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A mostrar mensagens de 2004

Uma correria sem sentido

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  Digam-me lá se isto faz algum sentido. Um ano termina e vem logo outro, coladinho, a querer ocupar-lhe o lugar, quase sobre os restos mortais do anterior, ainda com o corpo a arrefecer? Tem isto algum jeito? No minuto seguinte ao término de um ano, inicia-se logo, sem pausas, sem respiração, o ano que se lhe deve seguir. Quanto a dever um seguir o anterior, de acordo. Mas, assim, deselegantemente, sobre a última expiração do ano anterior? Não acho nada bem. Então não devia haver uma pausa qualquer, tipo- já que isto tem de se medir em dias, e os dias em semanas, digamos umas duas semanas ou, no mínimo, uns dez diazitos. Bolas, era o mínimo. Por respeito... E fazia sentido, lá está. Há tantos sapatos velhos para arrumar, roupas para substituir e retirar para fora as velhas, livros que estão fora de uma ordem lógica nas estantes, gente que deve ser visitada- "ao menos uma vez no ano", aliás este "ao menos uma vez e uma vez é melhor do que nada" ap

Silêncio

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  Jozef Stefanka Saíam uns sons, arrumados, espalmados pelas cordas do seu violoncelo francês. Eram notas afinadas e não sons sem cor alguma. Um choro de música, que lhe saía sem controlo seu. Se se balançava ao ritmo da música de Dvorák, a que tanto gostava de dar vida, ouvia-se outro som, ruído. Rangido de madeira velha. Seca e velha, como ele já se ia sentindo, do desgosto. Tocava só, tão só como aquele choro de Dvorák. Os dois lamentavam-se e iam seguindo juntos. Agora, porém surgia uma outra coisa, um outro ruído. Quase se irritava, mas nem teve tempo, pois já a porta se abria, como se alguma vez se tivesse fechado de verdade. A sombra que, disforme se esticava naquele soalho antigo e gasto era inesperada, porque diminuta. Pelo menos assim lhe parecia, ou era do transe sempre que lhe induzia que interpretava. Penetrando no silêncio súbito que se fez no seu quarto, uma linda menina de pele branca e cabelo dourado, provocou-lhe um quase calafrio. Não pelo que a rapariga podia

O mundo dos pobres e o mundo liderante

Uma parte do mundo, auto-consagrada como a parte liderante, continua a querer, porque achar dever e porque, de facto, pode determinar a vida na(s) outra(s) parte(s). Com a devida vénia recomendo este post do Pura Economia , fazendo referência ao blogue Becker-Posner ... ...sem mais comentários
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Nem consigo imaginar as horas de dor e enorme vazio, a tremenda solidão, que sentem todos aqueles que, no recente sismo na Ásia perderam ou se perderam de entes queridos, família e amigos. Calcule-se os sentimentos de pânico de quantos se encontram vivos tentando procurar os seus mais queridos, sem nada saber, muitas vezes tratando-se de filhos menores, perdidos... e isso já é algo, nestas circunstâncias, bem animador, se pensarmos na alternativa... a de não estarem perdidos, e não se saber deles... 

A Cultura de Dietrich Schwanitz

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  Faleceu a 22 de Dezembro. O alemão que publicou um dos grandes sucessos editorial ensaístico na Europa, foi encontrado morto no seu apartamento em Hartheim. Schwanitz alertou a nossa atenção, ou antes a nossa desantenção, para problemas da educação, da cultura, desmistificando-os, ainda que de um ponto de vista fundamentalmente germânico, mas mesmo assim alertando os alemães, mais do que todos os outros, para os nossos preconceitos e complexos, tanto como a nossa ignorância... Numa obra informativa, pedagógica, eloquente- Cultura, tudo o que é preciso saber (Bilgdung, was man wissen muss), Schwanitz oferece.nos uma longa mas não fastidiosa viagem pela Cultura Ocidental, desde a Grécia Antiga aos nossos dias. Um livro inteligentemente escrito, com um título que nos deixa ou intrigados ou nos transmite uma ideia enganadora das inteções do seu autor. Recomendável!

