A música e o baile da nossa política

Música:
Diz António Costa que os portugueses sabem que a cultura do PS não é de abuso do poder...

...pois, tal como aconteceu com Fátima Felgueiras, António Saleiro e, hoje mencionado na primeira página do Público “Nuno Cardoso arguido por suspeito de peculato, abuso de poder e participação em negócio.

Eu sei, sei que houve e há muitos outros, do PS (e não só, claro, mas especialmente do PS, como Mário Soares que de Norte a Sul de Portugal é comentado como tendo negócios ilícitos em Angola – e não sendo destas citações e provérbios, “onde há fumo...”- como tendo sido um líder partidário autoritário e agarrado ao poder, não aceitando o desastre político que é o filhinho... mas não vou ser exaustivo)

Baile:
Diz Paulo Portas que devia haver uma lista de cargos da alta administração (perdoem-me não usar a deferência da maiúscula) do Estado que, sendo de confiança política, poderiam mudar com o partido que fosse para o Governo e que outros cargos não...

Como num baile, a mudar de par, ou na dança das cadeiras...

...não devia ser doutra forma? Para uns e outros, criar estabilidade, garantindo continuidade de políticas e acções e orientações de gestão a decorrer? Não devia ser criada uma confiança profissional, mais do que política, que devia ser aceite e praticada por quem nomeia e por quem está nos tais cargos? E a estes deviam ser responsáveis e responsabilizados, pela implementação de políticas, independentemente do partido (aqui devia usar maiúscula, em bom português não era?) que estivesse no poder?

Eu, numa empresa privada, nem sei o partido (e ele insiste na minúscula) do meu chefe ou dos meus colaboradores, que de mim dependem... só por não serem funções políticas? Não querem que os cargos e funções públicas sejam cada vez mais orientados por critérios profissionais?

Mas não se faça intermitentemente de pacto de regime, de interesse nacional? Isso é compatível com mudanças de cadeira cada quatro, perdão, dois anos?

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