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A mostrar mensagens de 2013

Um Novo Ano é sempre Novo!

Faltam apenas dois dias para terminar este ano difícil, o mais duro, para mim, o mais doloroso, desde que me recordo, para mim e para os meus mais queridos. E para os meus amigos, provavelmente. Sabemos todos porquê, em geral. Mas cada um de nós, provavelmente juntou ao já difícil, umas quantas mais complicações, dificuldades, ou problemas e tristezas de muito difícil ultrapassagem. Não me vou lam entar, em privado já o fiz em excesso. E, se sempre me considerei um optimista, desenvolto e liberto de acidez ou de estados depressivos, tenho apenas de confessar que esta fase da minha vida tem sido muito dura. Aligeiraram-me as preocupações e inseguranças, as agruras profundas, algumas pessoas que se mantiveram fiéis, por amizade umas, por amor, outras. Mas, ao terminar o ano de todas as dificuldades e tristezas, desilusões e descrenças num optimismo que me era natural...não quero apenas falar de mim. Sou apenas mais um. 2013 foi um ano de tal ordem odiado, indesejado e temido, que a pouca

O Maior Sentimento do Mundo (II)

“ Na nossa sociedade, Marcus, os homens que mais admiramos são os que constroem pontes, arranha-céus e impérios. Mas na realidade , os mais nobres e mais admiráveis são os que conseguem construir o amor. Na verdade, não há empresa maior nem mais difícil” ( in “A verdade sobre o caso Harry Quebert”, de Jöel Dicker). Diria o mesmo, digo. E mais. Os amor e a amizade. E, não, não há dois tipos de pessoas no mundo, as que sim e as que não, tal como em tantos outros temas. Há as que genuinamente tentam. As que genuinamente pensam que tentam. As que querem (fazer essa contrução do amor) e não sabem como. As que nem querem, claro, também. As que pensam saber o que é o amor e que o construíram, ou constroem, e nem lá perto andam, ou andaram. Ou andaram perto de saber e conseguir, mas iludidas pelos sinais, pelos tiques (ou clichés) da sociedade, as ideias feitas, as imagens ilusórias, também não conseguiram. E há muitos outros grupos e pessoas, com certeza. Não h

O Maior sentimento do Mundo. O maior e o pior.

Eu não pensava escrever algum dia em discurso directo. Num breve e pouco proficiente curso de escrita criativa, cujo ónus a mim apenas respeita, não me foi ensinado o discurso na primeira pessoa, de uma situação, ou de um sentimento, vivido pelo autor do texto, que fosse um sentimento envolvente, aliás, um sentimento que nos retira toda ou quase, a possibilidade de uma análise objectiva. Lembro-me, porém do livro de José Cardoso Pires sobre a sua experiência de quase-morte e passagem para o outro lado, e regresso à vida, infelizmente por pouco tempo. Foi, seguramente, uma experiência, e o texto confirma-o, única, intensa e extremamente difícil de contextualizar, e de passar em testemunho descrito. Pelo próprio. Mas hoje, como nos últimos tempos, Morfeu recusa-se a chamar-me para o seu abraço aconchegante, que nos leva, ao seu colo, por viagens insuspeitas e normalmente sem testemunho confirmável. Morfeu tem-me abandonado.  Um exercício de vivência pessoal, em forma

O Roubo do Presente, por José Gil

Transcrevo um texto do filósofo José Gil, de suma importância, com a devida vénia   (pena ter desactivado o Facebook por razões pessoais) "Nunca uma situação se desenhou assim para o povo português: não ter futuro, não ter perspetivas de vida social, cultural, económica, e não ter passado porque nem as competências nem a experiência adquiridas contam já para construir uma vida. Se perdemos otempo da formação e o da esperança foi porque fomos desapossados do nosso presente. Temos apenas, em nós e diante de nós, um buraco negro. O «empobrecimento» significa não ter aonde construir um fio de vida, porque se nos tirou o solo do presente que sustenta a existência. O passado de nada serve e o futuro entupiu. O poder destrói o presente individual e coletivo de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de inves

