideias, inteligência, tolerância, honestidade, defesa de valores. Temos este PM que está totalmente comprometido, não com o que recebeu ou não recebeu como Deputado, ou "gestor" (até me rio...) da Tecnoforma. O problema é a Tecnoforma. E muitas como ela. Vivem do Estado, ganham com o Estado e nada fazem. Absolutamente nada. De útil. Empresas fantasma. E, claro, é muito grave termos um PM que por lá andou e se intitula de gestor. Não é nada melhor do que o anterior Sócrates mentiroso e gestor de influências, que nunca foi engenheiro de coisa alguma, que nunca foi nada mais que (mau) político e vive de milhões que nunca foram investigados. Para mim, são iguais. Porque os políticos não meteram na cabeça que não estão nas suas funções por eles, mas por nós. Quero dizer...eles sabem, mas também sabem manipular Comunicação Social, empresários, e estes a eles, Justiça e Povo, que não se esforça por se informar melhor, mesmo com a tendenciosa informação existente, nem se empenha em participar criticamente, sem amor a camisolas (gastas), na vida política e social, diariamente.

Portugal é, ainda, tendo sido sempre, um país refém de interesses, de poucos. É refém, também, desta gente pequenina. Que se protege e não permite críticas a entrada nos ambientes partidários de quem pensa por si e não se resigna a sim-sim...

Agora teremos o Costa. Teremos um PS refém. De um passado muito mau e cinzento. Marxista e anacrónico. Um PS demagógico de novo. Votaram os militantes e simpatizantes em quem não deviam, pela sede sem fim de ganhar o Poder, por acharem que Costa grita mais alto, dizendo barbaridades, idiotices. Mas muito irresponsáveis. Costa parece querer passar, de novo, como Soares, como Sócrates, a ideia de que a Europa pagará, ou nós amuamos. Mas Costa terá a Merkel como resposta. E Merkel dir-lhe-á...vá mandar cantar o cego e não venha para cá chorar. Se quer esbanjar, arranje forma e saia do clube. Costa é um bluff e um político perigoso. Alguém, como muitos, do PS e PSD, que percebeu a força, ainda, de uma Maçonaria, para estar sempre na crista da onda política. Hoje em dia não se é maçónico por convicção, mas por interesse. Interesse oculto e perigoso do tipo Amigo-ajuda-amigo.

Portugal precisa de saída. Desta crise. Desta gente perniciosa e medíocre. Rui Rio diz que não faz golpes palacianos. Que pena, talvez. Costa fez. Para nosso grande mal. Seria preciso um desses golpes, no PSD talvez. Para nosso bem.

Desta forma, neste vício de ciclo, não teremos saída, nem após os mais cinco anos previsíveis de crise. Que comecem a pensar os de mais de cinquenta...que já não verão dias melhores, com emprego e sustentabilidade. Cinco anos, provavelmente ampliados para nove, ou mais, com Costa a fazer asneira.


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