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A mostrar mensagens de abril, 2010

No país dos pategos?

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Não sei se me cansei da política, mas parece que a política se cansou de mim. Vou, por isso, esperar que dentro de semanas, enfim, se tivermos paciência ainda para eles, meses, José Sócrates Pinto de Sousa e Pedro Passos Coelho, resolvam 'aquele' problema que já tem centenas de anos e ainda julgam que é 'de agora'. O problema é estrutural, dizem. É de organização, também se diz. É devido à crise da Justiça, da Educação, ou ...da 'raça'? Salazar, esse milagreiro para alguns, ainda, foi a criatura mais sinistra, estúpida e estupidificante dos últimos cem anos. E nisso, bem que levava a palma a muitos que o antecederam e sucederam, até hoje. Hoje, temos um corredor...que a qualquer custo lhe quer ganhar em estupidez: Sócrates. E veremos se lhe ganha em teimosia, arrogância e persistência na mediocridade. Palavras fortes e pouco elegantes...oh! Pois...e não estamos fartos de provincianos e provincianismos ridículos, umas vezes a favor de um anacronismo católi

O mesmo sonho...

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Mais uma. Ali estava ele, de novo. Olhava à volta, tentava ver bem os detalhes, As caras, todas as caras, mais as femininas. Escrutinando bem, os sinais que lhe surgissem. Mas não a podia identificar assim... Mais uma estação de Metro. Apenas. Mais gente, mais pessoas, que nem entravam na sua história, Mas qualquer uma podia dela ser parte. Afinal basta um passo, feito sorriso, achava ele. Um passo só, e duas pessoas passam a ser parte uma da outra. Olhava, a estudar os sinais nas faces, Onde julgava um dia poder voltara vê-la. Volta a ver quem nunca vira? Só tinha uma imagem dentro de si. Galgava as catacumbas da sua memória, À procura de restos dessa imagem de outrora. Um tempo que não fora muito antes deste. De onde lhe vinha essa imagem? Chega o comboio, do Metro, e entra. Novamente a estudar sinais e caras. À procura, sempre à procura. Nenhum sinal lhe era dirigido. De repente, de um recanto dessa sua memória, Que todos os dias tentava exercitar, Surge-lhe bem fresca, a imagem

A nossa profunda Ignorância

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24 de Abril de 1990: O Telescópio Espacial Hubble foi lançado no Espaço, pela Space Shuttle Discovery. O Homem anda há séculos, desde que sabe, já na Antiguidade Clássica, com os Gregos (hoje uma sombra da civilização que já foram, como tantas outras: Árabes, Chineses, Portugueses, não digo espanhóis que, verdadeiramente nunca foram nada mais do que exterminadores do mundo dos outros...sempre que se perde o domínio de um conhecimento ou tecnologia de importância universal, perde-se a hegemonia e a relevância histórica e respeito internacional. Mas lembro que tudo é relativo na História: Portugal esteve em Malaca, Malásia mais anos do que os EUA têm de existência...por exemplo), a tentar conhecer-se a si e aos outros. A tentar conhecer o Universo e a percebe a sua verdadeira dimensão. A tentar descobrir se estamos sós ou acompanhados, muito acompanhados, neste Universo imenso e fantástico, mas assustador. Há século que andamos a tentar saber mais do Universo. E há décadas que insis

A Psicologia do Tempo IV: Uma perspectiva profissional

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Houve épocas em que a 'medida' do tempo era efectuada pela perspectiva dos acontecimentos, eventos. Quando a medida do tempo não dispunha do rigor dos dias de hoje, com relógios, e preocupação de pontualidade... ...nessas épocas, antes do século XVIII, e mais recuadamente ainda, o tempo era medido pelos acontecimentos diários e a sazonais: pelo nascer do sol, pela hora da refeição (que podia implicar passar-se um dia inteiro na busca de alimentos), a hora da oração, o pôr do sol, o cair da noite, o tempo da fogueira, da dança colectiva, da maternidade, da mudança de lua, as estações do ano, o de se produzir uma bilha de barro, ou fabricar uns sapatos, etc. Mais tarde, o relógio trouxe outra perspectiva e outras necessidades. As horas do dia determinavam os acontecimentos. Se antes os estabelecimentos comerciais abriam de acordo com as horas de sol e fechavam ao crepúsculo, ou ainda assim quando os sues propietários entendiam, com o relógio, pessoal, da igreja, comunal ou ain