Mais contos para este Natal

Li alguns contos, e contos dentro de contos... Como este e este da Vieira do Mar. Como sempre imperdível! E ainda este , original, do Espumante. À falta de inspiração... recomendo quem é melhor do que eu. Mais 'Feliz Natal'

O Natal é um conto de encantar

Sempre gostei de contos de Natal. Pelo Natal. Gostei, nesta fase de infância muito tardia, particularmente, das delícias que este, saído do Guarda-Factos me proporcionou.
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Da minha janela podia ver, ao fim da tarde, uma rua deserta e fria recuando da sua actividade frenética habitual, perante o avanço de uma noite que se adivinhava ainda mais gélida. Atrás das nuas e dormentes árvores podia admirar, lá ao fundo uma mancha de sol que se refastelava, por efémeros minutos sobre a torre da igreja, dando-lhe mais motivos para se envaidecer da sua reconhecida beleza. O tempo parecia que parava à espera... À espera do tempo da paragem anual. Do Natal. Tudo parecia, ali, longe do rebuliço das lojas e centros comerciais, parar... suspender-se, como se não houvesse que fazer nada mais, senão esperar. Momentos de paragem e de nostalgia. Tudo parado para nos dar tempo de recordar. Outros tempos. De há muitos anos. Em que o Natal era de ansiedade e expectativa, pelo dia de todas as alegrias. Pelas prendas, pelos dias em família, no quente e protector espaço do lar. Aquela luz alaranjada sobre a torre lá ao fundo deu-me vontade de parar, também. De regressar a casa, a
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É Natal! É outra vez Natal. Para mim e para muitos "cotas", desde o Natal "de há dias", o de 2003 e este tudo se passou como se alguém puxasse pelo tempo, porque este tempo não é, não tem sido dos melhores. Mas para as crianças, se todos nos lembrarmos de quando éramos pequeninos, o tempo é de outra relatividade. Não voa ainda. Até, por vezes, lhes custa a passar. Quando não estão ocupados, suficientemente. Agora, por estes dias, ainda mais lhes custa a passar. A uns porque nunca mais parece chegarem as férias. A outros, mais pequeninos, porque o tempo da grande festa, de estar em casa, em família, com todas as tradições deste tempo, as doçarias, as visitas anuais de amigos e família e, claro as músicas de Natal! É deste Natal musical que vinha falar. Mas, muito melhor do que falar é ouvi-la. E, sendo suspeito, por ter ligações ao projecto, venho propor-çhes um excelente e mágico concerto no Teatro São Luiz, no próximo Domingo, dezanove. Mesmo a tempo! De ouvir e de

O tal 'rapazinho'

O (grande, dizem... ahaha) tribuno, que não tendo nada de próximo com o da antiga Grécia, excepto no nome, disse: “...Santana e Portas não fizeram um casamento. É meramente uma união de facto...” ...ou de como se, não se tem telhados de vidro, arranja-se... Ele que espere... hão-de falar dele. Até já me vêm as lágrimas, entre a tristeza que nos espera com tal 'tribuno' e o que se prepara para fazer ao país. Como dizia Sampaio? Que o país não pode esperar mais? Não se aguenta mais? Pois... então deêm-lhe um Sócrates... Triste país! (isto é plágio, eu sei), tristes de nós. Lá vamos a entrar no tunel... por muiiiiiito tempo. Demasiado. A não ser que o PR dissolva o próximo Governo, se for Socialista, usando dos mesmos critérios que agora usou... Isto é, dissolver Governos incompetentes!

A vida num tunel imenso... terá fim o tunel?