Os Partidos desta Democracia

Há uma coisa que tenho de reconhecer a António Costa, aliás, mais do que uma: O mérito na campanha que fez e na votação que obteve. Mas muito mais importante, o mérito que ainda mostra, na sua qualidade como político, quando dá ouvidos (veremos na governação da Câmara), a quem lhe manifestou durante a campanha a vontade enorme de mudança. Dizia ele na Quadratura do círculo que se as pessoas não exprimem mais vontade de mudança é pela incerteza da alternativa (a este sistema partidário, a este sistema político dependente dos actuais Partidos). Não lhe reconheço a qualidade autarca, pelos desproporcionado gastos na sua gestão, que ao ... contrário do que diz não foram nada contidos e sim bem camuflados (empresas camarárias, desorçamentação, contratos pr ajuste directo, favorecimento de amigos socialistas e outros...). Há nele uma grande diferença entre o que diz e o que faz. E já nem comento o disparate, pueril, do comentário feito na noite de eleições, quando disse que ele conseguiu e

Coldplay - Paradise (Peponi) African Style (ft. guest artist, Alex Boye)...

"It was the happiest moment of my life, though I didn't know it"

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Há referências, lidas, que por vezes me escapam. Em tempos, há uns anitos, li um livro fantástico, sobre o tempo, a análise do tempo, numa perspectiva psicológica, The Time Paradox , Philip Zimbardo. Acho até que nem o terminei na altura. Não acho...é o diacho do livro, nesta fase conturbada em que os meus livros se debatem por um lugar nas estantes, ou pelo seu lugar legítimo, e não com uma vizinhança 'estantística' indesejada. Se me tivessem visto a (des) arrumar os livros nesta minha última mudança de casa, logo lhes dariam razão, aos meus livros, na devida proporção em que se atirariam a mim clamando por uma melhor justiça na atribuição de espaços...enfim. O coitado que hoje queria relembrar e talvez reconduzir ao seu justo jazigo não quer dar sinal de vida, nesta caótica vertical acomodação. Mas posso fazer o esforço de memória, que outras memórias hoje vividas, (ou vivências memorizadas?) me permitem. Orhan Pamuk, um dos meus muito apreciados Mestres das letras, Turc

Quando o ser humano se supera

Há coisas que são maiores do que nós .  São bem mais grandiosas do que o ser o próprio ser humano que as originou, que as criou. Quando Beethoven criou o 5º concerto para piano e orquestra, “Emperador”, que só a designação é bem sinal da imensa dimensão, muito para além do humano, provavelmente teria ideia da sua grandiosidade que, hoje, mais de dois séculos passados ainda nos dá um prazer único e nos faz sentir tão pequenos. Pelo menos para apreciadores, mas será inegável, mesmo para quem não conheça, uma vez que ao vivo possa presenciar uma actuação, como a que ouço enquanto escrevo, de Claudio Arrau, com Colin Davis como Maestro, à frente da Staatskapelle Dresden. O segundo andamento, a propósito era a música que eu punha quando a minha filha mais velha ainda estava na barriga da mãe…E ainda hoje me comovo às lágrimas, entre a minha sensação de pequenez e a recordação desses tempos em que muitos sonhos bons me assolavam e me faziam fantasiar uma vida grande e de realizações. Fo

O Milagre

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Há sempre um dia. Um dia acontece. Não queremos, não programamos, mas dão-nos ou fazem que nos surja uma nova realidade, que dias e dias e noites mal dormidas, não nos trazem a explicação mais convincente. E lá vamos procurar um novo poiso, que nem sabemos se capaz será. Mas é como diz alguém que "primeiro estranha-se, depois entranha-se" Nesses dias, um acaso leva-nos até ao 'milagre'. Não. Não passei a ser crente, novamente, como refluxo de uma idade que vai avançando. Isso houve um momento em que 'virando a omelete' a visão das coisas, a visão de quase tudo, ganhou outra fundamentação. Agora, terminada essa pueril e fútil crença, contamos connosco, e chega e está muito bem. O 'Milagre' é o nome porque é dada a nova casinha que vim habitar, no site em que ela se apresentava a si mesma, um de uma imobiliária inovadora. O prédio, esse, de provecta idade, faria fugir o mais crente dos intrépidos crentes. O andar... vejam um pouco... Poi

