Energias

Portugal é, na Europa, o país com maior dependência energética do exterior.

Portugal tem também baixa eficiência energética. Quer isto dizer que a diversos níveis consumimos demasiado e mal. Consumimos demasiado quando a incúria nos leva a não controlarmos melhor o consumo em energia eléctrica, quando há excessos nesse consumo, começando por organismos públicos onde há consumos durante toda uma noite em iluminação, quando há deficientes isolamentos de edifícios de escritórios ou de habitação que, para além disso nem deviam utilizar esta forma de energia para processar aquecimento.

Para além de tais consumos descontrolados de energia, Portugal tem presentemente reduzidas formas de energia às quais pode recorrer (praticamente apenas energias fósseis como as que provêm do petróleo e de gás natural). Outros países recorrem cada vez mais a energias ditas renováveis, tais como a eólica, a solar e o biogás. Mas em quase todos os países europeus há também um recurso energético de enorme valor e que, para além do elevado potencial, permite uma utilização mais rápida a partir do momento em que se lança um projecto energético: a energia nuclear.

Já aqui referi, mais de uma vez que para mim, sem ser especialista em energia, a energia nuclear poderia até permitir a exportação de energia.

Temos o hábito de olhar para estes assuntos apenas do ponto de vista nacional, ou seja do nosso consumo caseiro e nunca pensamos à escala internacional ou global.

A energia é também, obviamente um negócio (mas parece que poucos empresários ainda entenderam isto (mas também com a qualidade de empresários que temos, mais preocupados com a marca da sua gravata e com os sapatos brilhantes com ‘escovinhas’ e com o Porsche Cayene à porta, ganhando dez a quinze vezes mais do que os seus mais directos colaboradores e muito mais do que os recursos das suas empresas o permitiriam…)

Porque não pensamos em termos mas globais? Porque não investimos a sério em energias renováveis, eólica e solar, mas também das marés? Temos mais recursos naturais nessas áreas do que qualquer país europeu!

E porque, para o fazermos persistimos em recorrer a espanhóis, que nada , mesmo nada, percebem disto (mesmo que estejam à nossa frente quanto a utilização). Quem sabe de energia solar a uma escala internacional, produzindo os melhores equipamentos são os gregos. Quem sabe de energia eólica em termos produtivos (fabricando equipamentos e implantando parques eólicos) são alemães, dinamarqueses, holandeses…

Mas… querem apostar em como vamos recorrer ao senhor Pina Moura e à sua Iberdrola? Que disto sabe muito pouco mas que o seu representante (presidente porque ele é uma individualidade…) diz ser líder mundial… Onde estão os importantes parques eólicos de Espanha??? Compare-se com o Norte da Europa, onde alguns parques até já substituíram centrais nucleares.

Insisto: devemos ter energias renováveis, eólica, solar principalmente, tentando utilizar conhecimentos de quem sabe a sério disto e esquecendo amiguinhos e interesses corporativos, e também pensarmos a sério em energia nuclear, com a qual até podemos criar mais um negócio exportável, para Espanha claro!

Mas aposto numa coisa: iremos entrar pela porta errada neste tema da energia, novamente. Vamos entrar com uma novata Iberdrola, vamos criar mais grupos corporativistas com as pessoas do costume e criar mais amiguinhos em empresas que, mais tarde possam dar uma mãozinha aos ex-ministros do actual e de anteriores governos. Em Portugal de cada vez que se faz alguma coisa nova é para servir corporativismos e amigalhaços…

Entretanto temos os imbecis do costume a alinharem-se numa contestação provinciana contra o ‘nuclear’: as quercus deste desgraçado país, feitas de gente que nada sabe e só procura destaque pessoal ou prazer pelo ‘bota-a-baixo’ e por destruir pela base qualquer hipótese de desenvolvimento.

Entre imbecis com gravata e imbecis sem gravata ‘venha o diabo e escolha’

Que paciência! Ou falta dela!

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