Finalmente Sampaio explicou-se. Pensa ele, do alto da sua arrogância, que ‘aquilo’ foi uma explicação. Não disse nada de novo, nada que não se adivinhasse, vindo de um socialista, que nunca abandonou os seus complexos políticos. No seu tom grave (ou seria mais, arrogante?) habitual, tentou demonstrar que toda esta crise política foi da responsabilidade do Governo. No tocante ao estilo de Santana Lopes, não me é nada difícil aceitar a argumentação do todo-poderoso-supostamente-imparcial Sampaio. De facto, todos estamos fartos, e eu pelo menos, substancialmente saturado, das trapalhadas e imaturidades do PSL. Mas... é tudo tão convenientemente oportuno. O PS mudou de liderança (tem-na tido ultimamente? Vai ter agora, com este 'menino'?) Falou-se tantas vezes de crise, aliás, falou a oposição, fazendo, obviamente o seu papel (legítimo?) de dizer mal, por lhe apetecer, por ter perdido tachos (e foram muitos...mas agora já se preparam para os recuperar...veremos)

Exportem-me!

Por hora, o solo nacional é escarrado, talvez, umas (é mesmo a atirar para o ar um valor, de facto) duas a três milhões de vezes? Das instalações sanitárias, públicas e privadas, devem sair, por hora uns outros milhões de homens (e mulheres também?) sem lavar as mãozitas, como a mamã havia ensinado. É lindo! Além de ser muito português...esta coisa de, depois de ter andado com os dedinhos na coisa, dar, por exemplo a mão a outra pessoa, logo à saída do WC, ou atender o telefone, ou ir almoçar, porque não? Noutro local, ou melhor em milhares deles, por esse país fora, uns tantos tapetes, decorações de Natal e até, why not, lâmpadas são surripiadas das portas de apartamentos, mesmo que os edifícios tenham segurança- o que, aliás, ainda abona mais a favor dessa habilidade tipicamente portuguesa. E assim se conseguem mais uns cêntimos, ou Euros (uns cinco ou seis por dia, que êxtase!). Melhor do que tudo isto, por mais profissional, umas dezenas de milhar de riscos, feitos de improviso
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...actuaram em locais do maior prestígio no panorama musical ou artístico, em Portugal e noutros países: Teatro Camões, Teatro São Luiz, Teatro da Trindade, Centro Cultural de Belém, Fundação Calouste Gulbenkian, etc, etc; Orchestra Hall, sede da Chicago Simphony Orchestra, nos E.U.A.; participaram em diversos concertos em Itália, no âmbito do Festival Internazionale d' Orchestre Giovanili Europee, em Florença, Greve, Montecatini, Arezzo e Assis (onde deram um belissimo e exclusivo concerto- exclusivo porque tiveram o privilégio de mostrar a sua arte numa Basílica de S. Francisco em que são apenas autorizados sete concertos por ano...). A sua frescura e alegria, aliadas à sua postura já muito profissional e capacidade de concentração, invulgares para estas idades...fazem dos Violinhos- da Academia de Música Violinhos, em Lisboa, uma excepcional orquestra, com um repertório clássico, em que a excelência, a paixão pela música e um grande sentido artístico são a nota de marca! Parabén
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São uma verdadeira orquestra de jovens e crianças, entre os três e os dezassete anos.  
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Putin no seu melhor 'traje': não se metam com ele...ou ele mete-se (com as armas) conosco! É de macho (quase latino, mas não exageremos...!) 

Putin e a Ucrânia "Livre"

Putin é o maior. Não temos nada que nos ingerir nos assuntos da Ucrânia! E ele? Tem??? Há mais bushes do que o Bush, ou pensava ele ser genuíno... Lembram-se do Bush e das armas nucleares da Coreia do Norte? Quem vai controlar (o desmantelamento das) as armas nucleres americanas? Ou essas são melhores do que as outras? São as 'boas' armas, não é? Deviam casar, este dois...

Sonolência e ressaca

Sono de uma noite dormida à pressa. Ontem tive de me deitar muito tarde, por regressar de uma viagem às três e algo da mnhã. Hoje, imaginem... uma espécie de ressaca, aliás, espécie coisa nehuma, uma verdadeira ressaca. Uma pedrada, é o que é. Mas tem as suas vantagens... Ter menos sensibilidade. Quero dizer, ouvir menos- o que filtra muitas coisas...umas desejáveis, paciência, outras de que nem queríamos saber. Pensar devagar... Que coisa boa! Ahhh Soninho! Não sentir os nervinhos, quando no trânsito, ou no trabalho, ou em casa. Só não se aguenta o ruído. Brrrrgh! E com esta... vou. Dormir? Aghh, ainda não. Mas não sinto os dedos. Já adormeceram?

