Incompleto, mas clarificador.

Concordo com o Espumante. Santana demonstrou, talvez não, porventura, uma superioridade, em termos de projecto e isto, toca muito de perto a opinião de alguns (os jornalistas parecem ter uma estranha tendência para a esquerda, mas hoje uma sondagem televisiva contradisse-os quando 71% das chamadas telefónicas deram a vitória do debate a Santana, com 29% para o demagogo Sócrates), que respeito, mas da qual discordo, quando se diz que não os preocupa o programa (de Governo), mas sim a possível ( a capacidade de) reacção às dificuldades. Explico logo a seguir...- mas demonstrou-a na segurança, que é importante em política, ou seja a tal capacidade em saber reagir, em situação de dificuldade.

Assusta-me pensar que o Primeiro-ministro reagirá, perante adversidades, como esta das insinuações à intimidade de Sócrates "à Sampaio", " a quente", irracionalmente, desmesuradamente, com irritabilidade, amuo e infantilidade. Não pode ser.

A única coisa em que dou o benefício a quem pensa que Santana foi e pode ser uma má experiência para Portugal, é na demonstrada ineficácia governativa e cadeia de trapalhadas de Santana nos últimos meses. Mas, contrariamente ao que disse Sócrates, que puxava o seu adversário para explicações sobre o passado, mas que sempre se recusou a aceitar que o PSD fizesse o mesmo em ralação a Guterres (!), Santana deve falar do futuro! Tal como pretende que faz, o próprio Sócrates. é o mais importante agora, de facto. Pois o passado mancha-os a ambos, já que Sócrates foi do Governo, o pior de sempre em mais de 200 anos de história, do incompetente Guterres.

Muita gente tende a gostar do discurso belo ou encantatório, mas de facto, as coisas mudam-se começando por projecto, depois em programa e, seguidamente, com acções. E acções, significa, passe o pleonasmo, agir. Não é reagir. Principalmente não é reagir como fez Guterres, com o mesmo elenco governativo que agora apresenta Sócrates. Não é governar para agradar, apenas, embora também isso seja importante (quando possível).

Mas ainda há outro aspecto, subjacente ao discurso dos dois políticos, no debate de hoje: Sócrates pretende ganhar eleições e, para tal ele e o PS (no oportunismo a que nos têm habituado, e nas actuações dos últimos anos) aproxima a prática política da do PSD e até do PP. Isso nunca foi a prática do PSD...

Mas isso dá razão, no caminho certo a traçar e percorrer, a quem? A quem imita, ou a quem é imitado?

Um partido não é apenas o seu líder. E no caso do PS, o líder até é melhor do que o seu partido, No caso do PSD, nesta fase, acontece precisamente o contrário. Eu prefiro a segunda alternativa, ainda assim.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Millennium de Stieg Larson: Os homens que odeiam as mulheres

A memória cada vez mais triste do 25 de Abril