A Psicologia do Tempo III: O nosso tempo

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Uma reacção humana demora 250 milisegundos, um quarto de segundo. Ou seja, a luz que vemos, uma luz que se acenda, só a percebemos um quarto de segundo após ela ter sido acesa. Se for um som, a nossa reacção ainda será mais lenta.  Mas esta nossa limitação, comparada à velocidade de resposta de um computador moderno actual (no futuro será ainda maior a diferença), uma diferença que é de 750 milhões (a favor do computador, pois), tem implicações mais interessantes: um sorriso que vemos na cara de alguém, foi expresso um quarto de segundo antes. Mas os nossos processos mentais internos não são todos tão lentos. O que implica que o nosso raciocínio perante um sorriso, ou uma cara fechada, não tem o mesmo tempo de reacção. Este desfasamento...tem implicações, mesmo de fracções de segundos, na nossa relação com os outros. Este é um aspecto interessante do tempo e da nossa relação com ele. E da nossa perspectiva do tempo. Outro aspecto interessante é ...devida a esta resposta 'lenta&#

A psicologia do Tempo II

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"Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado".  George Orwell, 1984) "Todas as nossas escolhas significativas, todas as decisões que tomamos, são determinadas pela nossa percepção do tempo. Esta é a mais influente força nas nossas vidas, ainda que raramente reflictamos sobre ela." Philip Zimbardo, Time Paradox. Todos os dias tomamos dezenas de decisões que são depois parte da nossa memória, sobre o nosso passado (a que horas despertámos, o que vestimos, o que comemos, com quem estamos, onde vamos, com quem vamos, etc.). No seu todo, isto vais constituir o que nós fomos, o que somos e o que viremos a ser.  Hoje foi um dia mais difícil para mim. Tive de o passar à espera da decisão, ou resposta de outras pessoas. Que não chegou. Ao final da tarde, tive um momento de genuína revolta, incompreensão e raiva. Nos últimos tempos, algumas das decisões sobre o que quero, tenho e posso fazer tem dependido de mais pessoas. Este c

A psicologia do Tempo

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O tempo é visto por cada um de nós de forma diferente, de acordo com o seu referencial, a sua experiência passada, a sua perspectiva de vida futura. Facilmente se demonstra que o Tempo é o bem mais valioso que todos temos. Não é tangível, não se pode guardar, não há investimento de tempo, como há de dinheiro, por exemplo. Mas, tal como com o dinheiro, há o custo de Oportunidade, expresso naquilo que se poderia, ou poderá, ter feito ou fazer, em lugar de outra coisa. O Dinheiro pode ser, aceitavelmente, num dado momento ou período da vida um bem de valor difícil de substituir, mas o tempo...não é nunca substituível. Nunca. Um milionário pode despender tempo, energias, recursos seus e outros, humanos, para aumentar e manter a sua fortuna, mas pode nunca a conseguir aproveitar. E...de que lhe serve? Será ele a pessoa com melhores condições de vida, se nem a vida na sua totalidade, ou mesmo parcialmente a aproveita? Fazem-se viagens, reuniões com amigos, reuniões sociais, risos, fe

A Catarse colectiva na Religião e o Amor...simples, humano, superior

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Em todas as religiões, ao longo do tempo, foram-se criando, elaborando, sofisticando as cerimónias, os momentos de culto (termo ambíguo, perigoso, já que comum a outros tipos de crenças, algumas bem opostas às das religiões, como as de algumas 'seitas, mas na sua génese o Cristianismo era uma seita, apenas, que hoje alguns querem fazer esquecer...um seita conduzida por um homem que tinha ideias políticas e não religiosas, mas numa época em que a vida social e política se misturava com a das divindades, daí a confusão mais tarde gerada...enfim...) colectivo, os momentos de Catarse. Este, um termos que enerva e inquieta os actuais Católicos, principalmente, já que associado aos Cátaros, de França (Carcassonne)... A razão de esses cerimoniais terem crescido em complexidade e até em fausto, que hoje já se põe mais em causa e até se simplifica, frito das críticas, perante um mundo moderno que não vive bem consigo mesmo...a razão é precisamente uma espécie de Catarse colectiva: um amb