Bloguecantinho

Ahhhh. Hmmm. Gosto deste cantinho da blogosfera. É sossegado, ermo, aconchegante. Ninguém vem por aqui. Fico assim, neste cantinho, sem nada dessas convulsões, ondulações perigosas que por aí andam. Nesses blogues famosos. Ía a escrever sobre o Santana, ou sobre p Durão, ou o Bush? Nada disso! Está-se bem assim. Como à lareira. Quentinho. Sem ruído. Com silêncio. Uffff! Vou por mais lenha na lareira- Não para atear fogo, não! Para o manter e me manter a mim, sossegado, quentinho.

Guterres: um (ao) arrepio

O Congresso da Democracia foi objectivamente utilizado por Guterres como a primeira plataforma de lançamento do seu regresso à vida política. Um tremendo arrepio, de medo, de susto do que poderá significar para Portugal ter esse senhor, novamente, na nossa vida pública e política, mesmo como um inútil Presidente. E porque razão iria ele querer ser Presidente da República? Por vaidade? Julga ele, porventura, poder trazer alguma utilidade à (sua vida, claro, mas...) à nossa vida, nesse cargo? Utilidade? De alguém que nunca trabalhou? Como??? Segundo muitos comentadores, um deles, António Barreto ( http://jornal.publico.pt/publico/2004/11/14/EspacoPublico/ORET.html ), bastante insuspeito, parece-me, Guterres tentou tapar o Sol com uma peneira, dando a ideia de que lhe desagrada o estilo mediático (e a suposta ou evidente, como queiram, utilização/ manipulação da imprensa pelo PSD e outros) da vida política actual... Mas, de facto, foi ele mesmo o obreiro de tal estilo. Foi o criador,

Arafat, Judeus... a estupidez humana de novo

Arafat sempre me deixou desconfortável com o seu passado sombrio, com a sua incapacidade perante uns tantos judeus, ou israelitas, extremistas... com a sua lógica de aproximação a regimes também eles suspeitos. Isto não faz de mim um pró-americano, pois que tanto me custava ver o futuro da Palestina dependente de um Arafat, e de lógicas pró-soaristas (ughh), como de um louco (pró-nazi, qual ironoia do destino) Sharon. Mas esta embriaguês à volta da morte do Arafat e, do outro lado, a descabida e estúpida atitude de alguns judeus a festejar... o mínimo que me dá é uma aversão, quase asco, confesso, do rumo que as coisas tomam.
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  Li o artigo de Clara Ferreira Alves, como sempre costumo, na revista "Única", do Expresso. Esta semana intitulava-se: "A leitora de Alexandria". Parece que o nosso passado, ocidental já foi mais "iluminado", para fazer referência ao tal "século das Luzes", ou mais florescente, prometedor, se pensarmos em termos da cultura, como veículo principal do desenvolvimento humano. Há muitas referências a esse passado, em que não se inibia, para não dizer censurava, uma parte da humanidade, uma parte das sociedades ocidentais. Precisamente a parte feminina. As mulheres que, por via da actuação de fanatismos religiosos, muito provavelmente ilegítimos em termos da sua fidelidade ao projecto inicial de diversas religiões -cristianismo, islamismo, principalmente – foram impedidas do acesso à aprendizagem, ao conhecimento, à cultura. No entanto, como atesta a menina de Alexandria, com cerca de 2200 anos isto não foi sempre assim. O que me deixa perplexo q

