Os Partidos desta Democracia

Há uma coisa que tenho de reconhecer a António Costa, aliás, mais do que uma: O mérito na campanha que fez e na votação que obteve. Mas muito mais importante, o mérito que ainda mostra, na sua qualidade como político, quando dá ouvidos (veremos na governação da Câmara), a quem lhe manifestou durante a campanha a vontade enorme de mudança. Dizia ele na Quadratura do círculo que se as pessoas não exprimem mais vontade de mudança é pela incerteza da alternativa (a este sistema partidário, a este sistema político dependente dos actuais Partidos). Não lhe reconheço a qualidade autarca, pelos desproporcionado gastos na sua gestão, que ao ...contrário do que diz não foram nada contidos e sim bem camuflados (empresas camarárias, desorçamentação, contratos pr ajuste directo, favorecimento de amigos socialistas e outros...). Há nele uma grande diferença entre o que diz e o que faz. E já nem comento o disparate, pueril, do comentário feito na noite de eleições, quando disse que ele conseguiu em Lisboa o que o Governo não conseguiu no país. Sim, o Governo no país só tem conseguido duas coisas: desgraçar ainda mais do que Sócrates conseguiu, todo o tecido económico e as economias pessoais e familiares, e fazer um imenso favor a todo o sistema bancário e sociedades de advogados...hoje bem mais fortes, poderosos e ricos. E conseguiu ainda, ao contrário de Costa, o desprestígio do PSD, se bem que isto para o país é o menos.
Ouvido Costa, e tantos outros, ouvindo Filipe do PCP na AR e na TV...sobre os Partidos, como pedras basilares da Democracia, e observando o país, tão ansioso de mudanças, e com uma classe política que mais se torna impermeável, que não consegue nem quer ouvir nem ter colaboração de tanta gente válida, que , por exemplo, por aqui se lê, de por aí se sabe...mais confiante fico de que não têm razão. E um dia...terão uma surpresa, olhando-se ao espelho e vendo o inútil, cego, surdo, arrogante e tão pouco inteligente que lá está diante dele. Quando me lembro dos meninos que lideram estruturas partidárias locais, como o líder do PSD em Oeiras....tão altivos a falar com as pessoas, e tão incapazes de dar ouvidos e apenas querer saber o que pensam pessoas bem mais válidas do que eles...vem-me de novo à ideia, esta ideia dos medíocres que temos nos tais Partidos basilares. E é por ainda serem tão incontornáveis na Democracia, com tanta gente de 'aparelho' e tão medíocre, que não deixa lugar a mais ninguém...que mais sinto recear por uma Democracia, afnal, com pés de barro. E sem pernas para andar. O que vi, por breves momentos, na candidatura de Moita Flores, nas pessoas que o apoiavam, foi confrangedor. Que mediocridade!
Hoje, são os Partidos as organizações onde assentam as instituições da Democracia (pouca democracia devido a eles). Mas são e não se dão conta, a maior ameaça a este país ainda democrático, à Democracia. Já tenho poucas dúvidas.

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