Genial

Um jovem chinês, Zhao Bowen, um prodígio adolescente ainda, faz parte de um projecto que pretende descobrir o que faz com que certas pessoas sejam tão inteligentes. Como ele próprio.  As ciências da mente fascinam-me. Sempre me intrigaram e atraíram. Volta e meia, leio algumas coisas sobre estes temas. Como consegue o nosso cérebro guardar memórias de décadas? Como consegue fazer deduções, tantas vezes com tão pouca matéria prima, tão poucos elementos? Como armazena memórias de aromas, de sabores, de sensações físicas, de experiências sensoriais? E de sentimentos? E compara tudo, com padrões e memórias armazenados. Descobrir a razão pela qual algumas pessoas têm uma inteligência muito caia o normal, ou são mesmo geniais, pode, em si mesmo, não ser o mais importante projecto das neurociências, excepto se isso contribuir para revelar o que actualmente nem se imagina. Como a influencia do meio, uma ominarão única de genes dos progenitores, as escolhas elaboradas durante o desenvolvimento

Demagogia, hipocrisia e a Actual Crise governativa

Há dois lados e duas (muitas mais, mas duas, pelo menos) perspectivas gerais, neste momento, que jogam o futuro da nossa Democracia. A perspectiva, ou melhor, a visão, segundo os políticos. E a visão, que não tem contado, mas que um dia se pode definitivamente impor, pela necessidade e urgência, a o povo português (que são muitos ‘povos’, digo, visões, claro, mas que em termos gerais, em termos de uma generalizada insatisfação sobre a classe política, eu arrisco-me a considerar mais ou menos homogénea). Os políticos. Continuam a persistir numa lógica de Poder, de alternância no Poder, de eventual pertença ou de tradicional oposição a ele. De acordo com esta lógica, hoje cada dia mais, a caminhar para um real e fatal desajustamento da realidade, há dentro desta visão, formas distintas, ou incorporações mais ou menos diversas. No fundo, porém, há uma mesma lógica: fazer parte do Poder político, ou ser-se oposição a ele, sem efectivamente o ser, sem transpor alguma barreira sem reto

A Difícil Decisão

Portugal encontra-se uma vez mais num momento muito difícil. Portugal e a sua pouco credível e e pouco democrática Democracia. Há dois anos mudou o Governo, pondo fim a uma das piores épocas da nossa História, com a saída de um Governo liderado por um mentiroso e suspeito de corrupção em mil e um casos. Um Governo de irresponsáveis, de gente agarrada ao Poder e a interesses pessoais. Nesse momento pouca esperança havia para que Portugal viesse a entrar num período de inversão nas condições de vida dos portugueses, embora algumas promessas tivessem sido feitas pelo Partido vencedor nas eleições que derrotaram o PS, o PSD. Promessas todas, ou quase, impossíveis de serem concretizadas, mas ainda assim acenadas aos portugueses. Logo depois se veio a confirmar que um só caminho nos era permitido, pelos que nos propuseram um Programa, aceite com demasiada facilidade pelo PSD e CDS. A Irlanda, pouco antes havia rejeitado algumas das imposições de uma mesma Troika, que a nós nos quis e con

O Exemplo do Ouriço e a Condição de ser Raposa

"A Raposa sabe muitas coisas, mas o Ouriço sabe uma coisa importante". Não sei se esta é a mais fidedigna tradução da frase atribuída a Arquíloco, poeta grego da mesma Antiguidade agora menosprezada pelos 'centro-europeus'. A Grécia que nos deu o início da nossa cultura, escrita e prazer pelo pensamento. O prazer simples e imenso de se ser Humano. Essa mesma Grécia agora vilipendiada,  desprezada ou ofendida, tratada como um 'resíduo' da Europa, em urgência de reciclagem. A Raposa, pela interpretação de muitos os que se têm dedicado a tentar perceber esta analogia, está para a vida como muitos de nós, vivendo em várias frentes, usando de recursos variados, de 'artimanhas' (se atendermos à ideia parva, pueril, que temos de uma raposa) várias, de ardis ou de artes, ou ainda melhor, segundo Howard Gardner, teórico da Múltiplas Inteligência, usando de recursos intelectuais múltiplos, para, numa lógica mais de sobrevivência, porventura, do que de vivência