Scolari, Santana, o Ovo e o Gelo quente

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  Tudo à mistura. Assim mesmo. No fundo todos estes assuntos, ou abordagem a diversos assuntos, um de futebol, outro sobre a presença, hoje, do Primeiro-ministro na Assembleia da República, têm mais a ver uns com os outros do que à partida se imagina. Têm a ver com a personalidade, com o profissionalismo, com saber fazer a destrinça entre o importante e o acessório, entre a árvore e a floresta. Scolari fica indignando com certas atitudes de certa comunicação social. Tem razão. Teve razão no passado recente em relação a Vítor Baía (e sou dos que pensam que Baía ainda tem valor, mas...para 'prima-donas' não há paciência!). Teve e tem razão em relação nas escolhas que tem feito. Este homem, de H maiúsculo, tem de merecer o nosso respeito, de todos. E nem sequer mostrou, uma única vez, que o seu profissionalismo fosse obscurecido pela popularidade, pelo êxito. Tem modéstia bastante, e nem precisava de a mostrar. Parabéns pela atitude, grande Scolari. Santana, tem demo
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"Se ha dicho que todos los hombres nacen aristotélicos o platónicos. Ello equivale a declarar que no hay debate de carácter abstracto que no sea un momento de la polémica de Aristóteles y Platón; a través de los siglos y latitudes, canbiam los nombres, los dialectos, las caras, pero no los eternos antagonistas. Tambbién la história de los pueblos registra una continuidad secreta. Arminio, cuando degolló en una ciénaga las legiones de Varo, no se sabía precursor de un Imperio Alemán; Lutero, traductor de la Biblia, no sospechaba que su fin era forjar un pueblo que destruyera para siempre la Biblia; Christph zur Linde, a quién mató una bala moscovita en 1758, preparó de algún modo las victorias de 1914; Hitler creyó luchar por un país, pero luchó por todos, aun por aquellos que agredió y detestó. No importa que su yo lo ignorara; lo sabían su sangre, su voluntad." El Aleph, Jorge Luis Borges 
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Last night I stayed watching the debate Bush-Kerry: One man was fighting for to give a positive image of the things he have done- or the things he have not. The other one was trying to clearly explain the ideas and plans he has for his country and the world. One man was replying questions. The other one, proposing projects, programs, plans. One was constantly rising from the chair, nervously, unstable, trying to appear calm, smiling. The other was calm, confident, advancing each time new subjects and matters, not only replying. Guess the names of each one? 
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No regresso a casa, começou. A chuva. Que anuncia o Outono. Lembrei-me, lembro-me sempre, é reincidente, todos os anos, por estas alturas, por estas primeiras chuvas, de um filme esplêndido do Ingmar Bergmann: Sonata de Outono. A música, as leituras, a serenidade dos espaços interiores, conjugavam-se, na perfeição com a chuva que no exterior visível diversas vezes no filme através de grandes janelas, marcava aquele tempo, aquela época. Uma verdadeira sonata. É desse ambiente, desses espaços que me apetece falar, ou não falar e guardar para mim, quando chegam estas chuvas. Quando, na convulsão da confusão criada, talvez um tanto artificialmente, por políticos e meios de comunicação, me apetece, compulsivamente recolher-me...apreciando e deliciando-me com a chuva lá fora, com a música e a leitura cá dentro. Hummm, o cheiro da terra húmida (dos actinomicetas- bactérias filamentosas, que com tal designação tão hermética são de facto os organismos responsáveis pelo aroma a terra molhada, po

Gongar pela manhã?