Mar Adentro

Schwäbisch Hall

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Em 1993 estive na Alemanha, a estudar, privilégio que me foi oferecido pela empresa em que na altura trabalhava: Schwäbisch Hall. Schwäbisch Hall a nordeste de Stuttgart, é uma cidade medieval lindíssima, banhada por um rio, com pontes fechadas em madeira, que foi poupada na Segunda Guerra Mundial. Diziam-me que era estranho ir aprender alemão numa região onde se fala Schwäbisch, Suábio, por todo o lado. Mas no Goethe Institut, com aulas matinais intensivas e estudo toda a tarde até quase ao jantar, o resultado foi surpreendente e muito compensador. Esse foi um tempo extremamente produtivo e vivido minuto a minuto com muita intensidade. Um tempo-esponja, em que se absorvia os conhecimentos com um prazer e vontade incomparáveis. Mas esse prazer pelo conhecimento, pela aprendizagem e pela evolução, acompanhando sempre o meu tempo, ainda hoje o mantenho bem activo. Mas nessa cidade vivi também momentos de contradição. As saudades da minha única filha da altura, que tinha apenas meses,

Carlos Nuñez & The Chieftains Muiñeira de Chantada.

Ontem, já bem pela noite, estava eu numa estação de Metro em Lisboa e ouvia uma música, de entre tantas que aprecio e muito, de inspiração celta: música galega. Milladoiro, para ser mais concreto. Não tendo as melhores razões do mundo para estar a 'bailar', nem que seja com o sorriso na cara e o pé ao ritmo da música, dei por mim...precisamente quase a dançar. As pessoas à minha volta olhavam-me, de mochila às costas, a bater a perna ao ritmo de uma música, cheia e rica, viva alegre e pujante, que faz as minhas delícias, mas talvez o meu ar não lhes parecesse muito condizente com o meu 'estilo'. Entrei no Metro e continuei, sorriso e a bater pezinho... Quem me via, devia pensar...mas este tipo que parece ter entre a idade da escola primária e a da batalha de Aljubarrota dá-se conta da figura que faz? Escusado será dizer que apenas os portugueses, os que me olhavam faziam uma cara entre um sorriso parvo de espanto e uma ar quase condenatório. Um casal de chineses pa

Tempo, esse desconhecido

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Uma confissão: sempre tive problemas com o tempo. Sempre sofri de alguma impaciência, de alguma inquietação, em relação a certos aspectos, objectivos ou acontecimentos desejados. Por outro lado, sou, sempre o fui também, extremamente paciente, com tudo o que considere o mais fundamental para mim.  Esta dualidade, por vezes, confunde-me. Confesso mesmo que é o aspecto que mais incontrolável sinto ter na minha cabeça. Na realidade, nem mesmo em situações que me puxaram para momentos mais depressivos, senti, por poucos momentos que fosse, não conseguir controlar os acontecimentos. Não se controla tudo o que queremos, na vida. Nem se quer, muitas vezes. Mas a cabeça, sempre a controlei, e controlo. Mas o tempo... ...o tempo para acontecerem coisas quando as desejo, quando delas necessito, quando me sinto mais preparado para elas. O tempo que ainda não chegou, o momento certo, que sei que pode chegar, que quero que chegue e que sei irá vir...esse é mais difícil para gerir em termos menta

Re-Crise

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Há alguns sinais, muito evidentes, de que a Crise mundial, que já se anunciava debelada, controlada, pode estar a regressar. Em círculos privados sempre o disse: que a crise mundial, económico-financeira, que alguns pretenderam apenas financeira, não estava ultrapassada. Sempre o disse, pela evidência de sinais nas sociedades. Alguns espíritos mais bondosos e optimistas iam-me dizendo que não...que não só já se sentia recuperação, como nada ficaria como antes, uma vez passada esta fase, esta crise.  É bom o optimismo. Eu sou sempre optimista por natureza, mas em assuntos de cariz económico e financeiro, não é o princípio e atitude pelo qual nos devemos pautar. O esforço de um investidor, de um gestor e de um político com responsabilidades em áreas económicas deve ser pelo máximo de realismo e verdade de que for capaz. Em Portugal, por exemplo, os políticos do PS têm feito um genuíno esforço...pela mentira eleitoralista.  Resultado...este país que até empresta dinheiro a uma econo

