Humildade

Não há nada que exija mais de nós mesmos, do que no momento certo sabermos esquecer o grande ou pequeno orgulho e as nossas autodefesas pessoais, para nos conseguirmos encontrar, efectivamente encontrar, não no sentido físico, mas no intelectual e psicológico, com outra pessoa.

A difícil escolha é saber se o esforço de humildade e de capacidade de auto-análise, vale a pena perante o que queremos e decidimos ter de fazer. Seja mantermos uma amizade, em circunstâncias difíceis, ou de duvidoso futuro, seja uma relação sentimental, seja ainda no plano familiar, quando por alguma razão as relações sofreram um abalo.

Mas nesse momento, em que, 'encolhemos as unhas', em que abrimos bem os olhos, os ouvidos e os braços, sabemos, temos de saber, que estamos a praticar um acto de humildade mas também de muita inteligência e coragem. Esse momento valoriza-nos. Há que ter o discernimento e a força para tal.

Já me aconteceu ter de prescindir da minha atitude de controlo de uma situação e de exigência para com alguém, de cobrança de atitudes e comportamentos, para poder mais tarde, nunca se sabe quando, ganhar o mundo inteiro, num abraço, num sorriso ou num beijo. Já me sucedeu, com amigos, com família e com alguém de quem gostava ou amava. Ganhei, na altura, mesmo tendo perdido mais tarde, mas por outras razões e noutras circunstâncias.

E volta e meia, seja com um membro de família muito próximo, seja com um amigo ou amiga, ou alguém a quem quero muito, tenho eu de me empenhar bem nessa atitude de humildade de pensamentos e de sentimentos.

Depois, quase sempre, venho a colher bons resultados...

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