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Chegar ao café perto do local de trabalho e ter logo um recital de pires e chávenas que alguém ia recolhendo da máquina e emparelhando...já é quase insuportável, não estivesse já um tanto acostumado a esta típica poluição portuguesa que, entre outras coisas, bloqueia totalmente a audição de uma chamada por telemóvel. Agora... ainda ter, para além dos pratos, chávenas e talheres com ruídos e faíscas, um indivíduo com ar indolente, tipo, que hei-de fazer hoje do meu dia, a gongar uma qualquer melodia (ou anti-melodia), entre o inaudível e o irritante...!? Os cinco minutos, no máximo, que esta operação de ingestão de cafeína demorou, foram uma colherada a mais, no stress que se iniciava, após uma meia hora de voltas com o carro na busca de estacionamento. Tudo se alterou apenas, quando voltei à rua, e regressei ao espantoso sol lisboeta, de intensa luz branca, temperado, embora, com um vento em crescente que anuncia já o Outono. Enfim, bendita Sexta-feira. Com "gongo&quo
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Ninguém fala do verdadeiramente essencial – daquilo que diferencia os povos e os países, que faz a destrinça entre os que asseguraram o seu futuro, através de uma sociedade criativa, informada, culta evolutiva, e os que são levados na onda comandada pelos primeiros. Ninguém fala da nossa falta de cultura, pior da nossa falta de amor por ela, pela vontade de aprender, evoluir, de criarmos gerações informadas, com capacidade de se auto -regenerarem e renovarem em tempos mais difíceis. Não há cultura. Não se lê, não escreve, excepto sobre coisas comezinhas, sobre "casos" tipo Marcelo R. Sousa, etc. As coisas são o que são. Estas coisas. Não as eternizemos, mas do que merecem. Pior mesmo é a nossa classe dirigente – política e empresarial, esta ainda pior do que aquela, acreditem. Que chova este fim-de-semana e lave tudo isto. A todos nós! Uma boa chuvada e música e leituras, das boas, já agora... que para Records e Bolas já temos de sobra...Bolas!!!
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À espera de um Outono cujos primeiros sinais parecem anunciar-se para este fim-de-semana, apetece pôr-me a pensar que este é O país que se inventou, com o propósito de nos permitir, à falta de melhor entretenimento, escrever umas quantas coisas nos nossos blogues domésticos...
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Isto sim. Tem conteúdo. Existe. Tem espessura. Não é sensaborão.

Sem sal.

Não sabe a nada. Este Governo não sabe a nada. O Santana Lopes não sabe a nada (ou...não sabe nada, dizem-me). Está muito longe dos tempos de irreverência -quase a roçar uma irresponsabilidade pueril, que lhe davam uma frescura política promissora. Mas isto já começou algum tempo antes de ir para onde está agora. Já antes prometia tirar a paciência que ainda íamos encontrando para o aturar, quando chegava aos Congressos do PSD e agitava as hostes. Já não sabe a nada. É sensaborão. Mas até pode ser perigoso, um pouco de sal é preferível. Melhor ter sal e risco de tensão alta, do que já nem sentir nada. Não há tensão, nem alta nem baixa. O PS não sabe a nada. O Sócrates que vá lá para o Brasil – coitados deles que não fizeram mal ao mundo, mas víamo-nos livres dele. Vá para a Cochinchina! Não tem graça, nem conteúdo. Só tem arrogância, ambição, vaidade, narcisismo. E é sensaborão. E sabe o quê, de quê!? Bahhh! A comunicação social...bahhh a nada nos sabe. Só cria "cas

De novo com o pé...no pântano? Ou de corpo inteiro sem salvação

Lembramo-nos todos do pântano de Guterres, não é? Parece que foi há muito tempo, que o ouvimos declarar que se ia embora – qual significativa declaração de quem sente que chegou ao fim de uma "missão cumprida" – porque o país se encontrava num pântano político (e económico e social). Depois, foi o que sabemos. Uma tentativa quase desesperada e reconhecidamente apressada, mas não atabalhoada (e parcialmente conseguida) de um governo de Durão Barroso para nos atirar a todos a vara a que nos devíamos agarrar para sairmos de tal lamaçal que nos puxava insistentemente para as profundezas até à asfixia total. Mas com Durão infelizmente a coisa não durou o suficiente, pois outros valores (inquestionavelmente tão ou mais altos o levariam para longe dos nossos destinos imediatos - aliás o próprio António Costa, seu adversário na política reconhecia no tempo certo a importância e a honra do cargo para Portugal). Tudo isto é, penso, para quem queira ser justo com a sua honestidad
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Um rio para fruir