Shalom

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Sentado na esplanada fresca dessa noite húmida, nos ouvidos a música que o havia levado ali, sem o saber... Na mente o mesmo de há algum tempo, a imagem que guardava em si de quem muito queria, que guardava como o seu tesouro mais precioso, a imagem da pessoa que mais preciosa... Tinha ido pelo labirinto de ruas e prédios, sem um ideia qualquer que não fosse tentar perceber a imagem que em si se criara e...porque a alimentava e apertava contra o mais íntimo e secreto que gostava de ter. Pensava e voava até destinos de sonho, um cidade de canais de edifícios renacentistas que amava, um local onde o mundo inteiro se encontra e ...se perde em amores e loucuras e sai de lá cheio...da vontade de sempre voltar. Pensava e sonhava com a sua companhia, essa imagem que sabia real e ...não sabia. Via-se a derivar pelas ruas de Saint-Germans dés Prés, do Cartier Latin, onde se sentava a olha-la à sua frente, sorriso na cara, a ouvi-la as horas que lhe contava toda a sua vida e ria, e ria e toda

Religião: um caso pessoal

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Ontem duas pessoas me deram, de sua própria voz, mais um reforço sobre o que penso e sobre a futilidade da Religião. E sobre a vacuidade da existência de deus. Ou seja, é pratica ou totalmente indiferente a existência de um ou mais deuses. Embora o receio, o pavor pelo desconhecido, até pelo futuro, pela doença, pela morte, pela sorte e pelo azar, leva tantos milhões, biliões de pessoas a se agarrarem à melhor ideia de Marketing da História da Humanidade: deus. Mas não nego que a ideia de deus, e um pautar-se na vida por um conjunto de princípios e de regras, a procura, ou a passividade pelas respostas ao desconhecido, o acreditar num destino já escrito, possa fazer das pessoas, melhores pessoas. É seguirem um código, por vezes escrito, outra vezes não. E torna-as melhores. Em si mesma, a atitude é já positiva, mas não é prova de coisa nenhuma. Uma das pessoas, uma excelente amiga de muitos anos, que  muito considero, dizia-me que acredita em deus, acredita e sente-se parte de um

Ser religioso, ser Crente...ou ser inteligente...

Começo por declarar o meu maior respeito e consideração por todos os que, de uma ou outra forma, com mais ou menos prática, maior ou menos convicção, se sentem parte de uma religião, de uma crença, e pautam a sua vida por princípios inspirados ou decalcados de uma Religião. A declaração impõe-se porque pretendo evitar equívocos. Eu não sou religioso, nem crente em coisa alguma. Já o fui, recebi a educação religiosa, que me quiseram oferecer. E não há muitos anos eu praticava a minha religião, à minha maneira, mais ou menos diariamente, com algumas 'comunicações', orações, segundo os religiosos, com Deus. Um Deus que eu cria existir. Mas, lendo, pensando e conversando, de forma serena e pacífica, sem que qualquer convulsão se tivesse passado na minha vida, a este nível fui chegando ao que sou hoje sou: totalmente sem crenças, de espécie alguma. E, no exacto momento em que me dei conta desta minha segura forma de pensar, desta minha solidez filosófica, senti uma das maiores libe

O checo - Capítulo 1

Saíam uns sons, arrumados, espalmados pelas cordas do seu violoncelo francês. Eram notas afinadas e não sons sem cor alguma. Um choro de música, que lhe saía sem controlo seu. Se se balançava ao ritmo da música de Dvorák, a que tanto gostava de dar vida, ouvia-se outro som, ruído. Rangido de madeira velha. Seca e velha, como ele já se ia sentindo, do desgosto. Tocava só, tão só como aquele choro de Dvorák. Os dois lamentavam-se e iam seguindo juntos. Agora, porém surgia uma outra coisa, um outro ruído. Quase se irritava, mas nem teve tempo, pois já a porta se abria, como se alguma vez se tivesse fechado de verdade. A sombra que, disforme se esticava naquele soalho antigo e gasto era inesperada, porque diminuta. Pelo menos assim lhe parecia, ou era do transe sempre que lhe induzia que interpretava. Penetrando no silêncio súbito que se fez no seu quarto, uma linda menina de pele branca e cabelo dourado, provocou-lhe um quase calafrio. Não pelo que a rapariga podia representar, mas por