Egoísmo ou pequenos luxos entre desgraças

No passado Domingo, com as desgraças de mundos muito piores do que o nosso, de vidas bem doloridas, como o horror do terrorismo e da força brutal, que se passou na Ossétia do Norte, como a que persiste em continuar no Iraque, na Palestina e não menosprezando a estupidez espalhafatosa nacional de barcos e contra-barcos de aborto , fui deleitar-me à beira-rio, numa das bonitas e escassas esplanadas que temos junto ao Tejo. Tentando ler um pouco de um livro de Verão, do Grisham, sempre assaltado por perturbações destas "nossas" últimas notícias, lembrei-me, uma vez mais de como a cidade de Lisboa bem poderia saber aproveitar a sua zona ribeirinha e não o faz. Não o faz por egoísmo de uma Administração do Porto de Lisboa que em jogos de poder com a Câmara desta cidade, não consegue fazer avançar projectos de aproveitamento para lazer, turismo ou o que quer que seja, para aquela zona? A juntar a isto, há cafés ou esplanadas que conseguem praticar preços quase europeus, na

Da corveta à opereta: Miguel Sousa Tavares no Público

Na Sexta-feira li o artigo do Miguel Sousa Tavares no Público (queria fazer o 'link' aqui, para o artigo, mas não encontrei o artigo no Público ...). Gostei muito. Uma equilibrada reflexão sobre a novela do barco holandês, dos vasos de guerra que lhe barraram a entrada em Portugal e sobre outros temas. Ainda hei-de voltar a estes assuntos.

Histórias de encantar- A pequena história dos três gatos- história da típica empresa familiar portuguesa

Eram três. O gato pai e dois filhinhos. Ou um filhinho e uma linda filhinha, não interessando aqui qual sexo do bichano. Quando ainda pequeninos (há quem diga que serão sempre) ocupavam-se a correr, ameaçar-se um ao outro, que eu te arranho, tu vê lá, dizia um, que eu te roubo o leitinho, dizia o outro. O pai, sem dúvida, que era quem mandava. Mas apenas isso, coitados dos gatinhos. Mais tarde, crescidinhos (há quem diga que não verdadeiros gatos adultos, não é importante também, afinal) continuam, agora com mais manha (típica de gatos, diz-se) a tentar arranhar-se e ainda persistindo um em ir ao pratinho do leitinho do outro. O pai, que sabia, não só deixava, como incentivava, umas vezes a um, outras a outro, que vencesse o mais forte (não é essa natureza das coisas? Não é assim que tudo deve ser e acontecer? Em tudo, na vida. Só o mais forte vencerá!). Mas não havia modo de aparecer um mais forte do que o outro. Em lugar da força, crescia a manha, a verdadeira e genuína manha de g

music of promisse

"(...) And the beauty of the pearl, winking and glimmering in the light of the candle, cozened his brain with its beauty. So lovely it was, so soft, and its own music came from it- its music of promisse and delight, its guarantee of the future, of comfort, of security. Its warm lucence promised a pultice against illness and a wall against insult. It closed a door on hunger(...) (...)And they began this day with hope" Steinbeck, "The Pearl"
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eu sou o culpado...

aborto de novo: agora entrando no tema

Mas afinal, clarifiquemos... Aborto ou não, não me parece que seja o tema, a questão. Agora, a lei que regula tais coisas, poderá ter sido demasiado condicionada por opiniões públicas mais ou menos manietadas...e manipualdas. Por que há sempre manipulação em política, ou não? E nem sempre isso tem significado negativo. Mas neste caso, que custa saber que alguma mulher, uma apenas, pode ser condenada por tar feito aborto, custa. É difícil de aceitar. Como é o aborto em si. Mas isto também já sabemos, muitos de nós, ou não? Se calhar, nem todos... e aí é que continua a resudir o problema. Nada de novo até agora. Mas daqui a algum tempo, lá está... anos... com outro povo, que este que somos todos nós, tem prazo certo, claro. E virá um melhor, só pode ser. E, então, algo de novo, de uma vez, acontecerá... nesta nossa frente, com um mar tão inspirador.
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há sítios assim...

questões de aborto e aborto de questões, e questões de senso (bom, mau)

O título não pretende ser de mau gosto, mas apenas, digamos, o mais elucidativo...veremos. O texto do blog (o vento lá fora)* é obviamente excelente e de bom senso. Já não é de bom senso esta coisa, melhor, esta mania, de nos separarmos todos uns aos outros. Eu sou de boas famílias, tu não és, eu sou de esquerda, tu és conservador, eu sou pelos bons costumes, eu sou pelas liberdades (ahn?? não somos todos? continuamos na mesma ideia de que a defesa da liberdade só pertence a uma parte da nossa sociedade? bahhh, ou melhor duuhhhh, como dizem os meus filhos) eu sou pelas tradições, porque isso é estar certo, tu és contra elas e, por isso, um anarca, etc. Que falta de paciência! Haverá cada vez menons gente normal? Agora é o aborto, embora nem isso seja verdade, como hoje, com BOM SENSO, bem explicou Santana Lopes. Mas tanta histeria para quê? Ainda não se cansaram de ser notícia? De fazer notícia? Por favor, cansem-se, antes que nos saturem a nós. Agora é o aborto, ou o barco que diz
pobre gente... que tanto sofreu com esta imensa ALEGRIA!!!!!!!!!!! ..no lugar ocidental, onde nada de novo costuma acontecer aconteceu hoje, uma grande vitória, no futebol, que até uniu quem não costuma gostar deste desporto, à volta desta grande e excelente selecção parabéns!!! pobre gente, feliz gente!!! e rica, hoje! Tenho de ir... Respirar e recuperar.

amanhã é que conta!

Não me refiro ao EURO, embora também me vá incorporar na grande multidão de roedores-de-unhas e arranca-cabelos, ao assistir ao Portugal-Holanda. Mas quem vai mesmo sofrer é o Scolari. Nós vamos torcer. Por ele, por toda a equipa. Por nós. Mas amanhã... é o dia, dia depois da decisão de Durão Barroso. Definidas assim as coisas, devíamos todos ter apenas uma ideia. Respeitar o processo. Dê por onde der. E, por mim, mas só por mim, pode dar para mal...se formos agora, novamente mudar de rumo, para o que tínhamos até à oportuna fuga de Guterres. Lembram-se? Não que se tenha visto melhor, depois, até hoje. Mas daquilo já tivémos que baste. Mas isto sou eu pensar. Só eu. Há que ter estatura para aceitar o oposto. o Contrário de nós. Democraticamente. E vai custar muito. Mas duvido de boas intenções, de ideias elevadas, atitudes nobres. Já não há disso. E isso é falta de estatura. Política. Social. Cultural. Tanto que nos falta, como povo. Tanto. Esta crise será resolvida lá para

Novas crises, nada de novo.

Cá estamos. É isto mesmo. A famosa e tradicional atitude portuguesa, traduzida nesta expressão de resignação. Nada de novo nesta frente a Ocidente da Europa. Mas dentro dela, apesar de tudo. Os acontecimdentos. O EURO. Primeiro tudo mal. Pois, é sempre a mesma coisa, nunca conseguimos nada. Já se sabia. Depois, agora sim, tudo bem. Já somos os melhores. Ninguém nos 'despacha', ninguém nos apanha. De bom senso, nada, ou muito pouco. Nada de novo, nesta nossa frente. Durão Barroso. A crise interna que se aproxima. Ou a continuação de uma crise, que apenas se transfigura, agora através de circunstãncias novas, ou nem tanto. O orgulho nacional que se renova. Mas só um pouco. E por um instante apenas. O PS iria pedir eleições, em quaisquer circuntâncias, mesmo que não tivesse sondagens favoráveis. Claro. E daí, talvez... Ou iremos voltar aos tempos de 'tudo-está-bem-vamos-lá-fazer-de-ricos'? O PSD ainda não sabe como reagir e que dizer. São muitas a